Always In Our Memory

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Zayn on

Depois de desligar a ligação com a minha mãe eu fiquei estático, sem saber direito o que fazer, falar ou sequer pensar. É como se um buraco finalmente tivesse cicatrizado e absolutamente do nada arrancaram o curativo, fazendo o furo ficar maior ainda e mais doloroso do que nunca. Eu já perdi minha avó, doeu pra caralho, mas dessa vez é diferente, eu vi ela, eu... Eu fui o último a falar com ela caralho.

— Amor. — A Emily chama e só então parece que eu acordei para a realidade percebendo que estava no meu quarto, em Los Angeles, bem longe da minha família e todo mundo.

— Ah? — Ela me olha com os olhos totalmente molhados, eu não sei se ela conseguiu escutar ou deduziu, mas quando começo a ver o queixo dela tremendo eu percebo que é tudo real, que não é um sonho, um pensamento idiota ou porra do tipo, ela realmente se foi.

— A Wal... — Ela não consegue terminar e eu fico todo mal, lágrimas não paravam de descer dos meus olhos e eu queria mesmo ir abraçar ela e falar que ia ficar tudo bem, mas nem um centímetro do meu corpo se mexeu, eu não consigo fazer nada. É como se eu mandasse os comandos pro meu cérebro, mas ele simplesmente não quisesse fazer absolutamente nada.

— Ela... — Eu falo já caindo de joelhos e finalmente desabando. Coloco minhas mãos no meu rosto tentando segurar o choro, apoiei o cotovelo nas coxas e tentava entender o que tinha se passado agora, no entanto as lágrimas não deixavam nem sequer eu ter tempo de respirar aqui. Sinto dois braços na minha volta me apertando, eu só apoio a cabeça no ombro dela e sento por completo no chão.

— Sh... — Ela fala e eu passo os braços na volta dela com todo o meu corpo tremendo. Aperto ela imaginando que a Waliyha que tava nos meus braços, tento inalar o perfume, mas na hora já noto que não é minha irmã, que essa porra de Deus é um cuzão, ele tirou a minha irmã de mim e da minha família, que merda eu só... Me afasto da Emily e apoio minhas costas na parede, elevo meus joelhos e abraço os mesmo, colocando minha cabeça em cima dos braços e suspiro pesadamente. Ela vem até mim me tocando, mas eu me encolho mais.

— Eu preciso ficar sozinho agora. — Falo com a voz rouca e cansada, nem sequer levanto os olhos para encarar os dela, mas posso ter quase certeza que a cara dela tava tão vermelha quanto a minha.

— Não Zayn, você não precisa ficar sozinho, você precisa ficar com alguém agora. — Ela fala convicta e eu rio, rio porque eu tava pra baixo porra.

— Ah sim? E eu vou ficar com quem? Com a Waliyha? — Levanto sério e cuido até para não empurrar ela com a força e velocidade que eu levantei.

— Isso não é justo, eu estou sofrendo assim como você! — Finalmente eu olho para o rosto dela que estava vermelho, mas não porra, nem ela e nem ninguém ia entender agora.

— Sofrendo tanto quanto eu? Tu nem sequer tem irmão pra lamentar se morrer! — Berro pegando o abajur e jogando a porra no chão, fazendo ele se quebrar em mil e um pedaços.

— Não adianta... Não adianta você tentar me atacar para que eu parar de falar com você.

— Eu não to atacando ninguém, é uma realidade o que eu falei. — Falo frio abrindo a porta do banheiro e ligando o chuveiro no mais forte que tinha.

— Zayn o que você sequer vai fazer? — Ela tenta avançar para desligar o chuveiro e eu seguro o pulso dela.

— Será que dá pra eu ficar na merda em paz pelo menos? Que porra. — Ela se solta de mim brava, o queixo dela continuava tremendo e em nenhum segundo sequer as lágrimas pararam de cair dos olhos dela.

— Olha, se quiser tomar um banho para relaxar e ficar mais tranquilo tudo bem, eu vou... Quer comer alguma coisa ou então...

— To com cara de quem tem paciência para comer ou merda do tipo? Eu falei que só quero ficar sozinho. — Falo sério praticamente empurrando ela para fora do banheiro, logo trancado a porta e dando um soco na mesma. — Merda, merda, buceta caralho. — Soco de novo a merda da porta, isso não pode ser real, eu só quero tomar um dopante e acordar percebendo que ela nem sequer tinha voltado para a Inglaterra, que ela ainda tava aqui caralho, que a minha irmã não tinha morrido.

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