Fora de linha

Capítulo 02 - Mais Um Colégio!

Então, olha eu aqui de novo, logo após aquele acontecimento com a diretora, a supervisora me flagrou e ligou para minha mãe explicando o ocorrido, quando cheguei em casa o blá blá blá começou...

- Filha, eu rece... - Minha mãe fala se aproximando de mim.
- Já sei, uma ligação do colégio... - Falei a interrompendo.
- Isso. E a diretora falou que vo... - Ela diz com semblante de ira.
- Que vou ser expulsa "novamente" da escola! - Falei entediada e fazendo aspas com a palavra; novamente.
- E você acha isso bom? - Ela diz, me encarando.
- Se eu estivesse achando bom, estaria agora nesse momento no chão, rolando de um lado pro outro, morrendo de rir e acho que não estou fazendo isso. - Falo enquanto tiro meus sapatos.
- Você é muito difícil, Viviane!
- Sei disso... - jogo a mochila sobre a cama - agora se me dar licença, dona Marisa, pode sair e deixar a sua filha Viviane, sozinha? - Falo indo até a porta e faço reverência.
- AFF!

Isso, minha mãe novamente foi absorvida, mais não por aliens e sim por dragões, ela saiu rapidamente, quase soltando fogo pela boca e ainda vi o chifre saindo em sua cabeça.

Naquele momento, fechei a porta, fui até meu guarda-roupa e tirei meu violão lá de dentro, nele tinha uma foto minha e de meu pai colada, não gosto de falar muito dele, pois ele morreu quando eu era pequena. Aquele violão e aquela foto foram as únicas lembranças que eu tinha de meu pai, ele me ensinou a tocar e isso é a única coisa que mais gosto, até mesmo antes de aprontar.

- Você faz falta pai! - meus olhos se encheram de lágrimas, tentei controlar mais não consegui, deixei rolar e uma lágrima saiu descendo de meu olho até cair sobre o violão.

Acho que só tinha chorado quando nasci, pois a "Marisa" disse que eu quando era pequena, caia queda de bicicleta, até andando e não chorava, por nada eu chorava! Mais hoje foi a primeira vez que senti e aprendi que de vez em quando precisamos disso, deixar algumas lágrimas rolarem, mesmo que seja uma.

Limpei minhas lágrimas e comecei a tocar a música; Shape Of You.

- I'm in love with the shape of you... - comecei a cantar.

Eu poderia parecer dura e rebelde, sou? Sim. Mais pouco, pois apenas gosto de ser assim. Não gosto de cantar na frente dos outros, por isso. Podem me achar patricinha e isso eu não sou!

Aquele dia, logo passou e um novo dia surgiu, o despertador tocou, já em pé, o desativo, saio do meu quarto e vou pra cozinha.

- Olga! Faz aquele seu bolo de cenoura bem gostoso com chocolate. - falei andando até a cozinha e me sentando em um banquinho.
- E a escola, menina? - Olga fala, se virando com uma colher de pau em suas mãos.
- Que escola? - A respondo mexendo em meu telefone.
- Não vá me dizer que... - fala pondo a colher em cima da bancada.
- ...que fui expulsa? - falo abandonando o telefone e a olhando, sorrindo.
- Foi? - Olga fala e limpa suas mãos em seu avental.

Apenas balancei a cabeça positivamente e ri da reação de Olga.

- Menina, de novo?! 32 escolas públicas, 20 particular e tudo com os mesmos animais... Aqueles tenebrosos animais! Tou toda arrupiada, olha... - Olga mostra que está toda arrupiada a Vivi - Qual foi a reação de sua mãe?
- Pirou da batatinha! - Falei rindo.

Minha mãe logo chegou e foi até a mim.

- Já está acordada, Viviane? - Minha mãe fala jogando a bolsa sob o sofá.
- Não tá vendo? - Ironizei.
- Tá aproveitando o dia de férias? - Minha mãe chega se aproximando e ao mesmo tempo falando.
- Por que a pergunta? - Perguntei curiosa.
- Achei uma nova escola pra você! - Minha mãe fala se aproximando.
- Ainda não desistiu, dona Marisa? - Falo revirando os olhos.
- Não desisto fácil! Anda vai ao seu quarto e faz suas malas, quando terminar eu te digo.

Revirei meus olhos e fui ao meu quarto, olhei tudo aquilo em volta, fiz minhas malas e ao terminar olhei ao redor, vi meu violão sob a cama, o peguei, o guardei em sua capa e desci para a sala.

- Fala logo o que quer, dona Marisa! - Falei sem paciência.
- Se prepare, pois você irá estudar em Paris. - Minha mãe falou saltando.
- Finalmente vou sair daqui! Outra escola pública? - Falei revirando os olhos.
- Não... Dessa vez será em um colégio interno. - Minha mãe falou me encarando com um olhar perverso.

Continua...