Prólogo

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O vento estava frio e cortante naquela noite. Uma figura trajada de preto observava o horizonte, a visão da floresta sendo engolida pela escuridão da noite passava diante de seus olhos. O Lorde das Trevas estava cansado, não de lutar, estava cansado do Potter que tanto estava lhe causando problemas por simplesmente continuar vivo. E por alguns segundos, Voldemort imaginou no que poderia acontecer se Potter vencesse a guerra.

Ele seria destruído, poderia imaginar. Sentia lentamente cada uma das partes de sua alma que guardara em objetos ser destruída e sabia como o fim se aproximava. Se ele caísse, não haveria ninguém capaz e digno de ocupar seu lugar e completar seu objetivo. Ele não teria sua vida eterna.

E isso não poderia acontecer.

- Lucius! – Chamou com seu tom de voz gélido, tão frio quanto aquela noite.

- Sim, mi Lorde? – Lucius murmurou, tentando não demonstrar tanto medo e submissão, mas era praticamente incontrolável.

- Está vendo isso? – Apontou para frente, a floresta e ao longo a imagem de Hogwarts em toda sua glória.

- Sim, mi Lorde.

- E o que é?

- Algo temporário mi Lorde, logo não haverá mais barreira e Hogwarts ruirá.

- Sim... E se isso não acontecer?

- Mas acontecerá, mi Lorde.

- Sei que sim, mas responda Lucius. Se não acontecer?

- E-eu n-não se-sei, mi-mi Lor-Lorde.

Lucius se praguejou por alguns segundos por ter gaguejado perante o Lorde, mas a simples presença daquele homem o fazia tremer dos pés a cabeça.

- Draco provavelmente seguirá os seus passos, estou certo? – o Lorde perguntou voltando-se novamente a fitar o horizonte.

- Sim, mi Lorde. Ele já o faz, mesmo...

- Mesmo sendo um covarde, apesar de até nisso ele se assemelhar a você.

Lucius suspirou.

- Ele é apenas uma criança, mi Lorde. Está aprendendo ainda.

- Uma criança... – Voldemort murmurou, como se fosse uma grande resposta. – Lucius, soube que está abrigando alguém em sua casa. Alguém que não me segue e nem está do meu lado na batalha.

Lucius arregalou os olhos, sentindo sua respiração começar a falhar.

- N-não, mi Lorde! Quer dizer, sim, há alguém em minha casa. Uma prima distante, seus pais o seguem mi Lorde e ela não é algo com que deva se preocupar.

- Diga-me o nome.

O Malfoy engoliu em seco, respirando fundo.

- Clara Jauregui.

- Então ela não é uma Malfoy.

Não foi uma pergunta, Lucius sabia disso.

- Ela é mi Lorde, apenas não usa por nosso sobrenome.

- Perfeito, traga Clara para mim.

- Mas mi Lorde...

- Obedeça! – rosnou e o homem tremeu dos pés a cabeça.

- Sim, mi Lorde... – se curvou levemente, amedrontado.

- E Lucius... Quero que saia daqui e leve todos os comensais consigo, fui claro? – o Lorde adorava ver o medo nos olhos das pessoas quando o viam.

- Como água, mi Lorde – Lucius assentiu, no fundo sentindo medo pela prima.

- Ótimo, agora suma daqui!

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