Capítulo 1

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22 de outubro

                    Narrado por Ellie

Depois de ter fechado a porta, ela me levou até uma poltrona que ficava em sua sala e pediu para eu explicar o que tinha ocorrido, contei tudo, com todos os detalhes, a senhora ficou horrorizada, claro, quem não ficaria?

Minha vizinha pegou seu telefone e disse que ligaria para a polícia. Minutos depois param duas viaturas em frente a casa, os policiais me pediram para explicar o que ouve, já estava cansada de repetir

Dois deles entram na minha casa a procura de alguém que eu insistia em falar que estava lá, eles saíram com caras sérias

— senhorita, não tinha nada suspeito em sua residência, as portas e janelas se encontravam trancadas, tem certeza que foi isso mesmo que aconteceu?- ele perguntou, quem ele pensa que é? Está sugerindo que eu estou inventando? Que estou louca? Eu tenho provas! É isso, as mensagens no meu celular

— mas é claro que sim, e vou provar!- entrei às pressas em minha residência e fui a procura do meu celular, quando achei ele, logo tratei de desbloquear para mostrar as mensagens para os policiais, mas meu chão desaba ao notar que as mensagens não estavam mais alí, nem mesmo o contato

Cai de joelhos no quarto e fiquei encarando o aparelho abismada. Tive que me levantar para me desculpar com os policiais e minha vizinha, pelo mau entendido, mesmo eu sabendo que tudo aquilo realmente ocorreu, eles me deram um sermão e me ameaçaram de que se fizesse isso de novo seria presa

Pior é minha vizinha, deve achar que sou uma drogada, que fumei uns e acabei imaginando tudo. Voltei para dentro de casa com um turbilhão de pensamentos, entre eles estava o medo e a raiva

Raiva por tudo que aquele desgraçado me fez passar, por ter apagado as mensagens e o contato dele do meu celular e ter me feito passar por louca, sim, eu tenho certeza que foi ele, eu não estou ficando louca! Eu recebi sim aquelas mensagens

E medo por pensar que ainda posso estar sendo observada. Depois daquilo fui para o quarto e tranquei a porta, no outro dia, que era segunda, não fui para faculdade, não estava em condições de ter aula.

Agora aqui estou eu, dia 22 de outubro, ainda faltam 9 dias para o Halloween, mas as pessoas já estão enfeitando suas casas, penso enquanto caminho para uma lanchonete qualquer

Também não irei a aula hoje, não que vá perder algo importante, além do mais, odeio a professora de terça, mas continuo sendo muito boa em sua matéria, faço jornalismo, quando contei que iria fazer isso para meus pais eles faltaram morrer, porque os dois eram advogados, acho que esperavam que eu fizesse o mesmo

Entrei na lanchonete que estava praticamente vazia, só tinham um casal e um trio de amigas, caminhei para uma mesa que ficava lá trás e esperei alguém vim me atender

Apareceu uma jovem de cabelos curtos ruivos com algumas sardas no rosto, ela era linda, parecia ser animada e cheia de vida, cheguei a sentir um pouco de inveja, ao contrário dela aparento ser uma defunta... Ok, não é para tanto, mas me acho tão sem graça

Pedi um café, sem açúcar ou adoçante e um misto, ela anotou tudo e disse que Jajá estaria pronto, fiquei encarando o lado de fora do estabelecimento, até que vejo meu celular vibrar

Sinto medo no mesmo estante, pego ele apreensiva, mas vejo que é só uma mensagem do Dylan perguntando se estou bem porque faltei dois dias seguidos, Dylan é novato lá na faculdade, ele pediu transferência da antiga faculdade, não sei porque, mas também não me interesso

Dylan é um garoto bonito, ele é bem estilo aqueles vampiros de filmes clichês, é bem pálido e tem cabelos bem escuros, também é meio calado, mas ele deve ser só tímido

Mas não é muito meu estilo, sempre preferi loiros. Ele e eu somos uma dupla, vamos fazer um trabalho juntos, temos que achar uma matéria antiga e interessante e apresentar mês que vem

"—estou sim Dylan, só estou passando por uns problemas agora, mas amanhã eu vou, obrigada por perguntar" digitei com preguiça

"— quer conversar?" Ele demorou um pouco para responder

" —Não é necessário, não é nada sério..." Primeira mentira do dia, é claro que é algo sério

"—Hm...tudo bem" ele respondeu

"— obrigada mesmo assim" digito e guardo o celular assim que vejo o meu pedido chegando

Paguei a conta, e me preparei para voltar para casa, no caminho passei por um parque e observei algumas babás pegarem as suas crianças e voltarem para casa, pois estava na cara que iria chover

Não me apressei, não via motivo para tal coisa, afinal, eu quando era pequena adorava tomar banho de chuva, quando estava na esquina na minha casa senti gotas deslizando pela minha face, depois se tornaram mais fortes e eu tive que dá uma corridinha para casa

Cheguei toda molhada, tirei meu casaco e deixei ele em cima do sofá, e joguei meus sapatos em qualquer lugar, não via a hora de subir e tomar um banho quente para me deitar e dormir até o outro dia.

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