--- Katherine na mídia ---
"Quando você se levanta pela manhã, pense em que privilégio precioso é estar vivo para respirar, pensar em curtir, amar"
Marcus Aurelius
27 de fevereiro de 2015
Manhã de sexta-feira. Acordei e fui à cozinha fazer um café. Desci as escadas com a mesma calma e distração de sempre. O céu estava limpo, e muito bonito, portanto tudo estava muito bem iluminado e alegre, juntamente com o canto dos pássaros, tão rotineiro quanto minhas manhãs.
Li algumas cartas, conferi minhas mensagens e e-mails, e me troquei. Como de costume, desci pelas escadas os cinco andares do prédio enquanto repetia para mim mesma que aquele dia, assim como todos os outros, seria especial.
***
Gastei cerca de dez minutos. Não demorou muito para chegar ao Central Park, já que moro há quatro quadras daqui.
As pessoas corriam alegremente por todos os lados. Alguns liam livros nos gramados próximos, outros apenas conversavam, e haviam cães latindo e brincando com seus donos. Era definitivamente uma manhã maravilhosa em Nova York. Era.
Estava me preparando para a caminhada matinal, em baixo de uma sombra de árvore frondosa. Liguei meu celular para ouvir algumas músicas como sempre. Já tinha minhas playlists montadas.
De repente, um homem, de estatura média-alta e olhos castanho-claros, com uma barba mal feita e cabelos definitivamente bagunçados e suados se chocou intensamente comigo, sendo capaz de me levar de encontro ao chão, e ele também.
"Claro, o dia estava lindo demais pra que tudo desse certo, algum distraído tinha que trombar comigo", pensei enquanto tirava o sorriso de meu rosto e começava a sentir dores pelo corpo.
-- Ai, caramba, não olha por onde anda não, cara?!
-- Putz, me desculpe...?
-- Katherine, você acaba de derrubar a Katherine no chão..." - disse enquanto procurava pelo meu celular, o qual se encontrava a uns dois metros de distância - ...e quebrar meus fones, que merda!
O avistei, juntamente com os fones esmagados, provavelmente pela bicicleta de alguma das crianças que passaram ali há alguns segundos. Fui em direção a eles para pegá-los.
-- Eu sinto muito pelos fones, Katherine. Na verdade, eu...
-- Não sinta pelos meus fones, sinta pelo dinheiro que vai sair do seu bolso pra substituí-los - já estava furiosa.
-- Claro - o homem ri da situação e busca por sua carteira nos bolsos da bermuda - a propósito, me chamo Jonathan, e me mudei ontem, portanto - estende as mãos a mim com vinte dólares depostos nelas - ando bem distraído, então sinto muito novamente - disse ele rindo.
-- Na verdade eu não acho a situação nada engraçada, Jonathan, meus joelhos sangram e eu preciso trabalhar hoje à noite.
Jonathan olhou para as minhas pernas, que realmente não estavam lá essas coisas. Tive a impressão de que ele, por um momento, pudesse estar analisando a minha falta de coxas.
-- É, aí a coisa fica mais séria...
-- Quer saber Jonathan? Deixa pra lá, ok? Vamos seguir nossas vidas, assim meu dia já vai melhorar significativamente. Corra pra aquele lado enquanto eu vou por este.
Fui embora mancando e pisando duro ao mesmo tempo, com um ódio interior daquele estranho "Jonathan" que acabara de estragar meu dia.
Por outro lado, a situação acabou o fazendo rir mais ainda. E aquilo só fez me irritar mais ainda. Após alguns segundos, parei e dei meia volta em direção a ele.
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Lembrei-me que existem cartas
RomanceKatherine Evelyn Jensen é uma garota ruiva de sardas e olhos verde-oliva que leva uma vida tranquila e estável em Nova York. Ou pelo menos levava, até que em uma sexta-feira, um homem, de estatura média-alta e olhos castanho-claros, com uma barba ma...