Epílogo: 11 anos depois

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— Harry, você já conferiu se colocou tudo no seu malão?

       Pergunto para o meu filho de onze anos que está sentado na mesa da cozinha terminando de tomar seu café. Ele coloca mais uma colher de cereal na boca e balança efusivamente a cabeça para cima e pra baixo. Seus olhos verdes, iguais aos meus, estão cheios de ansiedade assim como os meus estavam nessa mesma data tantos anos atrás. Hoje é 1º de setembro e Harry vai para Hogwarts pela primeira vez. É estranho pensar que já fazem onze anos deste que eu saí de lá com ele dentro da minha barriga e sem saber ao certo como seria a minha vida dali em diante. Tanta coisa aconteceu nesse tempo.

       Eu e James tivemos que nos adaptar muito rápido a nossa nova vida de pais, ainda mais quando fomos morar sozinhos na casa que James comprou para nós em Godric Hollows, o adorável vilarejo bruxo em que vivemos até hoje. É claro que nossos pais nos ajudaram bastante e Dorea até mesmo nos enviou Tinny, a elfa doméstica que vivia com os Potters deste de que James era pequeno e que foi de grande ajuda no dia a dia. Mas na maior parte do tempo era somente nós dois mesmo cuidando do nosso pequeno bebê. E devo dizer que, modéstia à parte, eu acho que nós nos saímos incrivelmente bem.

       James adorava passar as tardes deitado no sofá lento para Harry e se pudesse ele até amamentaria o nosso filho de tão prestativo que era. Ele não gosta de ser lembrado disso, mas quando Harry tinha três meses e eu convenci James de que já era hora dele começar as suas aulas para se tornar Auror junto com Sirius ele chorou durante horas a noite por que teria que passar as tardes longe do filho. Mas alguém tinha que trabalhar nessa casa!

       É claro que eu também não fiquei em casa lambendo minha cria durante todo esse tempo. Eu e James decidimos que no ano seguinte, quando o curso de Auror terminasse e James fosse efetivado no Quartel de Aurores, eu iria começar as minhas aulas para realizar o meu sonho de me tornar uma Médibruxa. E nesse meio tempo eu descobri, junto com o meu sogro, uma nova paixão, pesquisar poções. Eu até mesmo montei um minilaboratório aqui em casa e quando Harry estava tirando o seu cochilo da tarde ou quando algum de nossos amigos estavam babando em cima dele eu passava algumas horas no meu laboratório estudando e tentando criar uma nova poção que ainda não tinha sido descoberta. Eu tenho muito orgulho em dizer que no Natal do ano em que Harry comemorou o seu primeiro aniversário eu presenteie Remus com a minha primeira invenção, a poção de Acônito, ou como a gente gosta de chamar a Poção Mata-Cão.

— Harry, vai apressar seu pai. — Falei fazendo um aceno com a varinha para que a vasilha que ele comia fosse ser lavada na pia.

— Pai! Pai, a gente tem que sair! — Revirei os olhos. Ele com certeza tinha puxado isso de James.

— Se fosse para gritar eu gritava.

— Ops. — Ele murmurou com expressão marota. Tão parecidos...

— É, ops.

— Já coloquei seu malão no carro.

       James apareceu na porta da cozinha sorrindo em expectativa. Eu juro que não sei qual dos dois está mais ansioso com a ida de Harry pra Hogwarts. E olha que eu achei que James estaria chorando dado o seu histórico.

— Pontas! Ei, Pontas. — A voz de Sirius saiu do bolso da calça do meu marido e ele pegou o espelho que usa até hoje para falar com o melhor amigo e colocou na sua frente. — Me deixa falar com o filhote.

       James estendeu o espelho pra Harry que o pegou animado.

— Oi, Padrinho. Como está aí em... onde vocês estão mesmo?

— Praga. E agora presta bastante atenção nas minhas recomendações sobre Hogwarts. Você precisa ter uma grande entrada, faça as pessoas lembrarem de você...

Um bebê a caminho (Fanfic)Onde histórias criam vida. Descubra agora