Capítulo 08.

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Quinta-feira, 07:01.

- Eu não me demiti ainda, eu irei eu não aguentei a pressão daquele lugar vocês não fazem idéia como aquilo é. - Camilly sente algo molhado em seu rosto, logo deduzindo que está chorando sem ao menos perceber.

- Calma Camilly, espera senta aqui conta direito o que aconteceu. - Joyce fala apontando pro sofá Camilly caminhou até ali e se sentou.

- Agora fala o que aconteceu? - Felipe pergunta aflito.

- Aquele lugar é completamente algo que eu nunca imaginei enfrentar, é muita pressão. Crianças correndo, pessoas desobedientes, pessoas mexendo em coisas dos funcionários, adultos sentados, idosos em pé, é algo assustador. - Camilly desabafa tirando um peso de suas costas, ela precisava disso.

- Calma Camilly, você não pode abandonar o barco sempre que algo der errado, nós agora somos adultos e precisamos lidar com os nossos problemas. - Joyce disse dando um toque de realidade em Camilly que sentiu o impacto.

- Exatamente! Ser enfermeiro é isso, nós somos vistos como um nada. Porém fazemos um tudo, você vai continuar com esse emprego. Só que vai procurando outros, isso é sua sobrevivência. Você não pode jogar de baixo do tapete, por causa de um dia ruim. - Felipe fala com sinceridade nenhum dos dois queriam atacar Camilly, só queriam fazê-la entender que nem tudo é como pensamos ou como desejamos que seja. Existe espinhos na vida, vale você aguentar a dor ou desistir e correr pra trás.

- Vocês tem razão, eu irei da um jeito naquele hospital ou eu não me chamo Camilly. - Ela diz se levantando limpando suas lágrimas, aquilo não iria te abalar ela iria se superar.

- Certo! Agora vamos fazer o café. - Felipe fala alertando as meninas. Que se levantam fazem suas higienes bocal e vão direto para a cozinha.

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- Hoje eu vou com aquela saia que comprei e de cabelo solto. - Joyce revela e sorri.

- Vai ficar muito bom! - Camilly fala sorrindo, ela já estava pronta.

- E a sua roupa de ontem? Alguém falou algo? - Felipe pergunta curioso.

- Ah só umas mulheres que me olharam de cima a baixo. - Ela fala dando de ombros, fazendo os dois abrirem a boca em um perfeito O.

- Conta tudo agora. - Camilly fala e Joyce gargalha.

- Tem umas mulheres lá que são muito das metidas, elas estavam me olhando e cochichando. Eu apenas continuei quieta focada no meu trabalho, porque vocês não tem noção da correria que aquilo foi. Meu chefe nem estava lá eu nem pude tirar algumas dúvidas de como ele preferia a arrumação das suas reuniões, hoje que eu vou tirar essa dúvida. - Joyce fala em um gás só, ela estava preocupada muito trabalho em cima da mesma. E ela era apenas uma novata naquele meio.

- Essas mulheres. Aposto que muitas delas querem marido rico, e seu patrão é uns dos cobiçados. - Felipe fala como se tivesse certeza disso.

- Ta tudo com inveja essas mulheres, isso sim. - Camilly fala de repente e todos os dois riram.

- Vamos, não quero me atrasar
- Joyce levanta da cama e termina de colocar seu batom mate vinho, e Camilly o seu vermelho.

- Vamos! Vocês vão trabalhar, não para um boteco. - Felipe fala cansado de tanta lerdeza.

- Sempre temos que está lindas, nunca sabemos o que tem por vir. - Camilly fala e Joyce concorda, causando uma leve gargalhada em Felipe.

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- Better Together em ação! - Todos falaram e logo seguiram seus caminhos.

Joyce foi a primeira a chegar na empresa, pois era a que trabalhava mais perto de sua casa. Ela foi pegar o elevador e logo viu seu chefe correndo para acompamhar, como na primeira vez que se viram. Ela endireitou sua postura e segurou o elevador para o mesmo, que entrou apertando o segundo andar.

- Acho que esse elevador é o nosso meio de encontro. - Ele ri sugestivo.

- Parece que não iremos parar de se esbarrar aqui não é mesmo? - Joyce disse sorrindo gentilmente.

- Te vejo em minha sala em dez minutos. - Ele fala assim que o elevador abre, ela vai direto para sua mesa que fica ao lado da grande sala de seu chefe. Lá ela arruma suas coisas abre seu notebook e pega sua agenda de trabalho, junto com alguns papéis em pastas. Vai até a grande porta e da 3 batidas de leve.

- Entre.

Felipe chega em seu trabalho e vai direto para o seu posto, ele trabalha com mais 2 mulheres e 1 homem fica dividido. Hoje ele iria tirar sangue, ontem ele estava na emergência e assim por diante.

- Oi, você é novo por aqui né? - O cara que poderíamos chutar ter uns 25 anos o olhou curioso.

- Sim, comecei ontem. - Felipe fala dando um sorriso sem mostrar os dentes.

- Certo mas você tem experiência? - O rapaz pergunta.

- Sim, eu fiz um estágio. - Felipe fala vendo uma criança chegar, aproximadamente 5 anos.

- Olá lindinha, qual o seu nome? - Felipe pergunta simpático. Ele tinha muita facilidade de lidar com crianças, e dava para notar de longe o quanto a menina estava com medo por estar ali.

- Júlia. - Ela fala um pouco ranceosa.

- Hum Júlia, venha aqui. - Ele fala e a mesma vai até ele, ele a pega no colo e coloca em cima da cama de hospital.

- Você quer ganhar um pirulito? - Ele pergunta e ela assente freneticamente.

- Então Júlia você irá ter que fazer um favor para esse grandão aqui. - Ele apontou pra si mesmo.

- O que? - Ela pergunta curiosa, com os olhinhos arregalados.

- Você vai esticar o bracinho pro tio e vai deixá-lo aqui sem move-lo, e eu vou fazer uma experiência com o seu braço pra eu ver se ele está saudável. - Ele fala empolgado, apenas para demostrar a menina que estava tudo bem.

- Jura? - Ela fala com os olhos brilhando.

- Juro! Só que a senhorita não pode olhar, olhe para a sua mãe. - Ele disse e ela obedeceu, pegou a agulha preparada colocou o elástico para prender a circulação do sangue, enfiou a agulha devagar e tirou rapidamente com a quantidade de sangue que deveria.

- E agora eu estou saudável? - Ela pergunta curiosa.

- Você está mais do que saudável, por isso merece esse pirulito bem grandão. - Ele fala sorrindo por ver a criança gargalhar pra ele, e logo ele fica surpreso pelo o beijo que recebeu da pequena.

- Você se da bem com crianças.

Camilly estava fazendo curativos em 3 machucados de idosos que estavam bem inchados e com pus, ela terminou e arrumou os mesmo. Pois tinha acabado de dar banho no leito, o dia de trabalho dela por enquanto estava mais tranquilo do que ontem, pois tinham pouca pessoas comparando com o dia anterior. Ela estava se dando bem ela gostava de cuidar de idosos, mas o seu sonho mesmo era ser cirurgiã. E ela iria conseguir, ela daria tudo de si para conseguir. Ela conversava com alguns idosos dali, eles tinham muitas histórias para contar. Pôs uma música ambiente para eles escutarem e foi para a emergência, pois precisavam de ajuda lá, o seu dia foi corrido e puxado, porém nada que ela não conseguiria resolver. Ela correu pra lá e pra cá, pois tinham 3 pessoas em coma alcoólico em plena quinta-feira a tarde. Isso só porque tinha jogo, ela teve que ficar até mais tarde, pois a menina que iria trocar de turno com ela atrasou 1 hora. E ela teve que suprir isso, o que a irritou bastante, pois a mesma estava cansada o dia foi carregado ela não parou nem 1 segundo sebquer. Apenas para falar com alguns idosos, que se sentiam sozinhos, pois a família não ia visitar fazia tempos. Isso apertou o coração da mesma, ela precisava ver a sua família ela estava morrendo de saudade.

O dia tinha sido cheio de todas as formas possíveis, os três chegaram em casa e foram direto para seus devidos banhos. Apenas fizeram um miojo para não terem que gastar tempo na cozinha, e foram direto para cama nada de série ou filmes. Eles estavam esgotados, e vendo o que é ser adulto. E não estavam gostando nem um pouco dessa experiência.

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