Fugitiva

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As ruas estavam cada vez mais tomadas por os guardas. Isso significava que estavam atrás de mim. O ato que eu cometera não me deixaria impune, minha sentença seria a morte; e agora me tornaria fugitiva de um governo totalmente extremista autoritário que limitaram regras ao que diz que pessoas de classes baixas e médias seriam escravas desse novo governo, injusto e cheio de imundície.

Mas mesmo eu sendo fugitiva dessa grande organização de corruptos. De alguma forma, eu lutaria para o povo, defendendo os direitos de igualdade. Indo contra todas as regras tomadas por esses extremista.

Era audível as pegadas dos guardas atrás de mim, eles estavam por todos os lados. Entrei em um beco totalmente escuro para despistá-los, agachei contra a parede e respirei fundo, as batidas do meu coração estava acelerada, e, o corte que fora feito em meu braço não parava de sangrar, cerrei a mandíbula e tentei censurar a dor que voltou com tudo. Apesar da dor, eu sorri satisfeita lembrando do que eu tinha feito. Foi prazeroso ver o imundo do Ty Dolla, um homem de conhecimento grandioso, gritando e sufocando com o próprio sangue. Nada mais justo. Ele pagou pelos os milhares de crimes cometidos contra homossexuais e por casos de estupros, pagou com sua própria vida, tirada satisfatoriamente por mim mesma, Camila.

Eu faria o que for preciso para acabar com esses tipos de ratos. Todos eles.

As botas dos homens vão de encontro ao chão e o som ritmado das solas chegam fracamente aos meus ouvidos, pelo que ouço a quantidade deles aumentaram. Espio para ter a certeza e tudo se confirma quando os vejo. São mais de vinte. Para minha sorte ele estão distantes

Volto a me escorar na parede, fechando os olhos por alguns minutos. Respiro fundo novamente e pensando em algo para sair dali.

— Aqui! — abro os olhos e dou de cara com o homem uniformizado à minha frente segurando com arma em mãos. Como não consegui escutar seus passos? Ele sorriu e logo apontou a arma pra mim. — Você não foge mais. Eu mesmo irei acabar com você.

Antes que o gatilho fosse pressionado algo transpassou nuca, o sangue brotou de imediato e a arma foi ao chão. Um som gutural saiu da sua garganta e então seu corpo sucumbiu.

Pasma, tapei a boca para não gritar e tentei me levantar olhando para o homem que caíra. Seus olhos ficaram abertos e uma poça de sangue começava a se formar. Assustada procurei alguma forma de vida no meio da escuridão, mas não encontrei. Por precaução, apanhei a arma caída no chão e apontei para o breu. Com certeza tinha alguém ali. Era óbvio que eu não sabia manuseá-la, mas era o único jeito de me defender de quem quer que fosse.

— Quem tá aí? — falei. Nada aconteceu, mas voltei a falar novamente. — Vamos, apareça! Eu estou armada

Espiei mais uma vez as ruas, rápido, sem perde o foco de que havia alguém naquele beco comigo. E, graças que não foi chamada atenção dos outro. O fluxo de guardas havia diminuído, porém eu não conseguiria fugir deles sem ser atingida por uma bala.

— Solte a arma — disse alguém e, por instinto atirei.

Como certeza o tiro chamou a atenção dos guardas. Agora eu estava, literalmente, em um beco sem saída.

— Ei! — exclamou. — Eu vim te ajudar

— Apareça — insisti e então uma figura apareceu vestida de preto, um capuz cobria seu rosto, mas logo vi a mulher diante de mim quando retirou o pano.

— Vamos, temos que sair daqui. Agora — disse a mulher. Seu cabelo era loiro e iam até o meio das costas, e pelo o que eu via ela era mais baixa que eu. — Vamos!

Não tem alternativa senão acompanhá-la. Resignada vou além da escuridão. No fim do beco há uma porta na lateral que dar acesso aos fundos de uma igreja. Entramos e a baixinha a trancou.

Kill The HarmonyOnde histórias criam vida. Descubra agora