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Uma pessoa, uma mulher não muito alta, de roupa branca e com um símbolo no lado esquerdo da blusa, tenta me acalmar

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Uma pessoa, uma mulher não
muito alta, de roupa branca e com um símbolo no lado esquerdo da
blusa, tenta me acalmar. Palavras de consolo saem de sua boca, mas não entendo o por que.

Não entendo porque não quero entender.

Porque entender é aceitar a realidade e isso é uma das coisas que menos quero fazer.

Porque naquela hora, naquele minuto e naquele segundo, sabia que tinha perdido para sempre duas das pessoas que eu mais amo, amava no mundo.

Meus pais.

Naquela hora, naquele minuto e naquele segundo tive que aceitar a realidade pois eu tinha outras três pessoas que precisavam de mim. Os meus irmãos mais novos.

Que estavam em casa, sem saber de nada.

E eu sabia que a partir daquele momento eles estariam em minha responsabilidade.

Fechei os olhos e deixei as lágrimas virem, fechei os olhos e deixei que as palavras de consolo fizesse algum efeito para diminuir a dor do meu coração.

Senti dedos me segurarem, vozes familiares me cercarem mas continuei com os olhos fechados. Sentindo a dor da perda me rasgar de dentro para fora.

E assim, as vozes ficaram distantes e até finalmente sumirem.

Pois eu tinha caído no esquecimento. E tentava esquecer o que eu estava vivendo, não merecia que algo assim acontecesse, não agora e...nem nunca.

Acordei com uma luz forte em meu rosto e queria acreditar que tudo era apenas um pesadelo.

Mas sabia que não era.

Meu rosto inchado e minhas pálpebras pesadas me provaram que era verdade.

- Ela está acordando - A voz feminina diz.

- Ainda bem - outra responde.

E eu conheço as donas dessas vozes, são de minhas amigas, pareciam cansadas e falhas.

Cansadas e falhas.

É como me sinto, cansada e totalmente falha, pois acabei de perder uma grande parte minha.

- Me diz que não é verdade.- me ouço dizer e quase não reconheço a voz que sai de mim, de tão rouca e baixa.

O rosto de Esther aparece em minha visão periférica, inchado e vermelho de tanto chorar.

- É a verdade - diz ela tentando tirar o seu cabelo ruivo do rosto, que grudava por causa das lágrimas derramadas.

Sento na cama que estou, provavelmente me colocaram ali por causa do desmaio, e observo minhas outras duas amigas. Liza e Amber. Ambas, assim como eu e Esther, de rosto inchado e vermelho.

Liza mantinha-se apoiada na parede, os cabelos loiros presos em um coque no topo de sua cabeça. Já Amber está sentada em uma poltrona, com os dreads de cor azul pendendo no lado esquerdo de seu corpo.

O silêncio toma conta do recinto por alguns segundos, minutos...

Tanto faz. Não me importo.

Antes de ser atrapalhado pela entrada de um médico. Em suas mãos havia uma prancheta. E eu sabia o que ele diria logo após é tudo que eu pensava era...

Como irei contar para os meus irmãos?

I'm not like the othersOnde histórias criam vida. Descubra agora