Assim como as folhas caem nessa estação, eu caí sobre o chão úmido e gelado do meu quarto. Eu pude sentir meus joelhos magros tocando ao chão subitamente, sem estrutura nenhuma, não pensei em nada, só queria que tudo aquilo desabasse sobre mim e, que talvez toda aquela dor que agora habitava em mim morresse sufocada.
Eu já havia morrido algumas vezes, mas aquele sentimento era novo para mim, era uma dor fina e cortante como uma lâmina, era gelado mas que aquecia e queimava meu coração, sentia ela subindo para minha cabeça me fazendo gritar, gritar por dentro porque quem estava na sala não poderia ouvir aqueles berros ensurdecedores.
Nada mais fazia sentido, tudo estava perdido assim como meu resto de juízo, a pouca esperança e fé tinha se acabado, só me restava a vontade quase incontrolável de acabar com tudo aquilo, mas como? Com que coragem? Eu não tinha nada, não havia mais nada.