A Estrangeira

Capítulo 4

Assim que o avião decolou, Emma deu um sorriso e disse:
─ Vida nova, ai vou eu!
Minutos depois, pegou no sono. Emma acorda  e vê uma aeromoça e a chama fazendo sinal com as mãos.
─ Boa noite, deseja algo? ─ pergunta a aeromoça se aproximando.
─ Boa noite, sim, por favor ─ Emma fala de forma simpática.
─ Bom, temos um cardápio, você pode conferir e fazer o seu pedido ─ a aeromoça explica.
 ─ Obrigada ─ Emma agradece pegando o cardápio. Depois de dar uma boa olhada, resolveu pedir strogonoff por conta da hora.
─ Strogonoff com arroz e batata, Schweppes citrus e de sobremesa quero  açaí ─ ela finaliza e sorri.
─ Anotado, qual tigela? ─ a moça pergunta anotando tudo na caderneta.
─ Pequena.
─ Deseja acrescentar algo?
─ Calda de chocolate suíço, granola, cereal, pode colocar paçoca, mas não coloque leite condensado e pode por leite em pó, dois canudos e jujubas, por favor! ─ ela finalizou.
─ Certo, em cinco minutos seu pedido chega ─ ela diz passando para o próximo passageiro.
                             ***
─ Regina vamos, por favor! ─ Zelena continuava insistindo.
─ Zelena, não! Eu já sai com você esses dias atrás ─ a morena bufou ─ você tem que colocar na sua cabeça que eu sou mãe ─ ela diz enquanto organiza os arquivos espalhados sobre a cama.
─ Exatamente, um filho, meu sobrinho e ele não é um parasita! ─ a ruiva rebate ─ poxa Sis, ele é tão calmo ─ Zelena fez bico ─ e é festa dos calouros, festa fantasia ─ ela diz ainda fazendo biquinho.
─ Eu não sei, estou enrolada com a papelada do jurídico, ficou decidido que a filial seria em Seattle ─ Regina comentou olhando para o monte de papeis que tinha espalhado.
─ Acha uma boa? Seria mais vantagem se levássemos para o Brasil, e deixasse um departamento só para causas pequenas ─ Zelena diz e se senta à beira da cama.
─ Não sei, não temos fluência plena ─ Regina suspira.
─ Irmãzinha querida, Kristin comeu metade do seu cérebro? ─ a ruiva diz a encarando ─ podemos abrir no Brasil, contratar pessoas de lá mesmo, que tenham inglês fluente ─ diz ainda olhando para Regina, como se quisesse mostrar o óbvio.
─ Bem pensado, não é burra não hein! Come capim porque quer ─ Regina diz e sorri.
─ Melhor que o milho que você come ─ diz pulando em cima da irmã.
─ Ah não, Zelena sai! ─ a morena a empurra.
─ Prometo fazer com jeitinho, vai, vira a raba ─ diz dando um tapa na bunda da irmã.
─ Ai! Zelena eu vou te matar! ─ ela esbraveja e sai correndo atrás da irmã que se levantou e correu para a escada.
Regina começa a perseguir Zelena pela casa quando as duas dão de cara com a mãe.
─ Será que as crianças podem sossegar? ─ Cora as encara ─ Ou eu vou ter que ajoelhar as bebês no milho? ─ Cora cruza os braços enquanto bate o pé.
─ Coloca a Regina no feijão, porque o milho ela vai comer ─ diz e junta as mãos em sinal de oração.
─ Muito engraçado! ─ Regina revira os olhos.
─ Já são 1:00am, respeitem o meu neto! ─ Cora diz e sai.
─ Papai não está sacudindo aquela roseira direito, mamãe anda muito estressada ─ diz Zelena caminhando para sala e sentando no sofá cinza a sua frente.
─ Você acha que sexo resolve tudo ─ Regina revira os olhos.
─ Olha, nunca fiquei estressada depois de ter algumas horas de maravilhosos orgasmos, principalmente quando a Dory enfia a língua toda ─ ela diz fechando os olhos ─ Ah! molho só de pensar.
─ Me poupe os detalhes, por favor ─ a morena diz caminhando até a mesa, pegou um copo e colocou um pouco de cidra de maçã e no outro copo uma dose dupla de Whisky para a irmã.
─ Se quiser eu te mostro ─ a ruiva avança em cima dela ─ Vem cá ─ Zelena se levanta e pega na cintura da irmã, puxa o zíper do vestido e é interrompida por Regina.
─ ZELENA, SAI! Cadê a Dorothy? ─ ela exclama ─ os orgasmos não estão sendo suficientes pelo que aparenta ─ diz subindo o zíper com dificuldade.
─ Até resolve, mas sou gamada no seu rabetão. ─ ela diz tranquila ─ Irmãzinha, está decidido! você vai sim! Vou encomendar nossas fantasias ─ a ruiva fala empolgada.
─ Ai Zelena, tá! Mas amanhã a nova babá do Heitor virá aqui ─ Regina a encarou ─ agora, boa noite ─ disse caminhando para as escadas.
─ Que raba é essa, rebolando desse jeito eu passo mal, fiquei dura! ─ a ruiva comenta rindo ─ boa noite, sis.
Regina finge apagar um cigarro na bunda, e sobe as escadas. Ao chegar no quarto, faz uma pilha com os papéis e os deixa em cima da escrivaninha junto de seu Macbook, vai para o closet e tira o vestido junto da calcinha e em seguida desabotoa o sutiã, deixando seus fartos seios a vontade. Pega uma blusa de alça fina e um short curto colado e uma calcinha de renda.
Hesita por alguns instantes tomar banho, mas acaba indo para o banheiro. Liga o chuveiro, espera a água esquentar um pouco, em seguida entra debaixo do mesmo permitindo a água cair sobre o seu rosto. Ao sair do chuveiro, veste um robe e enrola a toalha em seus cabelos castanhos escuros. Vai para o quarto e veste seu pijama que já havia separado. Olha no relógio e já eram 02:30am.
"Céus, eu tenho que parar de ficar conversando com Zelena até tarde, acabou que eu não analisei a papelada". Deitou-se e em poucos minutos adormeceu.