Minha mãe não parava de gritar comigo pelo simples fato de que eu estava atrasada apenas 10 minutos para a escola. Eu tentava me arrumar o mais rápido possível para não perder o primeiro horário, pois a minha professora de matemática não estava nada boa comigo, sempre reclamava sem parar das minhas faltas em suas aulas.- Amanda, eu falei pra você não dormir tarde, mas você não escuta sua mãe e faz tudo ao contrário. - minha mãe falava alto o suficiente pra deixar meus ouvidos doendo, enquanto ela procurava meu outro par de meias brancas.
Eu já estava arrumada, só penteava meu cabelo em frente ao espelho, olhando todo o movimento da minha mãe pelo reflexo.
- Vai sem meia mesmo, perde as coisas porque quer. - Falou desistimos saindo do quarto.
Assim que terminei de arrumar meu cabelo, peguei a mochila e fui em direção ao quarto de minha mãe, que agora procurava as chaves do carro.
- Mas que droga. - Reclamava enquanto olhava de baixo da cama.
- Mãe, eu vi sua chave em cima do balcão da cozinha ontem, você deixou lá quando chegou do trabalho. - Falei de lembrando.
Minha mãe me olhou com um olhar de quem iria me matar ali mesmo e falou:
- Porquê não me disse logo, Amanda do céu. - Falou saindo do quarto, esbarrando em minha que estava parada na porta.
Assim que ela pegou a chave, entramos no carro e fomos em direção a escola, minha mãe foi o caminho inteiro reclamando de que estava farta de receber ligações da escola por causa de minhas faltas, enquanto eu só ouvia revirando os olhos. E até com isso ela estava implicando.
- E trate de parar de ficar revirando eles olhos, eu sou sua mãe e você deve me respeitar, Amanda.
- Mas mãe, eu não estou falando nada. - Falei, olhando pra ela incrédula.
- Não está falando mas eu sei que está me xingando em seu pensamentos. - Falou, ao mesmo tempo passando a marcha do carro.
- Ainda bem que já estamos chegando, não aguento mais a senhora com suas paranóias. - Falei respirando fundo.
Assim que chegamos na escola, desci do carro sem falar nada, meus saco pra ouvir os gritos da minha mãe já estava cheio. Entrei no colégio e fui em direção à minha sala. A porta já estava fechada, o que significavaque ja estava tendo aula. Respirei fundo e tomei coragem para a abrir a maçaneta da porta. Mas ao mesmo tempo alguém também abriu a porta de dentro da sala. Com o susto, sai da frente da porta, indo para o lado, mas meu coração desacelerou quando vi Pedro saindo.
Assim que ele me viu, deu um grande sorriso e tratou de falar:
- Meredith está muito puta com você.
- A culpa não foi minha se eu me atrasei de novo. - falei em minha defesa. - O que você falou pra ela?
- E era pra eu falar alguma coisa? - ele perguntou, rindo mais uma vez.
Dei um tapa em seu braço, fazendo ele reclamar.
- Quer ir pra onde? - ele perguntou, passando o seu braço pelo meu pescoço, me fazendo andar junto com ele.
- Como assim? - perguntei sem entender.
- Pra a gente fazer alguma coisa, melhor do que assistir aula daquela professora insuportável.
- Não sei, acho melhor você voltar pra aula, não quero te meter em problemas. - Falei, um pouco apreensiva.
- Você nunca me mete em problemas, relaxa.
Fomos em direção ao refeitório, comprar algum lanche. Comprei uma coxinha e dividi com ele, já que seu dinheiro estava na sala e não tinha como ele ir buscar.
- Aposto que sua mãe ficou reclamando feito doida com você. - Ele disse, rindo mais um pouquinho.
- Será que você pode parar de rir por um segundo seu ridículo? - Falei, olhando pra ele com uma cara seria, mas não durou muito, logo comecei a rir com ele.
- Calma, Mands. - Falou levantando os braços em rendição. - Mal chegou e já tá de mau humor?
- Estou morrendo de medo de ser reprovada por minhas faltas. - confessei.
- Você não vai ser reprovada, relaxa. Suas notas não são ruins, você não é uma má aula, então sem chances.
- Tá, Pedro, mas e as faltas? - Falei o olhando, com cara de tédio.
- Você só falta nas aulas da Meredith, manda ela ir se foder. - Falou, dando um sorriso.
- Quero ir embora daqui, to sem ânimo pra assistir aula. - Falei, revirando os olhos.
- Então vamos sair daqui, pode dar merda mas pelo menos vamos se foder juntos. - Falou se levantando e pegando em minha mão, me puxando.
- Mas e sua mochila? - perguntei preocupada.
- O Caio sempre me ajuda nessas coisas.
Assim que ele falou, pegou o seu celular e mandou uma mensagem pra o Caio, pedindo pra que ele nos ajudasse em relação a isso. Quando terminou. Me puxou e fomos correndo em direção ao portão de saída da escola, mas só tinha um problema: o porteiro.
Mas isso não foi um problema pra gente, na mesma hora inventamos uma mega desculpa pra sair dali.
- Você consegue improvisar o choro? - Pedro me perguntou e eu fiz um sim com a cabeça, já preparada.
Fomos andando e quando chegamos perto comecei a chorar desesperadamente e na mesma hora o porteiro veio correndo até nós, perguntando o que estava acontecendo.
- A mãe dela se jogou na linha dos trens, ela precisa ir pra casa agora pra depois ir no hospital. - Pedro falou, com uma cara de desespero bem fingida.
O porteiro sem muitas perguntas, nos deixou passar, e fomos fingindo isso tudo até a próxima rua, de onde ele não conseguia ver a gente. Na mesma hora, eu olhei pra ele e comecei a rir como uma louca e ele apenas me olhava com um sorriso, então eu parei de rir e perguntei:
- O que foi? Acha que foi uma péssima idéia?
- Não, eu só tava pensando na merda que talvez isso dê. - Falou rapidamente, passando as mãos nos cabelos - Mas não vai acontecer nada, tenho certeza. - Falou me abraçando de lado e saímos andando.
Fomos andando abraçados até chegar em um parque. Sentamos nos balanços e ficamos falando sobre coisas sem o menos sentindo, já que era o que fazíamos de melhor.
- Lembra quando o seu antigo cachorro me mordeu só porque eu tinha te abraçado? - ele relembrou desse momento épico e no mesmo instante comecei a rir.
- Foi icônico, nunca vou me esquecer de você correndo dele.
- Até hoje tenho a cicatriz - ele levantou a perna e me mostrou. - Fiquei com trauma de te abraçar.
- Ah mas agora você pode me abraçar o quanto quiser. - Falei rindo. - Meu cachorro está com minha avó faz sei lá quanto tempo.
- To pensando em ir almoçar na sua casa hoje.
- Você almoçou lá não faz nem dois dias. - Falei - Eu sei que você não consegue ficar um minuto longe de mim.
- Não consigo mesmo não. - Falou rindo e olhando pro chão.
- Mas tudo bem, quando der o horário da saída a gente vai pra casa, almoça e assiste um filminho, que tal?
- Ótimo, mas eu que escolho o filme. - Falou rapidamente e eu o olhei com raiva.
Depois que saímos do parque ficamos andando pelo bairro, já que não tinha nada pra fazer. As vezes paravamos pra tirar fotos em alguns lugares. Mas depois que deu 11:40 voltamos pra escola.
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Minha única luz
Roman pour AdolescentsVocê é a luz que me acorda a cada amanhecer. Você é a força que me falta para não cair. Você é tudo e mais do que um dia imaginei.