St. Monica, 29 de maio de 2017
Querido(a) ----- (Ainda não decidi seu nome),
Pouco a pouco a primavera vai embora e isso me entristece. Eu gosto desta estação. Ela me dá esperança, limpa meus poros e me dá um gosto incrível de felicidade. Acho que, depois do rigoroso inverno, não há nada melhor que assistir as flores vindo à vida novamente. Tudo ganha cor na primavera, tudo mesmo. Acho que é por isso que eu a amo.
Ultimamente, não tenho muitas coisas novas para te contar e, por isso, não tenho te escrito. Continuo amando fotografia, o primeiro ano, mesmo que esteja terminando, continua uma merda (Assim como o Ensino Médio em geral) e ainda tenho recaídas constantes. Guadalupe acha que eu deveria arranjar uma namorada, mas eu não concordo. Estou bem assim.
Veja bem, eu não quero um amor. Viver um romance, para mim, é a pior coisa que pode vir a acontecer. Você sabe melhor que ninguém o quanto tenho problemas com relacionamentos, o quanto não acredito que possa vir a ficar muito tempo com alguém. Além do mais, não preciso de ninguém além dos meus amigos (Não se preocupe, você é um deles).
Veja bem, a palavra de hoje é shlimazl. Vem do indíche e significa "uma pessoa cronicamente azarada". Não preciso nem dizer que é assim que eu me sinto, certo? Mas eu quero mudar isso. Quero ser otimista e sei que conseguirei, bem, pelo menos espero.
Acho divertido o fato de eu ter um vocabulário tão extenso e nunca precise utilizá-lo. É como um remédio que se tem em casa por precaução, mas sabe-se que ele vai passar da validade ali. Por um lado, é mais divertido assim. Ter palavras morando dentro de você é como ter um mundo na sua mente, um mundo que ninguém vai conhecer porque é algo seu e de mais ninguém. Todo mundo tem suas palavras particulares morando dentro de si e isso é simplesmente lindo.
Por agora, teremos que nos despedir. Foi um pouco rápido e isso é triste, porém eu disse que não tinha muita coisa para te contar. Não sei nem porque eu escrevi essa carta logo hoje, talvez simplesmente precisasse botar alguns sentimentos para fora. No fim, eu espero que você esteja passando bem mesmo que não exista.
Com amor,
Lucia.
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Jogo de Cartas
Novela JuvenilLucia não era uma pessoa introvertida ou tímida, era uma pessoa solitária. Mesmo que tivesse tantos amigos, nunca se sentiu confortável para ser ela mesma e, por isso, passou a encontrar conforto escrevendo cartas. Para quem? Bem, nem ela sabe. Nunc...