Capítulo 44 - A Viagem

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Acordo com minha mãe gritando dizendo que estava atrasada.

Afinal, atrasada para que?

Oooh meu Deus, a viagem!

Levanto em um pulo, e corro direto para o banheiro.

—Como você dorme e não coloca o celular para despertar Dona Rebekah?
O James e a Keila estão chegando já com sua mala, o vôo sai daqui uma hora e meia.

—Mãe... Bom dia pra senhora também ta. -digo a beijando e a mesma retribui.

—Bom dia meu amor, mas já pensou se eu tivesse ido trabalhar hoje em, você iria perder a viagem. Falta duas semanas para vocês voltarem a rotina normal, devem aproveitar.

—Eu sei mamis, irei me divertir muito, ainda mais com o Jay e a Keila, irei ligar todos os dias lhe contando detalhadamente, okay.

—Ta bom, mas juízo viu, a Keila já não bate muito bem das idéias e ainda junta com você, que Deus vos proteja.

—Aí mãe, a senhora é comédia. -digo rindo dela e vestindo roupa.

Visto uma calça preta e um cropped preto e uma jaqueta e all star. Chego na cozinha já comendo, estava morrendo de fome, última refeição de minha mãe antes de pegar o vôo. Vou sentir falta deles mesmo que seja por uns dias.
Keila e Jay chegam e conversam e se despedem de todos enquanto ainda estou comendo, não sei quando irei comer de novo, a viagem será longa... Mas espera, ele servem comida no avião né... espero!!!

—Esfomeada, até parece que acabou de voltar da 2° Guerra Mundial, menina vai devagar aí. -diz Keila rindo da minha cara.

—Isso aí é normal Keila, por isso faço sempre uma medida a mais de pão de queijo. -minha mãe diz rindo e Keila mais ainda.

—Nossa, como vocês são engraçadas.

Após todos comerem e eu passar um bom tempo com Jay, chegou a hora fe partirmos.
Me despeço de todos, minha mãe com os olhos cheios de água e meus irmãos dizendo que sentiram minha falta. Sentirei mais a deles do que eles de mim, isso eu sei.

Meu pai e minha mãe nos acompanharam até o aeroporto, antes de entrarmos e fazermos o check - in.

Fizemos tudo que deveria ser feito, e lá estávamos nos se encarando, nossos pais e amigos com o coração na mão só de pensar em ficar alguns míseros dias longe deles. Mas já era hora de nos despedimos, abracei meus pais como se fosse a última vez que os veriam, quase deixei algumas consideráveis lágrimas caírem, mas hoje não.
É a primeira viagem que faço sozinha para fora do país, isso será inesquecível para mim, de fato será pois não é todo dia que vou com o meu suposto namorado. Cara, olha pra mim hoje... Eu não imaginaria que encontraria o Jay por essas estradas da vida, e eu simplesmente to adorando essa trajetória que ela me guiou.

Saio de meus pensamentos e caminho de mãos dadas com o Jay até o corredor que leva diretamente ao avião, e é incrível como minha mente grava cada passo simultaneamente com os de Jay, olho para baixo e pela primeira vez não estou sozinha, pela primeira vez em meu campo de visão vejo minha mão entrelaçadas com as de alguém e seus pés em perfeita sincronia com os meus... Isso me deixa feliz, muito feliz por sinal.

Sentamos e guardamos nossas malas e me deparo encarando o Jay.

— Está olhando o que Ray? -diz em um tom brincalhão, soltando um sorrisão torto.

Gente, esse sorriso faz meu coração pausa em alguns milésimos e voltar mais rápido as batidas em instantes, isso é bem melhor que adrenalina injetada na veia, sem dúvidas.

—Aaaa... Nada, tava olhando a janela do outro lado, só isso. -digo desviando meu olhar para a janela ao meu lado.

—Não fique tímida meu amor, eu amo quando você me observa. -ele se pronuncia bem no pé de meu ouvido, baixinho, como se só nos tivéssemos ali e ninguém mais, nem o som do motor do avião aquecendo para a partida, isso me faz arrepiar dos pés a cabeça.

O encaro novamente e começo a sorrir, quando vou lhe beijar, um ser surpreendentemente inconveniente interrompe, e esse ser é a Keila.

— Olha aqui pombinhos, nada de beijocas, eu comprei as passagens com poltronas perto porque pensei que fosse apenas eu e a Ray, mas você veio  -aponta para o Jay- e não tive como pegar uma outra beeeem longe de vocês, então por favor.

—Ta bem chatinha. -digo jogando um beijo no ar para ela.

Enquanto estou me acomodando na poltrona ouço a voz do capitão dizendo que logo iremos voar, a viagem irá durar cerca de 17h e 35min, pela nossa escolha de viagem. Irei colocar meu sono em dia, sem sombra de dúvida.

A aeromoça passa por nossas poltrona verificando se estamos com o cinto de segurança e pergunta se desejamls alguma coisa, eu estava tão nervosa e agitada que nenhuma comida ajudaria agora. O capitão avisa que iremos pegar vôo, imediatamente eu pego a mão do James e a aperto com uma leve força, o mesmo olha para mim e vê meu semblante dizendo "Cara que medo, isso não vai dá certo, tem como desistir agora?" ele me avalia e sorri sem mostrar os dentes e deposita um beijo em minha testa e diz que ta tudo bem, que ele está aqui... Se bem que não adiantaria nada ele ta aqui ou não, se caso acontecer algo todo mundo morre e ele vai fazer nada além de gritar feito mulher -me pego pensando nisso, logo nessa hora.

Saímos do chão, caramba, como é fascinante a forma que o avião faz  sobrevoando devagar mas com rapidez ao mesmo tempo e com dificuldades por conta da gravidade, realmente vale a pena estudar isso.
Se bem que desde o começo, quando o brasileiro Alberto Santos Dumont construiu o 14-bis, também conhecido como Oiseau de Proie, ele provavelmente não teve a palavra "limites" em seu vocabulário, ganhou vários prêmios e abriu novos horizontes para todo o mundo, deixando claro que  nada é impossível.

E eu parei para pensar que, as vezes eu viajo tanto pensando em meu pensamento que acabo perdendo o foco, literalmente.

A viagem foi resumida em a Keila pedindo uma comida atrás da outra, James jogando Games of Thrones e eu dormindo a grande parte e a outra parte do tempo foi comendo, esse sim é o significado de vida boa!

Chegamos, finalmente!
Logo avistamos nosso motorista segurando uma espécie de placa escrito respectivamente, Keila Martins, Rebekah Martins e supostamente James Houston, estava escrito nessa ordem dessa forma.

—Keila me explica porque ta escrito "supostamente James Houston", não entendo.

—Eu mandei eles escreverem isso para nós identificarmos nossa própria plaquinha, eu não iria arriscar, já pensou se tivesse outra Keila outra Rebekah e supostamente outro James, nananinanão eu evito erros desnecessários.

—Você realmente não é normal, nossa.

Seguimos o motorista até o carro e chegamos ao hotel reservado com o nome da Keila, ficamos com os quarto 180 e 181, ainda bem que haviam vários funcionários que falavam português, fiquei surpresa por isso. Enquanto eu e Keila retirava algumas coisas de nossas malas, recebo uma ligação do Brasil.

—Alô, mal cheguei já ligando pai. -digo sorrindo, feliz por ele ligar.

—Eu to longe de ser seu pai Beka.

—Você...


Continua...

Um Novo Começo! (Pausado)Onde histórias criam vida. Descubra agora