Dois jovens completamente diferentes, morando em lugares distantes, mas que têm suas mentes conectadas desde a infância.
Elise Hazel Moore tinha uma vida perfeita, mas tudo ao seu redor deixa de fazer sentido quando ela e seu namorado sofrem um acid...
"Às vezes os pesadelos começam quando abrimos os olhos." — autor desconhecido.
NEW YORK, ESTADOS UNIDOS 20h34min
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ELISE SENTIU AS LÁGRIMAS quentes e salgadas descerem por suas bochechas rosadas e úmidas, um pesar forte revirando seu estômago e pressionando seu peito, enquanto encarava a enorme calçada lá embaixo, onde o trânsito de New York marcava presença nas ruas da cidade. Seus olhos estavam vermelhos e inchados, e aquele sentimento de culpa parecia não ter fim. 57 metros — Ela pensou, ao fechar os olhos por alguns segundos. —, 57 metros é o bastante para pôr um fim em tudo.
A garota abriu os olhos e o chão ainda estava lá, duro e estático. Uma onda de desespero e arrependimento cresceram dentro de si. Ela realmente tinha culpa do que aconteceu naquela tarde? Claro que tinha.
"Aquele maldito acidente só aconteceu por sua causa", ouviu a voz de sua ex melhor amiga, Haven, ecoando em seus pensamentos, quando ainda estavam no hospital. "Se não fosse esses seus ataques histéricos, a Olívia ainda estaria viva, mas como sempre você tinha que ser esse projeto de aberração patética."
Antes do acidente, Elise, Haven, Olívia, Rachel e Riley eram melhores amigas, conhecidas por todos da New Ashton High School como as garotas mais populares que já passaram por aqueles corredores. Elas eram mais que um grupo de amigas, eram um estilo de vida, algo intocável, mas que todos os adolescentes desejavam fazer parte. Talvez isso se devesse ao fato de que, diferente do restante de alunos, elas tinham o mais excelente gosto para moda, faziam as mais incríveis viagens e eram de famílias importantes. Até o acidente acontecer.
Elise se afastou das outras garotas após toda a culpa ter sido jogada em cima dela. Haven se tornou a líder de torcida e a mais nova abelha rainha do colégio, enquanto Rachel e Riley tornaram-se os zangões, as duas "fazem tudo" da nova garota intocável e mais desejada.
A garota passou a mão em sua testa, sentindo a cicatriz que ali marcava, enquanto as lembranças, aquelas malditas lembranças, ecoavam em sua mente. O vento gelado chicoteava seu rosto e ela conseguia ver, em câmera lenta, a cena que mudou sua vida — na sua imaginação.
Ainda em cima do prédio de dezessete andares, Elise abriu os braços, na esperança que o ar a levasse para longe. Seria como flutuar em uma piscina de olhos fechados, adormecendo até que não existisse mais nada. Apenas um completo alívio para todos, que agora, a detestavam.
— Incrível, não é?
Bem devagar, Elise virou a cabeça na direção do jovem que acabara de atrapalhar seus mais profundos pensamentos. Ela não disse nada, apenas examinou os ombros largos do garoto e quando alcançou seu rosto, um calor desconhecido invadiu seu corpo. Ele não era apenas bonito, ele a olhava como se conseguisse vê-la de verdade, como se pudesse enxergá-la além da alma.
— Você está bem? — continuou, a preocupação transparecendo em seu olhar, quando percebeu as lágrimas escorrendo no rosto da garota.
Elise não conseguia falar. Só conseguia sentir aquele pesar rasgando o seu peito, sua garganta fechando e as lágrimas cada vez mais pesadas em suas bochechas.
— Foi minha culpa! — as palavras dolorosas finalmente saíram de sua boca. — E-eu a matei!
O moreno sentiu seu estômago apertar. Ele passou as mãos sobre seus cabelos negros e cacheados, abaixando o olhar por um segundo, procurando palavras que pudessem confortá-la.
— Você não tem que fazer isso. — disse ele, o mais calmo possível. — No fundo, você sabe que não é o jeito certo.
— Sim, eu tenho. — ela sussurrou em meio a um soluço silencioso, escondendo a cicatriz em sua testa.
— Deixe-me ajudá-la. — o moreno tentou tocá-la, sentindo um forte aperto no peito, mas a loira de cabelos ondulados deu um passo para trás, não permitindo ser tocada. — Por favor. — ele disse, quase em forma de súplica.
— Ajudar? — Elise respondeu ferozmente, sentindo um nó sufocante na garganta. — É tarde demais para qualquer ajuda.
— É tarde demais. — ela continuou, não conseguindo conter as lágrimas. — A Olívia está morta. — ele deu mais um passo em sua direção, abraçando-a confortavelmente. — É tudo culpa minha. — Elise apoiou a cabeça no ombro do moreno, enquanto ele passava a mão nos cabelos macios dela.
— Não, não é. — disse ele, com a voz rouca próximo a sua orelha. — Nada que aconteceu naquela tarde foi culpa sua.
Os dois ficaram em silêncio por um tempo, os corpos entrelaçados, o vento batendo em seus cabelos. As nuvens começavam a cruzar lentamente o céu noturno, ficando em um tom prata com o reflexo da lua. A culpa era só sua, ela sabia. Aquele pesar forte estava fundo em seu coração, pressionando seu peito, não importava o quanto tentasse arrancá-lo. Dentro de si, sabia que jamais seria a mesma garota de um ano atrás. Mas naquele momento, Elise finalmente sorriu, a garota já não lembrava qual fora a última vez em que se sentiu daquela forma; aliviada, confortável e, principalmente, protegida.
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Olá nenês do meu core! ESTÃO OUVINDO MEUS GRITOS? Como estava muito ansiosa para começar as publicações, resolvi postar o prólogo só para dar aquele gostinho de como vai ser a história. Vocês gostaram? Comentem aí em baixo o que acharam ❤️
Em breve terá mais capítulos. VÁAAARIAS Beijocas. XOXO
