Vocês vão saber o momento da música
Vitória.
Sai da sala enquanto as luzes ainda estavam apagadas e fui para o lugar onde Ana e eu tínhamos combinado, coloquei o cinto e a esperei, estava em um estacionamento abandonado a uma quadra do tribunal, recostei minha cabeça no banco, minha mente tentava processar tudo o que havia acontecido ao longo dessas semanas, até pouco tempo minha energia era concentrada apenas no meu trabalho, meus dias era sempre iguais e os próximos dez anos da minha vida já estavam certos, mas e agora? Agora eu estava aquecendo o carro pronta pra fugir, fugir com uma mulher que eu conheci há semanas trás.
Avistei Ana correndo em direção ao carro, a cena acontecia em câmera lenta, seu cabelo caia com perfeição sob seus ombros, a expressão eufórica do seu rosto denunciava a adrenalina do momento, ela entrou no carro e sentou me olhando.
- Tá feito! Não consigo parar de tremer Vi.
- Ainda não consigo acreditar que deu tudo certo, você viu a cara do júri? Ele vai cair Ana, não tem como ele comprar ninguém ali, a imprensa filmou tudo.
Seus olhos negros e caídos me fitaram por longos segundos, seus lábios formavam o sorriso mais lindo que eu já tinha visto.
- Obrigada, eu não faria nem metade disso sem você.
- Nosso plano ainda não terminou.
- Já tá tudo aqui?
- Só faltam as suas coisas.
- Vamos.
Dei partida no carro e fomos em direção ao apartamento de Ana, chegamos e eu subi para "ajuda-la".
- Eu sei bem das suas intenções Vitória.
Ela disse assim que entramos.
- Intenções? - Falei a abraçando por trás. - Eu vim de bom grado ajudar minha namorada.
Gelei assim que percebi o que tinha dito.
- Ah é? Então quer dizer que você tem uma namorada? - Ela virou seu corpo ficando de frente pra mim.
- Não, quer dizer, sim, não sei, Ana eu...- Ela pousou os dedos sob meus lábios.
- Não precisamos disso. A gente se quer, e isso basta.
Nos beijamos delicadamente, e ali, dentro daquele abraço, sentindo seu beijo, eu tinha certeza de que poderia morrer em paz, meu corpo transbordava felicidade.
Suas mãos desceram até minha cintura e colaram ainda mais nossos corpos, subi minhas mãos por dentro da sua blusa abrindo o feixe do seu sutiã rapidamente.
- Vem.
Ela me guiou ate o quarto e me jogou na cama, ligou o som em volume médio e sentou em meu colo dançando no ritmo da música, tentei toca-lá, mas ela afastou minhas mãos e continuou a rebolar, Ana chupou meu pescoço com força me deitando na cama, tirou minha blusa e pôs minhas mãos sob a cabeça e me prendeu fazendo a peça de algema.
- Linda. - Sua voz doce e suave, agora soava rouca, sussurrada e extremamente sexy.
Ela desceu seus beijos para meu pescoço e seios, minha respiração era profunda e descompassada, o que parecia excita-la. Sua língua devorava lentamente o espaço entre meus seios e descia com delicadeza pela minha barriga, a massagem que ela fazia discretamente por cima da minha calcinha arrepiava ainda mais o meu corpo, Ana beijou minha virilha e eu não fiz questão alguma de conter meu gemido que preencheu o quarto. Minhas pernas foram afastadas sutilmente o calor da sua respiração me causou espasmos, ouvi sua risada cínica ao perceber o quão molhada eu estava, seu dedo brincava com meu clitóris, eu revirava meus olhos de prazer a cada movimento seu, desci minhas mãos ainda algemadas e empurrei sua cabeça para mais perto, ela subiu sem parar o que estava fazendo e olhou nos meus olhos.
- Você quer?
- Ana! Por favor. - Eu não tinha forças nem pra falar.
- Pede de novo!
- Me chupa.
Eu disse sussurrando e ela tremeu, desceu novamente, sua língua era ágil e trabalhava com intensidade, ela me penetrou com um dedo enquanto me chupava e eu senti o orgasmo chegando e impulsionei meu quadril pra frente descolando minhas costas do colchão, puxei sua cabeça com força aprofundando mais sua língua e logo uma onda de calor invadiu meu corpo, dei um grito estridente e cai na cama ofegante. Ela deitou do meu lado e me desamarrou.
- Eu tenho sorte de te ter.
Foi só o que consegui dizer.