Boom

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LAUREN POV

- Expectro Patronum!

Resmunguei balançando a varinha vendo nem sequer uma faísca sair dela. Bufei frustrada, jogando a varinha no chão e grunhindo irritada, não acreditando ainda que eu estava na Floresta Proibida primeiramente apenas para tentar aquilo.

- Expectro Patronum! – Tentei uma última vez após pegar a varinha de volta observando um pequeno feixe de luz deixar a ponta da minha varinha. Gritei irritada jogando a coitada da varinha mais uma vez no chão com o rosto extremamente vermelho e a respiração alterada. – Feitiço inútil...

Ouvi uma risada arrepiante um pouco atrás de mim fazendo cada pelinho do meu corpo se eriçar e eu me virei rapidamente para trás me deparando com o mesmo ser de manto negro que me acompanhara minha vida inteira.

"Por que se preocupa tanto com isso criança?" sua voz gélida perguntou enquanto ele se aproximava de mim com um sorriso sinistro.

- Por que eu não consigo conjurar essa droga? Por que eu não consigo? O que isso tem de tão especial assim? – Rosnei irritada o encarando com meus olhos em chamas.

"Porque esse feitiço é bom demais para que seja capaz de conjurá-lo" sussurrou agarrando meu rosto com uma mão e o apertando, eu sabia que tudo aquilo acontecia apenas na minha mente porque papai ainda era fraco demais para poder estar ali comigo.

- Eu tenho lembranças felizes! – Insisti contra seu rosto e ele riu negando com a cabeça, sua proximidade permitia que eu enxergasse com ainda mais clareza seus olhos vermelhos.

"Tem mesmo?" perguntou irônico descendo sua mão que estava no meu rosto pelo meu pescoço. "Você é minha filha, Lauren. Foi criada com apenas um propósito. O que te leva a pensar que seja capaz de ter alguma lembrança feliz o suficiente para conjurar um patrono? Você é incapaz de amar...".

- É, eu sei, sou fruto de uma relação sem amor e essas coisas... – debochei revirando os olhos e bufando em seguida. – Eu só quero ser capaz de conjurar a droga desse patrono, merda!

"E para quê? É apenas um feitiço inútil, pare de se importar com ele, há coisas mais importante a se tratar...", desdenhou se afastando finalmente de mim e depois sorrindo. "Como o torneio tribruxo! Lembro-me muito bem do último, ahhh... Tão divertido."

- Já me contou sobre isso... O que veio fazer aqui? Você quase nunca aparece e só ontem deu as caras quase três vezes... – murmurei confusa e ele se virou de costas começando a caminhar entre as árvores.

"Venha criança, temos muito que falar..." murmurou e eu assenti, me apressando em meus passos até estar ao seu lado. O cenário de repente foi mudando, as árvores dando lugar a casas. "Reconhece?"

Olhei ao meu redor, estava aparentemente de noite e nevava um pouco, mas nada naquele lugar me remetia familiaridade.

- Não... – respondi negando com a cabaça, nos aproximamos de uma casa e meu pai abriu lentamente o portão que havia ali antes de entrar. – Deveria?

"Sim, porque se tudo corresse como planejado aqui você nem ao menos precisaria existir... Sabe onde estamos agora?".

- Potter... – resmunguei estreitando os olhos antes de olhar para uma janela que havia ali quando ouvi gritos. – Foi aqui que ele te derrotou? Como conseguiu? Era apenas um bebê!

"Potter não era tão extraordinário e especial para me derrotar quando bebê... Estamos aqui para que aprenda uma lição."

- O que? – Perguntei confusa voltando a encará-lo.

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