Dia Sangrento

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Naquela noite, Matryn pegou sua bicicleta e foi até a casa da Lince, chegando lá bate na porta e grita:

_ Lince? Lince?- Gritando bem alto, escandalosamente.

Na mesma hora, sai o pai dela apenas de toalha com os olhos arregalados se esquivando na parede para não mostrar seu corpo molhado coberto por uma toalha verde, preocupado disse:

_ Calma, Calma, o que foi? Por que o escândalo?

O garoto tira seus óculos e começa a girá-los.

_ A Lince, ela, ela, ela não está bem, quero falar com ela, posso vê-la? Por favor, Sr Thompson?

_Tá bem, entre, entre. Já está ficando frio aqui!

O Sr. Thompson estava com muito frio, fechou a porta e voltou ao seu banho quente, pois já estava atrasado pro plantão médico. Já o Matryn, largou a sua bicicleta lá fora, entrou correndo subindo pela escada em direção ao quarto . Chegando lá, bate a porta, e a abre.

_ Lince?

Ela estava deitada em sua cama com os braços abertos e com os olhos virados, completamente brancos. Dizia, repetidamente, duas palavras:

_ Alá Júen, Alá Júen, Alá Júen, Alá Júen.

Com medo o Matryn, num instante, achava que estava sonhando, balançou a cabeça e viu que, realmente, aquilo era verdade.

_ Lincee? É você? Lince para com isso, isso não tem graça, o que você tem?

Após tocá-la para tentar ver a reação dela, a garota começa entrar em convulsão, se sacudia em cima da cama, balançava a cabeça, como se tivesse algo dentro dela. Espantado com a reação, dá um pulo pra trás, vai até a porta e grita o pai dela.

_ Sr. Thompson, socorro, a Lince ta passando mal, socorro!

Ele chega e faz os primeiros socorros, e, por ser médico, examina pra ver o que causou a convulsão, e, por incrível que pareça, tudo estava normal, não sabia a causa daquilo.

_ Foi Deus quem mandou você vir aqui, Matryn. Salvou a vida da sua amiga.

Realmente, se ele não fosse lá, coisas piores poderiam acontecer. O Sr. Thompson finalizou com os procedimentos e a Lince já estava melhor.

_Matryn, como ela já está bem, ela está desacordada e precisa descansar, amanhã farei exames nela pra ver o que aconteceu, poderia vir aqui amanhã?

_ Claro Senhor, amanhã estarei aqui, qualquer coisa me ligue se ela passar mal novamente.

_ Está bem, filho.

O menino pega sua bike e, no caminho pra casa, foi pensando o que poderia ter acontecido com ela. Uma coisa ele percebeu, ela não estava com o anel de coco naquele instante, porem viu que não tinha nada a ver. Logo, já chegando em casa, encontra com a Sra. Marta Laura na porta da sua casa prestes a tocar a campainha, ele grita:

_ Marta Laura, você aqui, nessa hora da noite?

A senhora trajava seu pijama, com o cabelo mal arrumado, diz:

_Poxa, garoto, eu senti que alguma coisa de ruim estava acontecendo com vocês, primeiro a Lince, senti um aperto no meu coração de dor, angústia, depois você, com medo, tristeza. Daí vim, pra ver o que estava acontecendo, vocês estão bem?

_ Não está nada bem, a Lince passou mal, eu também senti que ela não estava bem, descobri quando ela me mandou uma mensagem pedindo ajuda, fui correndo à casa dela.

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