Capítulo 09

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Lucius bateu na porta do escritório. Estava mais atrasado do que gostaria, esperava que isso não atiçasse a raiva do Lorde, tudo o que ele não precisava no momento. Ouviu a permissão de dentro do escritório e abriu a porta lentamente.

Nada no mundo o prepararia para o que iria ver. Seu filho estava na sala, assim como Voldemort, o que por si só já seria uma situação problemática. Mas não foi isso que fez seu sangue gelar. Draco estava deitado de bruços sobre a mesa completamente nu, enquanto Voldemort estava atrás dele. Ficou paralisado sem conseguir processar o que estava acontecendo, ao ouvir o gemido de dor saindo dos lábios de seu filho, o jogou na realidade daquela cena a sua frente.

Draco já estava acostumado com as saídas e entradas dos comensais enquanto ele era torturada incessantemente pelo Lorde das Trevas. Quando ouviu a porta se abrir não se importou com quem fosse que estivesse atrás dela, na verdade nada mais importava para si. Se ao menos pudesse recorrer a morte, mas nem isso lhe era permitido, ou colocaria sua mãe em perigo.

Depois da terceira ou quarta vez ele cansou de chorar durante suas sessões de tortura, ele era apenas um boneco sexual, estático apenas esboçando o mínimo de reação possível. E ao que parecia, Voldemort não gostava nada disso. Lhe causava mais dor ainda, mas saber que não estava agradando em completo o grande Lorde das trevas o motivava ainda mais em conter as lágrimas. Sentiu seu cabelo sendo puxado, o obrigando a encarar os olhos de seu pai completamente em chamas. Naquele instante qualquer resquício de orgulho que Draco tivesse foi completamente destruído. Levou a mão à boca, tentando impedir o soluço que veio a garganta, as lágrimas começaram a brotar no seus olhos. De tudo o que tinha passado naqueles dias, seu pai o ver naquela situação era o pior! Escondeu o rosto entre as mãos apesar de não fazer a mínima diferença, já estava completamente exposto.

Voldemort observou a cena que passava diante de si com brilho de diversão nos olhos, não havia planejado fazer com que Lucius visse o que andava fazendo com o descendente da família Malfoy, mas não é como se tivesse se preocupado com a possibilidade. Quando soube que o outro havia retornado da missão esperou que ele fosse o encontrar logo em seguida, mas com sua demora, não resistiu em chamar mais uma vez seu brinquedinho favorito. É claro que sabia que Lucius poderia chegar enquanto ainda estivessem se divertindo, mas o que poderia fazer? Precisava se distrair.

Lucius sentia tanta raiva naquele instante que sua magia começou a se descontrolar. Aos poucos os objetos na sala começaram a levitar, alguns livros caíram no chão, as velas apagaram com uma forte rajada de ar.

- Algum problema Lucius? - Olhou por cima do ombro vendo o trinco que havia se formado na janela.

Lucius fechou os olhos rapidamente, precisava se controlar antes que acabasse por destruir o escritório inteiro. Então era isso que estava acontecendo em sua ausência, a mansão havia o alertado a todo momento, como ele pode ser tão estúpido em permitir que Draco e Narcisa ficassem sob o mesmo teto que um monstro. Claro que sabia do que o Lorde da Trevas era capaz, mas não cogitou em nenhum instante que ele fosse cometer tal ultraje contra um dos seus. Mordeu os lábios a ponto de sentir o sangue escorrer, podia ouvir os soluços de Draco cada vez mais fortes enquanto seu corpo tremia. Ele iria fazer Voldemort pagar caro, não importava o que ele tivesse que fazer, iria matar ele! Respirou fundo antes de voltar àquela cena perversa, colocou sua melhor máscara, sem deixar transparecer nada estava sentindo.

- Nenhum problema m'Lorde.

- Ótimo... - Soltou um gemido proposital para que o outro ouvisse - Se você me der alguns instantes, terminarei aqui. - Lucius colocou um pé para trás, pronto para sair do escritório. - Não há necessidade que saia.

Encantando o inimigoOnde histórias criam vida. Descubra agora