~ Lauren
Há uma semana atrás eu tinha tomada uma decisão, de que iria para a Capital em busca de minhas amigas, Vero e Alexa, pois as mesma não davam notícia desde sua partida e também de algo que ajudasse minha família, e principalmente pessoas da região onde moro que passam situações extrema. Minha mãe recebia uma grana alta, vinda do meu pai, o qual eu havia visto pouquíssimas vezes em casa desde que foi embora levando meu irmão consigo, e, mais da metade desse dinheiro ela dividia para pessoas necessitadas.
Sobre ajudar o próximo e me preocupar com o que eles passam necessidades, eu tinha herdado de minha avó, Angelica, era obvio. Uma mulher corajosa, altruísta e além de tudo guerreira que passava por cima de todos para ajudar aqueles que mais precisava. A mesma havia saído do seu país para buscar melhores condições de vida com seu marido e seus filhos; de certa forma ela havia conseguido uma ''melhor condição" — melhor do que vivia antes — com a venda de flores. Hoje em dia sua floricultura é a mais conhecida da nossa região, principalmente dos povos ricos da capital.
Coloquei a última peça de roupa na mala e puxei o zíper, fechando-a.
De início minha mãe não tinha concordado com minha ideia, disse que era loucura e que eu seria burra se eu fosse... no começo pensei que fosse só coisa de mãe protetora, mas fui percebendo que ela deixava transparecer o medo quando falava no assunto. Medo de quê? Com certeza havia uma razão, porém não procurei saber.
— É isso mesmo que quer? — vi vovó na entrada do meu quarto de braços cruzados e um sorriso meigo no rosto.
Sorri para ela.
— Sim, vovó. — falei, baixando o olhar. A saudade começara a se instalar dentro de mim. — É isso memo.
Ela tomou minhas mãos ao sentar ao meu lado na cama. Levantei os olhos para ela e sorri.
— Eu entendo sua decisão... sei que quer o melhor para sua família e para a família de seus amigos. — o sorriso ainda continuava estampado no rosto. Minha avó era um tipo de pessoa que sabia compreender os outros, tanto os defeitos quanto as ideias. E eu achava lindo aquilo nela. —Estou tão orgulhosa de você, e saiba que sua mãe também, mesmo ela ser contra você ir para Capital... sei que você é corajosa e destemida, e acho que seria difícil alguma coisa ruim acontecer com você, mas a única coisa que sua mãe tem medo é de que aconteça algo.
— Eu entendo.
Ficamos em silêncio por uma fração de segundos.
— Vovó, eu sei que o que ganha na floricultura dar pra nos manter, mas é o que quero... — disse. — buscar algo pra mim.... E ainda mais, tenho que tentar encontrar Vero e Alexa, saber o porquê de elas não mandarem notícias para suas famílias.
— Eu sei, minha filha. — disse e me abraçou. —E eu te digo, sempre escute o que seu coração pede.
Ainda abraçadas, apertei seu corpo contra o meu e as lágrimas vinheram.
— Eu vou sentir saudades desse abraço.
— Eu também... Não chore. Eu sempre estarei com você. — disse afastando nossos corpos. Ela tirou algo do bolso, um cordão de prata com um pingente de uma rosa branca, e colocou em meu pescoço. — Isso é para você sempre lembrar de mim. Quando sentir saudades lembre-se que sempre estarei com você; todos nós estaremos com você. — vi que ela limpou o rosto também disfarçadamente. — Agora tem que ir, Lauren. Sua mãe está lá em baixo com a Taylor para se despedir.
Peguei a pequena mala e pus no chão. Dei um último abraço na minha vó e desci as escadas para falar com minha mãe e minha irmã. Quando as vi minha mãe já estava chorando, segurei-me para não chorar junto, apesar da vontade ser imensa. Soltei a mala e a abracei.
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Kill The Harmony
Hayran KurguA sociedade está desordenada. Com um novo regime que foi implantado, a desigualdade está sendo um problema com as novas ordens que foi implementada pelo um novo Governo totalmente rigoroso e corrupto. Nessa sociedade aqueles que não seguem a ordem e...