[15 de Dezembro, 2010; 16:19]
~Miranda P.O.V On~
O sol da tarde sempre me fez bem. Desde pequena eu sentava na varanda e observava ele ir embora, e mesmo com o típico frio de Dezembro, o sol continuava exalando seu calor, embora mais fraco. Depois do acontecido há três meses atrás, o jardim estava abandonado, ninguém mais tinha coragem de cuida-lo. Rachel simplesmente amava flores, era o lugar favorito dela, passava a maior parte de seu tempo nele.
Era a primeira vez que eu caminhava entre as cercas de flores depois do acontecido no nosso quarto, tudo estava diferente, nada foi o mesmo depois que Rachel se foi. Ninguém foi preso, papai está mais autoritário e severo, a mansão está rodeada de homens vestidos de preto, e todo dia a polícia vem aqui. Papai quer encobrir tudo e resolver silenciosamente, sem que a sociedade venha saber do crime, e bem... Até agora ele está conseguindo. Mamãe está depressiva, chora toda hora e não sai do quarto. Eu tento não pensar muito, se estou viva é porque o assassino resolveu poupar-me. Todos acham que estou encobrindo algo, ou não quero contar o que vi, mas a verdade é que eu simplesmente não suporto mais ter que ouvir as mesmas perguntas todo dia, é sempre a mesma coisa! Eu gostaria de ajudar, mas eu não vi nada, não lembro de nada...
~Miranda P.O.V Off~
[15 de Dezembro, 2010; 22:45]
A garota estava deitada em sua cama. Depois do acontecimento fatal decidiu que não queria mais ficar no quarto que dividia com sua irmã, optando assim pelo quarto que ficava perto do quarto de seus avós, no final do corredor. Miranda foi tirada de seus pensamentos por algumas batidas suaves na porta.
– Querida? Sou eu. - era seu pai.-
– Pode entrar, papai. - a porta se abriu e uma figura cansada e judiada pela vida entrou.-
– Como estás? - perguntou o Sr. Poirot, sentando-se no final da cama.-
– Melhor do que deveria, e o Senhor? Deveria estar dormindo. - ele sorriu carinhosamente pela preocupação de sua pequena criança.-
– Queria ver você antes, pequena.
– Não sou tão pequena, papai. Estou grande, não vê? - levantou-se e girou.-
– Eu vejo, mas sempre será minha pequena, e logo logo, minha pequena estará completando duas décadas, hein, já sabe o que quer fazer? - perguntou ele. -
– Ainda não decidi... Eu não tenho pensado muito ultimamente, não quero deixar o Senhor e a mamãe...logo agora. - Miranda sabia que falar sobre Rachel deixava seu pai quebrado, mas não podia empurrar isso para debaixo do tapete. -
– Eu sei... E sinto que tenho uma parcela de culpa nisso, eu sempre fui super protetor, sempre quis proteger minhas filhas do mundo... Bem, eu fiz. Mas em recompensa disso acabei perdendo uma. Você é uma garota brilhante, Miranda, sempre foi... E eu jamais me perdoaria se algo acontecesse com você, por isso irei te proteger de tudo e de todos. Só quero que entenda, você é tudo que me resta, e eu irei até o inferno matar o diabo caso algo venha lhe acontecer. - Sr. Poirot tinha lágrimas nos olhos, mas não ia se dar ao luxo de chorar. Tinha que ser forte. -
– Não fale tais asneiras, papai! Nada vai acontecer comigo! - repreendeu a garota. – Tem que confiar em mim, eu não vou embora, sou mais forte do que você pensa! - Anthony Poirot queria retrucar, dizer que a filha era mais frágil que uma flor, mas não podia matar a confiança de sua única filha. -
– Eu sei, querida. Eu só queria avisar que contratei uma nova equipe de detetives, o chefe da equipe é um dos melhores do país. Ele é do Texas, uma cidade pequena para uma grande mente. - disse ele com um olhar pensador. - Enfim, querida, a equipe chega amanhã, irá investigar o caso.
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Young Blood
Mystery / ThrillerCorações partidos. Almas feridas. Sentimentos mortos. Pensamentos soltos. Mágoa dominando o ser. Saudades de uma vida que nunca existiu. Demônios atormentando o presente. Lágrimas prontas para saírem. Palavras presas pelo medo. Angústia assolando a...