Ainda amo.

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Ainda era 6:45 da manhã, "ainda" pra quem não tinha conseguido dormir, isso tudo por causa do mundo e de sua gente, ou melhor, de sua essência. Ainda respiro a fumaça das grandes fábricas perto da sua casa, não me sinto bem, dou meia volta e sigo para casa, para um lugar que ninguém me assista chutar algumas coisas. A vida me deu um empurrão, acabei caindo em um mar de memórias, não sei nadar, e agora? Cito como se tudo fosse em vão, todos os nossos momentos, todas as tristezas que compartilhávamos, você sabe muito mais que qualquer outra pessoa que não foi. Não quis que tivesse um fim, e por isso, orgulhosos como éramos, nos deixamos escapar entre os dedos. Tu me disse para continuar a vida, mas como vou se você era tudo que eu tinha? Ainda compro meus comprimidos para as dores no peito na farmácia perto da sua casa, a cada vez que vou, mais aumenta minhas dores. Ainda como torradas pela manhã, não são mais feitas por você, não faz mais sentido. Ainda tenho o mesmo toque de celular para suas mensagens de texto, não escuto mais. Tudo isso é consequência do "empurrão" que a vida me deu e do tal mar de memórias. Tudo ficou, nada passou, assim será para toda eternidade sem você aqui, do meu lado, como era antigamente.

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