Prólogo

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Me pergunto quando passei a escrever cartas que nunca enviei e nunca enviarei. São cartas sem destinatário, para um desconhecido que nunca ao menos existiu. Isso faz algum sentido? Acredito que não, mas não me importa. Não é pra fazer. Essa coisa de sentido é pura besteira.

Sinto que a pessoa das cartas é minha melhor amiga. Nunca me respondeu, entretanto faz com que eu me lembre de nunca sonhar cinza. É essa pessoa que colore meus céus, que me faz amar a monotonia de minha vida. Se não fosse por ela, andaria de cabeça baixa e o chão seria a única visão conhecida por mim. A única que me importaria.

Se isso é um relacionamento platônico? Acredito que sim. Talvez. Não sei dizer com certeza. Não vejo a possibilidade de uma pessoa que não existe me amar de volta, porém, se aquela a quem escrevo todos os meus sentimentos fosse real, não me importaria de ser correspondida. Meu amor não mudaria. Esse é o amor ideal, certo? Que permanece o mesmo não importa o que aconteça.

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