Capítulo 2 - Surpresas

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Depois de mais uma das "Indiretas" bastantes diretas do Harry não demorou muito para voltarmos à sala de aula. Estava na aula de biologia, no laboratório, quando recebo a notificação para ir a sala da diretora. Sob murmurinhos, segui o meu caminho.

Logo eu estava à porta da diretora, pronta para bater, quando a sua secretária me olhou.

- Pode entrar. -ela disse voltando a sua atenção para o computador a sua frente.

Entrei.

- Sim senhora diretora? -perguntei assim que já me encontrava dentro do recinto dela.

- Ah! Sim querida! Apenas um instante. - ela respondeu voltando a sua atenção para o telefonema, que só naquele instante percebi que ela estava com o telefone em mãos, falando amavelmente com alguém. A diretora, era tão amorosa que tinha gente no colégio com problemas de açúcar no sangue. Sorri com essa piadinha boba que me veio a cabeça naquele instante. Depois de poucos minutos, ela desligou o telefone e voltou a sua atenção para mim.

- Bom, não irei enrolar muito desta vez, sua mãe me ligou a pouco avisando que gostaria da sua presença mais cedo hoje em casa. Como ainda são 12:30pm achei que já estava na hora, pelo o pouco que ela falou hoje terá uma festa na sua casa, e ela requer a sua presença, enfim, você está liberada pegue as suas coisas e vá para casa, direto para casa. - ela disse, pedi licença e saí.

Festa? Minha mãe não havia me avisado nada em relação à festa alguma lá em casa. E como sempre ela quer a filha querida para expor como uma escultura muito bem feita, por ela, óbvio. Eu não quero pintar a minha mãe como uma víbora que não dá atenção a filha, por que é mentira. Ela é apenas muito desleixada quando se trata de mim e amor no meio. Meu pai morreu quando eu tinha apenas cinco anos, mas mesmo assim me lembro que ela era bem diferente comigo na época.

Talvez o trauma de perder seu grande amor em um acidente trágico de carro, e a sua filha de apenas cinco anos ter sobrevivido depois de quase um ano na UTI, tenha a chocada de vez. Não sei, mas ela apesar de todas as suas falhas nesses anos é uma mãe excepcional, em determinados momentos, é claro.

Estava tão entretida com os meus pensamentos que não notei quando esbarrei em uma garota, ela não era novata, apesar de às vezes eu parecer uma vadia que só ligava para as coisas matérias, conhecia, ao menos de rosto, a maioria dos garotos e garotas da escola. Tenho uma memória fotográfica.

Ajudei a garota a se levantar, e ela seguiu seu caminho. Apenas dei de ombros voltando para a minha sala. Assim que entrei olhos curiosos me encararam, olhei para a Mari que sentava-se ao meu lado, minha dupla no laboratório.

- Pelo visto fui despachada, depois me passa o que eu perdi da aula?

- Sem problemas, te ligo mais tarde. -ela respondeu, assenti pegando a minha mochila, fui em direção ao professor.

- Professor, a diretora "assinou" a minha saída. -falei, ele mau me olhou, apenas assentiu.

...

Assim que estacionei a minha bela Ferrari preta na garagem da minha casa, notei que a mesma estava movimentada demais. Claro, a festa.

Homens e mulheres entravam e saiam, levando e trazendo coisas. Desce do carro, e fui para a cozinha, um copo de água. Apareceram ainda mais pessoas, tantas que a casa era facilmente confundida com formigueiro, só que humano.

Foi ao longe que notei a minha mãe, conversando com outra mulher, me aproximei cautelosa.

- Eu quero uma organização, mas moderna e requintada, sem tantas flores e cores assim, tons pastel. -disse a minha mãe, severamente, encarando o Ipad.

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