Olhe Para Mim

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Me olhei no espelho com uma certa dificuldade, pois o mesmo estava inteiramente quebrado, não sei como ainda estava no lugar, mas ainda se ele estivesse perfeito a imagem que refletia era horrível. Uma garota com os olhos roxos, boca cortada, sangue saindo da sobrancelha esquerda e um nariz meio torto... essa era a minha realidade no momento.

Se anos atrás me mostrassem essa mesma imagem eu não acreditaria que era eu, cadê aquela menina com os olhos brilhantes? A pele sempre tão bem cuidada, pois era a minha maior preocupação, agora cheia de marcas? O corpo tão magro que dava para contar os ossos e o cabelo seco e sem vida... Eu me sentia respirando, mas não me sentia viva, estou sobrevivendo.

Coloquei minha mão sobre os cortes, fui passando um algodão molhado e quando nem percebi o choro chegou, eu chorei sem escandalo, sem soluço e nem gemidos, as lágrimas caiam e minha dor aumentava, não só pelos cortes molhados pela a água salgada, mas sim a pior dor, a dor de um coração sem esperanças.

FLASHBACK

- Onde você estava? - Zayn apareceu na minha frente com aquela cara sempre emburrada e raivosa.

- Eu... Eu estava na casa de uma amiga - menti olhando para baixo, sou mesmo uma idiota.

- Eu vou perguntar mais uma vez - segurou meu queixo, ne forçando o encarar - onde você estava?

- Zayn...

- Zayn? - ele sorriu e meu corpo inteiro tremeu - Infelizmente, meu amor, essa não era a resposta certa - e eu nem tive tempo de pensar, quando fui respirar novamente meu corpo já era jogado na parede com força, suas duas mãos segurando meu pescoço com força, estava sem ar

- O que você foi fazer na casa dele? - eu não conseguia respirar quanto menos falar - Você não cansa de ser uma vadia?

E então o primeiro soco foi dado, no olho esquerdo, meu corpo caiu no chão sem pensar duas vezes, eu era fraca comparada ao louco na minha frente.

Suas mãos me puxaram por meus pulsos, fazendo assim que eu ficasse de pé, me empurrou contra a parede mais uma vez, minha cabeça bateu com força e sem esperar o segundo soco chegou, no canto esquerdo da boca, meu cabelo foi puxado com toda a força, mais uma vez obrigada a olhar nos seus olhos me vi presa naquele mundo, o homem que um dia eu tinha orgulho de dizer que era meu agora estava ali, mais uma vez me espancando para mostrar sem necessidade que eu era sua.

- Agora me responde, e responde certo se não eu te mato da pior forma possível - aproximou seu rosto do meu - Onde. Você. Estava? - a frase saiu entre seus dentes trancados e eu não podia mais mentir.

- Estava no hospital Zayn, na droga de um hospital, por quê você conseguiu mais uma vez estragar a minha vida... Mas dessa vez você estragou a de outro ser e eu não posso te perdoar, não mais.

Seu olhar caiu um pouco e encontrou, no chão, o papel que estava na minha mão minutos antes, parou de me segurar para o pegar e meu corpo quase caiu, tamanha era a fraqueza, mas ele me segurou de novo só com uma mão.

- Paciente ***, número 12204, teste de grávidez... Positivo - ele sussurrou todas essas palavras e pela primeira vez em anos vi seus ombros caírem, a boca abrir e seus olhos encherem de lágrimas.

- Parabéns... Quase papai - falei num tom baixo também, um tom triste e depressivo, ele olhou para baixo e assustou-se, tentando me tocar esticou sua mão, mas não dess vez, sem esperar duas vezes empurrei seu corpo, agora fraco, e caminhei com dificuldade até aquele maldito quarto, consegui ter a coragem de olhar para baixo, o sangue escorria de um jeito horrível, parecia uma cena de um filme de terror.

Tomei banho do modo mais triste, as lágrimas caiam junto com a água, limpei minhas pernas entre soluços, depois fiquei sentada no sanitário por alguns minutos, até escutar coisas quebrando, sussurros imtermináveis de lamento, um choro cortante e eu sempre soubre que mesmo no fundo, bem no fundo, ele ainda tinha um coração.

- Mas é tão tarde... - o meu sussurro, ninguém escutou.

FLASHBACK

Agora olhando para essa estranha no espelho, posso lembrar de como é a sensação de se sentir mãe, pelo menos que por algumas horas, saber que tinha uma coisinha ali que precisava de mim mais que de qualquer pessoa.

Vi pela imagem do espelho, outro corpo atrás da cama, Zayn estava com o aspecto de morto também, esse dia era o pior, mas não foi a primeira vez que ele me bateu, nem a segunda e muito menos a terceira, para falar a verdade parei de contar na décima segunda

- Está se sentindo bem?

- Eu vou ficar - falei baixo, sabia que agora ele não estava mais no efeito das drogas, era o Zayn, o meu Zayn.

Meu celular tocou e eu vi que era uma das minhas amigas me ligando, peguei minha mala até então escondida e Zayn me olhou com um certo desespero.

- O que... O que você está fazendo... Não... Por favor, eu só tenho você... Foi a única pessoa que me restou, a única que ainda acredita em mim... Por favor... - ele falou meio alto, meio desesperado, suas mãos presas com força no cabelo, sorri sem humor e fui para perto dele carregando a grande mala com uma enorme dificuldade.

- Espero que um dia, você ache alguém para amar assim como eu te amo, ai Zayn você vai saber como é amar alguém, amar ao ponto de que para fazer aquela pessoa feliz sua própria felicidade acabe, amar ao ponto de não desistir da pessoa por nada, mesmo apanhando, sendo xingada, pisada... Levantar, limpar o rosto e fingir que está tudo bem, só para que possa ver a outra pessoa bem e tudo que eu quero é isso, a sua felicidade, espero que ache alguém, que te ame, que você ame, não bate nela Zayn, pois é a pior coisa que alguém pode passar, a pior humilhação, a pior decepção.

Mas eu juro, juro que tentei te melhorar, tentei aguentar com todas minhas forças, tentei te salvar e salvar o que nós temos, mas essas malditas drogas sempre falam mais alto não é? Mas conta comigo Zayn, no dia que você estiver curado eu vou está de braços abertos para te receber, agora, eu só preciso está longe de você e de qualquer coisa que me lembre você, pois agora eu só sinto uma coisa por você.

Eu te odeio Zayn, te odeio por te amar, te odeio por me bater, eu te odeio por fazer meu sonho acabar - vi seu rosto mais triste que nunca, a campainha tocou desesperadamente, sorri mais uma vez em sua direção e antes de sair do quarto escutei sua voz baixa.

- Eu te amo. - ele diz cabisbaixo.

Mas ali, naquele momento, naquelas condições, aquelas três palavras não fizeram nenhum efeito positivo, queria distância... Queria me ver livre daquele amor, daquele tão triste amor.

 Queria me ver livre daquele amor, daquele tão triste amor

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Postei esses 2 últimos capítulos polêmicos mesmo... (ADOORON)

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