Capítulo 11

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Depois que seu pai saiu, Draco e sua mãe foram às compras. Narcisa tomava o cuidado de levar o garoto para as lojas que tivesse menos pessoas possível. Quando Lucius disse que levariam o menino com eles ficou extremamente dividida, parte dela queria que seu Dragão ficasse longe de todo aquele tumulto do Beco Diagonal, mas sabia que ele não podia mais ficar aprisionado dentro da mansão.

Há dois dias Voldemort havia saído, e mesmo com ele longe, Draco não saia de seu quarto e para piorar continuava se recusando a comer. Ela começou evitava olhar para ele, o ato havia se tornado extremamente doloroso, seu menino estava se apagando aos poucos. Ele tinha mudado tanto nessas férias, mas não dava para esperar que ele fosse o mesmo depois de tudo...

- Bom, a última loja é a Floreios e Borrões. – Saíram da loja. – Além dos livros da escola tem algum livro que você gostaria de comprar querido? Draco?

- Desculpe, pode repetir?

- Gostaria de comprar algum livro?

- Ah... Não mãe, obrigado.

- Sabe, pode ser bom ter algo para distrair a cabeça...

Draco parou alguns segundos olhando para ela. A preocupação da mulher era tão visível, ao ponto de ser quase palpável. Ele a conhecia bem demais, conseguia ver por cima do Glamour, que lançou em si mesma, que ela estava exausta.

- É uma boa ideia. Faz tempo que eu não leio um bom livro. – Disse sorrindo levemente. Estava cansado de sentir que sua vida era frangalhos do que já havia sido, mas ele estava mais cansado de preocupar seus pais. Cansado de ver as olheiras profundas que sua mãe vinha escondendo, o peso que Lucius passou a carregar desde o dia em que voltou da missão, ou o ar de exaustão que Severus vinha carregando, por ficar horas e horas produzindo poções do sono para ele.

Os dois caminharam para a livraria. Esta não se encontrava tão vazia quanto as outras lojas, mas Narcisa acreditava que era algo Draco pudesse lidar.

Dentro da loja encontrava-se o trio de ouro. Harry não conseguiu sair da casa de seus tios tão cedo quanto gostaria, então teve de deixar para última hora as compras para o ano letivo, e é claro que a família Wesley não deixaria o garoto ir sozinho ao Beco.

- Hermione eu tenho certeza que vi esse livro na sua mala.

- Essa é uma nova edição Rony, significa que há coisas novas no livro que eu posso não saber ainda. – Rony lançou um olhar indignado para garota que sequer deu atenção e continuou a folhear o livro.

- Dá pra acreditar? – Bateu no ombro de Harry para chamar sua atenção, que somente riu em resposta e voltou a olhar para a estante a sua frente.

Harry ainda não havia voltado a ser o mesmo. A morte de Cedrico o afetou profundamente, e para piorar tudo isso, ninguém acreditar que Voldemort havia retornado. Bufou irritado. Ele não era a merda do garoto-que-sobreviveu? O herói do mundo bruxo? Tudo bem, sempre detestou esses títulos, mas pensou que eles iriam valer alguma coisa. Infelizmente para ele, eles só tinham valor quando era conveniente. E não era conveniente ter pessoas entrando em pânico porque o Aquele-que-não-deve-ser-nomeado havia retornado. Agora o Grande Harry Potter não passava de um grande mentiroso.

Seus pensamentos foram cortados pelo que pensou ser um grito do outro lado da loja. Teve o vislumbre de cabelos loiros conhecidos sumindo atrás de duas prateleiras a sua frente, mas foi rápido demais para que tivesse certeza. Seus olhos permaneceram fixos no local, mas nada confirmava que havia alguém ali. Estava pronto para ir até lá, quando foi chamado.

- Hey cara, a gente precisa ir! Quero passar nas Zonkos antes da mamãe perceber.

- Claro. – Olhou uma última vez para trás antes de sair da loja. Talvez tivesse sido apenas sua imaginação.

Draco estava caminhando entre as prateleiras, livros para si sempre havia sido algo fascinante. Poder juntar tantas palavras no mesmo lugar criando um mundo completamente novo não poderia ser descrito com nada além de fascinante.

Apesar de o ar da livraria o deixar contente, sentia seus pelos eriçarem cada vez que alguém passava perto demais de si. Sinceramente achava patético ter essas reações, mas era algo totalmente irracional. Seu corpo reagia a proximidade dos outros e ele simplesmente não conseguia evitar.

E foi exatamente isso que aconteceu quando um rapaz passou próximo demais de si ao ponto de encostar em seu ombro, antes que pudesse impedir o grito saiu de seus lábios e seu corpo foi ao chão no mesmo instante. Narcisa olhou para trás sentindo sua respiração travar ao ver seu filho tremendo no chão e um rapaz em pé ao seu lado o olhando assustado. Com uma velocidade impressionante chegou a tempo de impedir o rapaz de tocar em Draco.

- Pode deixar, eu cuido dele.
- Ah... eu... Tudo bem.

Narcisa se abaixou ao lado de Draco. Ele estava segurando o cabelo com tanta força que era capaz de arrancar alguns tufos se puxasse, seus olhos estavam marejados, mas ele tinha um sorriso estranho no rosto que assustou sua mãe.

Encantando o inimigoOnde histórias criam vida. Descubra agora