Entramos no quarto destinado. Ele era como os outros quartos,só que continha apenas 2 beliches. Ou seja,tinha muito espaço.
No quarto,realmente havia uma linha no meio separando os dois beliches. E acho que eles não brincaram sobre o sensor...
-- Não ligamos o sensor ainda. Afinal,vocês vão ter que sair para o auditório,então não adiantaria nada. -- disse a tenente -- Ele só será acionado a partir das 18:00 que é quando começa a anoitecer e vocês estarão livres das suas atividades.
-- Pode vir visitas? -- perguntou "o cara".
-- Não. Ninguém pode saber que vocês dormem juntos. É total sigilo. Entenderam? -- perguntou o sargento sério.
-- Sim,senhor. -- respondo-o de imediato,mas "o cara" não. Dou um cutucão de leve em seu braço.
-- Sim,senhor. -- ele diz acordando do transe. Minha vez de segurar a risada.
-- Okay,agora vocês podem se vestir. E por favor,evitem olhar um para outro enquanto fazem isso. Eu e o sargento vamos indo. Qualquer coisa,nos chamem.
-- Okay. -- respondo esperando eles saírem para me trocar.
Ele se vira de costas para mim e eu faço o mesmo. Nós dois estávamos envergonhados. Não esperávamos isso.
Tiro a minha blusa e já coloco a outra em seguida. Depois,tiro minha calça e a visto rapidamente também. Ponho as botas sem pressa,por não ter problema de ser vista.
Finalmente,completo o meu uniforme com a boina em cima da minha cabeça. Não me viro para trás,porque ouço ele ainda se vestindo.
Ele se vira para trás e resolvo fazer o mesmo. Me sinto surpresa em vê-lo de uniforme. Ele parece mesmo um militar. Em compensação,me sinto muito estranha vestida assim.
Ele também parece chocado. Ele abre a boca dizendo:
— Nossa. Que diferente.
— Obrigada?
— Isso não foi um elogio. Eu ia dizer um,mas fui interrompido. — ele fala cruzando os braços,parecendo que estava bravo.
— Desculpa — digo me retirando do quarto. Volto e paro na porta — Por sinal,fica muito bem em você. — comento saindo depressa.
Será que eu bati a cabeça em uma árvore e não reparei? Eu nunca elogio ninguém tão abertamente. Principalmente com um desconhecido. O que deu em mim?
Faço essas perguntas enquanto desço a escada. Saio meio apressada devido ao tempo. Então,começo a correr. E ele vem atrás.
Antes, ele estava lá atrás. Depois de alguns segundos,ele ficou do meu lado. E meio sem fôlego disse:
— Você também ficou bem — ele diz sorrindo.
Coro sem perceber e corro mais rápido ficando a sua frente. Por pouco tempo.
Chegamos praticamente ao mesmo tempo no auditório. Os dois sem fôlego e quase atrasados. A tenente percebe nossa presença e acena com a cabeça, nos permitindo entrar. Ainda bem que não tinha começado.
Por sorte,o meu coque não soltou, me deixando apresentável. As cadeiras estavam divididas entre meninos e meninas. Fui para o lado das meninas,deixando "o cara" para trás. Ele simplesmente sorriu partindo.
O sargento subiu no palco e começou a ditar as regras e a agenda do dia. As atividades primordiais terminavam às 16:30. A partir desse horário,você estaria livre para estudar ou treinar. O toque de recolher era às 21:00.
Claro que ele declarou que namorar;uso drogas,maquiagens,eletrônicos,eram proibidos. Porém,em uma parte do seu discurso,algo chamou minha atenção:
— Terá um chefe e um subchefe. Eles certificarão que tudo fique em ordem. Somente eles poderão usar um celular especial que nós, eu e a tenente, daremos. O celular não terá muitas funções e vamos ler as conversas todos os dias que o chefe e o subchefe tiveram. Alguma dúvida?
— Como você pode tornar-se um chefe ou um subchefe? — perguntei interessada.
— Você tem que ser perfeito. No caso do subchefe,o segundo perfeito. Seguir todas as ordens e ter uma postura e apresentação impecável. Daremos uma semana para ver quem será o chefe e o subchefe.
Ele continuou com o discurso e eu estava prestando atenção pela primeira vez. "o cara",também.
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Deixei mais curto para não cansar.
Até o próximo capítulo ^^