Capítulo 1

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R:Oi eu sou o Ruan

B:Olá eu sou o Bruno

R:O que vamos contar aqui agora é a nossa historia de amor, se está achando que vai ser uma historia de putaria esta redondamente enganado.

B:Como assim?

R:Escreve calado, não conta ainda.

R: Ah só uma coisinha para vocês saberem eu sou cego e quem esta escrevendo é o Bruno então não reparem nos erros de português dele.

B:Nem vem eu não escrevo tão mal assim.

R:Amham!

R:Onde eu parei mesmo?

B:Voce estava introduzindo!

B:Kkkkkk

R:Palhaço

R: Ah sim.

Bom vou me descrever eu sou um pouco baixo (é anão, mas eu amo ele ) tenho 1,65, minha família é descendente de holandês, então já sabem, loirinho, olhos azuis (já tem dono) ou seja GALEGÃO mesmo.

Minha historia começa quando eu nasci.

B:Ei não está me esquecendo não?

R:Agora não , quando chegar a sua vez eu conto como você é

R:Amor você sabe que eu te amo né, nunca te esqueço.

B:Se for contar desde que você nasceu vai demorar muito.

R:Aff nada disso, escreve o que eu digo e não perturba.

B:O amor!

R:Begim te amo, agora continua escrevendo.

Bom como dizia minha historia começa quando nasci, na gestação minha mãe teve sérios problemas de saúde e isso acabou agravando a gestação, resultado nasci com sete meses já com uma dura batalha pela frente "sobreviver", sim é isso mesmo que estão pensando por muito pouco quase morri, meus pais sempre sonharam em ter filhos, mas nunca conseguiram, após muitas tentativas conseguiram então podem imaginar o sofrimento que é ver seu filho entre a vida e a morte não é mesmo.

Minha mãe sempre foi muito apegada à religião e devota de nossa senhora de Aparecida e me vendo daquele jeito rezou desesperadamente pedindo a ela que me salvasse e em troca não cortaria meus cabelos até os quinze anos (era costume na época fazer esse tipo de promessa).

B: :'(

R:Que foi amor está chorando?

B:Não

B:É só um cisco que caiu no meu olho, continua vai.

Então, todos os dias e noites meus pais faziam virgilha para que eu melhorasse, mesmo que os médicos diziam que era questão de dias eles acreditavam que Nossa senhora não me deixaria morrer, não sei se posso afirmar que foi graças a ela, mas acredito que sim, eu sobrevivi porém não ileso, eu tive uma seqüela nasci cego, foi u golpe muito duro em meus pais , mas o fato de eu ainda respirar e conseguir vencer a doença já era um grande avanço, com o passar do tempo eles tiveram que se adaptar a essa nova condição "ter um filho cego" não foi fácil apesar de os médicos dizerem que minha cegueira era reversível através de cirurgia e transplante de córneas, meus pais acharam que Deus quis assim e não iria ser contrario a ele(Sei que pode ser absurdo, mas eles pensavam assim mesmo).

Para eles não foi fácil essa situação, tiveram que aprender junto comigo a tocar a vida assim, eu contei com a ajuda dos meus primos na infância o Sergio e o Renato foram como irmãos para mim em nenhum momento me criticavam ou me desprezavam por causa da minha cegueira sempre brincavam comigo e estavam ao meu lado, eles eram três e quatro anos mais velhos do que eu, minha tia dizia que eu era o brinquedinho deles, por que sempre viviam grudados em mim, eu os considera meus irmãos, que nunca tive.

Aos poucos fui crescendo e com a ajuda de todos fui me adaptando ao que a vida me reservava.

B:Espera, espera, espera

R:O que que foi?

B: vou no banheiro

R:Aff agora?

B:é rapidim

Tic tac tic tac... 5 min depois...

B:Pronto... continua

R:Nossa mãe, corre fecha aquela porta do banheiro, cara você ta podre

B:O meu bebe, você tem que ama ate meus gazes assim como eu amos ate os seus.

R:kkkk

B:kkkk

R:Bora continuar

B:Ta

O meu primeiro desafio era a escola, meus pais sempre tiveram uma situação financeira bem confortável então me colocaram em uma escola bem moderna e apta a receber alunos deficientes, sempre tive uma professora particular foi ela que me ensinou a ler e escrever em braile após minha alfabetização eu ainda fiquei tendo aulas particulares porém meus pais ficavam preocupados por eu não me socializar com outras pessoas pois só ficava dentro de casa então aos quatorze eu não tive escolha teria que ir a uma escola eles achavam que assim eu faria amigos e assim viveria melhor e não como um bicho prezo em uma jaula, eu tinha muito medo do preconceito e digamos que minha aparência não ajudava muito, meu cabelo nessa idade já era bem grande descia abaixo da cintura ,usava aparelho, magro ou seja feio pra caramba.

Faltava poucos meses para completar quinze anos, assim cortaria aquele cabelo horroroso, nunca gostei dele sempre achei que me deixava mais parecido com uma menina, meus primos sempre pegavam no meu pé e isso me irritava profundamente.

No primeiro dia de aula minha mãe me levou na escola, ela sempre preocupada comigo também era a primeira vez que eu iria ficar fora de casa por um dia inteiro(sim a escola é integral), fomos direto para a secretaria onde fomos bem recebidos e então a coordenadora me explicou que os professores são aptos a ensinar jovens com deficiência que eu sempre que tiver alguma duvida era para perguntar que eles prontamente irão me explicar, fui apresentado a todos os professores e alguns funcionários e então e contaram que eu era o primeiro cego a estudar na escola que seria um desafio tanto para eles como para mim que era para me sentir em casa e caso houvesse algum problema era para contar a ela, enfim muito bla bla bla.

Após todo esse discurso tocou o sinal do começo da aula me despedi da minha mãe e depois dela fazer um monte de recomendações então a coordenadora me levaram para minha respectiva sala.

Assim que chegamos ela pediu que eu esperasse ali e bateu na porta e assim que a mesma foi aberta:

Coo:Bom dia Professora Fernanda eu vim trazer o Ruan para sua primeira aula.

Prof:A sim ola Ruan venha comigo vou te apresentar seus colegas de sala.

Quando entrei na sala eu estava muito nervoso tremendo mais do que vara verde e podia ouvir alguns murmúrios dos colegas, uns dizendo:

"que garoto estranho"

"olha o tamanho do cabelo dele"

"porque ela não vai logo para o seu lugar"

Coo:Pessoal silencio, por favor, quero lhes apresentar seu novo colega, o nome dele é Ruan e ele vai precisar da ajuda e compreensão de todos aqui,ele é deficiente visual desde que nasceu então tenho certeza que todos aqui vão lhes dar boas vindas ao seu novo colega e espero a colaboração de todos para que ele se sinta à-vontade estudando conosco.

Ouvindo a apresentação da coordenadora eu pude perceber os olhares de pena de muitas pessoas e também a indiferença de outros, então eu fui conduzido ao meu lugar que ficava próximo a porta assim seria mais fácil para eu me orientar.

B:Isso não é verdade, nem todos te olharam assim, eu mesmo me apaixonei quando o vi pela primeira vez

R:Não é o que parece, naquela época você nem lembrava que eu existia, mas deixa que depois eu falo de você rapazinho

B:Te amo, vamo faze mô mô vamo

B:Depois agente continua

R:kkkkk

R:Gente Bruno esta impossível hoje, vou ali com ele mais tarde eu volto

B:tchau pessoal

O Lord Cego...Where stories live. Discover now