capítulo 2

4 0 0
                                    

— Mocinha!? – Disse Margot, ironicamente. Mordi o lábio, fechei os olhos e cruzei meus dedos. Eu não estava afim de receber sermões. — Percebi a sua ausência há alguns minutos atrás. Onde estava?

— Havia saído com Léo, ele precisava tomar um pouco de ar.

— Com a permissão de quem?

— Não preciso da permissão de ninguém!

— Precisa sim. Lembra-te que você ainda possui 17 anos? Ainda está sobre meu domínio.

— Não crie tantas ilusões, quando eu completar 18, fugirei!

— Hahahaha, confesso que é muito engraçada. Como uma plebéia como você, sem dinheiro e emprego irá achar uma moradia?

— Meu pai deixou a herança dele para mim.

— Que herança? Aquela que eu retirei para renovar o meu quarto? Ah, acabou faz tempo, querida. Acho melhor ficar mais esperta das coisas. Ah! E nem tente fugir, pois, de qualquer forma lhe encontrarei. Hahahahah. – Margot saiu dando sua risada exagerada como sempre. Suspirei e sentei no sofá, segurando as lágrimas. Fui para meu quarto e comecei a desenhar. Estava entediada. Não podia sair sem permissão, não podia acariciar Léo, não podia falar com ninguém. Isolamento total!

Mas se eu sempre fui boa com todos, por que mereço passar por isso? Suspirei. Revoltada, vesti uma outra roupa e montei em Léo, indo para o mesmo jardim. Estava correndo até que Léo parou em imediato, me deixando cair.

— Aí! Léo! Por que fizestes isso comigo? Poderia ter me machucado mais! – Eu olhava meu estado ao redor.

— A senhorita precisa de ajuda para se levantar? – O mesmo rapaz do palácio estava alí, estendendo a mão para mim.

— Não! Sei me levantar muito bem sozinha! – Tentei me levantar, mas meus pés doíam. Gemi de dor.

— Aí! – suspirei.

— Venha, segure em minha mão. – Ele estendeu a mão novamente, me fazendo levantar.

— Confesso que a senhorita me surpreende cada vez mais! – Ele sorri de lado.

— Ah, tanto faz! – Tento andar, mas minhas pernas doem pra caramba. Droga!

— Ei, espere. – Disse Dylan.

— O que foi!? – Eu não estava muito no clima para conversar.

— Sabia que você voltaria. – Ele sorri novamente. Seu sorriso não é nada mau.

— Que? Mas, por que?

— Ah, sei lá. Talvez eu não tivesse nada pra fazer que fiquei pensando em você. – Suas bochechas coram. Ele desvia o olhar e finge estar distraído.

— Eu voltei por causa de motivos pessoais que me cansam, e também porque lá onde eu moro, não há ninguém para eu dialogar, como pessoas normais.

— É, eu entendo bem. Aqui é cheio de gente, mas nenhuma se interessa em saber como é o meu dia, como eu estou e etc.

— Pelo menos você deve ter coisas legais para fazer num palácio. Pode lutar, deitar no gramado, sentir o ar fresco, ter paz, chamar quem você quiser e dentre outros.

— Ah como eu queria que fosse assim. – Ele sorri sem graça. Desvio o olhar.
Ele se aproxima lentamente de mim.

— Como se chama, senhorita?

— Mia, Mia Bennett.

— Prazer, Srta. Mia Bennett. – Nos encaramos e sinto a pressão. — Então, o que te trouxe até aqui?

— A calmaria desse jardim. Me traz paz. – Ele sorri, olhando fixamente para meus olhos.

— Tens um namorado? – Franzo o cenho. Mas que pergunta nada a ver!

— Não, por que?

— Tão bela assim, imaginei que tivesse.

— Isso foi uma tentativa de cantada?

— Quase. Haha. – Rimos. Ele toca vagarosamente em minha cintura e me puxa para mais perto, colando nossos corpos ainda mais. Ele dá alguns beijos de leve em meu pescoço, me fazendo um enorme prazer.

— Oh, me desculpe, senhorita. Me descontrolei.

— Dylan! Entre já! – Gritou alguns guardas em frente ao portão.

— Estou indo! – Ele gritou sem tirar os olhos de mim. — Foi um prazer lhe ver novamente. Espero que lhe veja mais vezes. – Ele beija minha mão, num modo cavalheiro e sai.


Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Sep 22, 2017 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Como ser uma princesa?Onde histórias criam vida. Descubra agora