Capítulo 1

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[23 de Setembro, 2010; 21:36 p.m]

Era 23 de Setembro de 2010, já estava tarde quando Rachel resolveu ir dormir. Despedindo-se de seus pais, seus avós e de sua irmã mais nova subiu silenciosamente os infinitos degraus que levava até o segundo andar, onde ficava o quarto que dividia com a irmã. Fechou a porta atrás de si e sentiu um vento forte, não lembrava de deixar as cortinas abertas, talvez Miranda, sua irmã caçula tenha deixado. Jogou-se na cama como fazia toda vez que chegava exausta em casa. Fechou os olhos e sorriu ao lembrar dos beijos e das carícias que trocara com Robian na tarde do dia, o amor deles aumentava a cada dia e já falavam até em casamento, mesmo Robian sabendo que seria quase impossível que o Sr. Poirot concedesse-lhe a mão de sua filha mais velha. Mas isso não importava, eles se amavam loucamente e sedentemente para se importarem com esse detalhe. Logo, Rachel adormeceu.

[23 de Setembro, 2010; 22:40 p.m]

–  Boa noite, querida, durma bem. - disse a Sra. Olivia beijando a filha mais nova em ambas as faces. -

–  Boa noite, mamãe, boa noite, papai. Vovô, vovó. - sorriu plenamente e recebeu acenos de todos, sentia-se completa, sua família era tudo que importava para ela. -

Subiu as escadas silenciosamente para não acordar a irmã, abriu a porta e contemplou Rachel dormindo angelicamente, era impressionante a beleza que sua irmã mais velha possuía, uma jovem muito bela, chamava a atenção de todos, e dona de uma simpatia jamais encontrada antes. Miranda a admirava, a tinha como espelho, como um exemplo a seguir.

Caminhou até a varanda que estava aberta e contemplou o que estava a sua volta, o aroma de flores invadiu suas narinas e uma paz interior a dominou, mas logo essa paz foi substituída quando a mesma olhou para o céu; a lua estava embaçada, distante, solitária, sem nenhuma estrela amiga ao redor, apenas pássaros estranhos voando alto, uma melancolia forte a dominou e ela sentiu vontade de chorar. "O que está acontecendo?" Pergunta a garota para si mesmo. Ignorando tudo que estava sentindo, Miranda retornou ao quarto, olhou para sua irmã e logo após para sua cama, sobre a mesma tinha uma bandeja com um copo de leite e alguns biscoitos de chocolate, sua mãe sabia como deixa-la feliz. Um sorriso involuntário formou-se no rosto delicado da garota, aproximou-se da cama, mas não antes de sentir um peso em suas costas, como se alguém a observasse, virou-se rapidamente pronta para gritar, quando para sua alegria, não era nada. Riu de alivio, misturado com nervosismo, pegou o copo e tomou o leite que estava no mesmo. Respirou fundo ao terminar e sentiu seu coração desacelerando. Sua visão começou a ficar turva e logo a menina começou a ficar tonta, tentou gritar, mas sua voz não a obedecia.

[24 de Setembro, 2010; 03:48 a.m]

Miranda acordou assustada, sua cabeça estava doendo, sentia-se tonta, seu corpo estava suado e ela tremia. Olhou ao redor do quarto que estava sendo banhado pela luz da lua; que agora estava encantadora e brilhante; levantou-se e foi até a cama de sua irmã, a mesma estava vazia, a garota temia que algo tivesse acontecido. Sem saber o que fazer, Miranda correu até as portas que levava a varanda, tentando fechar a mesma, mas algo a impedia, voltou para o quarto e ligou a luz da varanda para ver o que estava impedindo-a de fechar a porta, mas no mesmo instante arrependeu-se profundamente de ter feito. O que a impedia era um corpo, o corpo de Rachel, todo ensanguentado e sem vida. Um grito alto foi o que se ouviu pelos próximos dois minutos, até que todos da casa estivessem na cena do crime. Rachel Poirot tinha sido assassinada a sangue frio dentro de seu próprio quarto, enquanto sua irmã tinha sido drogada para não ouvir e presenciar o acontecimento que mudaria suas vidas para sempre.

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