A Lua, o Sol e a Verdade - AU - Marichat/Adrinette

Capítulo 5

Marinette

Era uma noite tranquila, como todas as outras, mas, o que havia de especial era ele, que dividia o seu calor comigo. É um pouco estranho, mas, não me incomodo com sua presença, mesmo que ele não esteja preparado para confiar em mim.
Ele estava ao meu lado e eu desenhava em meu caderno de esboços enquanto ele observava.

— O que é isso? — Ele fala com seu dedo apontado para um de meus desenhos.
— Ah... Não sei, essa coisa vive na minha cabeça. — Respondo, até eu estava confusa com isso.
— Hm... Você desenha muito bem — Ele fala e logo começa a olhar meus olhos.
Nesse momento vem uma vaga memória do que aconteceu, foi só um beijinho... Mas isso foi bem estranho pra mim, tipo, sou eu, eu nunca fiquei tão perto de um garoto quanto estou agora com o Chat. Então minhas bochechas coram levemente e eu volto a desenhar.
— O que foi? — Ele pergunta colocando uma mecha de meu cabelo atrás de minha orelha.
Instantâneamente eu coro bem mais — N-Nada — Continuo desenhando.
— Hm... — Ele volta a olhar os meus desenhos.
— E esse aqui sou eu transformado? — Ele pergunta abrindo um sorriso sem mostrar os dentes e arqueando sua sombrancelha.
— É — Falo e continuo desenhando.

Depois de vários minutos o Chat começou a ficar entediado, ele queria chamar minha atenção de todas as formas existentes, possíveis e impossíveis, mas, eu só quero continuar desenhando. Mas deu pra ver que ele não desiste tão fácil.

— Afe, o que é que você quer?! — Falo já irritada.
— Quero fazer alguma coisa — Ele fala fazendo uma careta de tédio.
— Não tem muita coisa pra fazer aqui — Retruco com outra careta.
— Ah vai... Você vai passar seu sábado todo só desenhando? — Ele pergunta como se isso fosse a coisa mais chata que existe.
— Você fala como se fizesse coisas melhores — Respondo.
— Ah, eu faço! Eu... — Eu o interrompo.
— Você luta com monstro sobrenaturais e bla bla bla, já sei, mas, para o seu azar eu não tenho poderes e você está sendo caçado pela polícia — Falo rapidamente.
— Obrigado por lembrar — Ele olha para o outro lado com um pouco de raiva.

De repente meu celular começa a tocar, Chat Noir se assusta com o barulho, e eu atendo.
— Alô? Oi Alya — Falo.
— O-Oi... — Ela responde um pouco nervosa.
— O que foi? — Falo e me inclino um pouco para frente.
— É que... Eu só queria saber... Se você ficaria chateada se... Eu fosse na... — Ela faz uma pausa me deixando já nervosa — Na de festa dá Chloe... — Ela concluiu e eu... Uma parte de mim se desabou, mas, eu quero vê-la feliz mesmo que isso me machuque.
— É... N-Não! Quer dizer, eu não vou ficar chateada! Divirta-se! — Falo fingindo estar feliz por ela.
— C-Certeza?... — Ela fala ainda nervosa e com dúvida.
— Claro! Eu sei que você está louca para ser convidada para uma festa legal faz séculos! Se divirta! E você sabe que eu detesto festas né — Falo com meu convincente teatrinho de amiga feliz pela outra.
— Obrigada! Eu juro que vou te compensar! — Ela exclama muito feliz.
— Não precisa me compensar, divirta-se! — Falo.
— Você é a melhor!

Logo eu desligo a chama e dou um suspiro desanimado acabando com meu teatrinho.
— Uma festa?? — Chat Noir Pergunta animado.
— É... Uma festa... — E eu já respondo desanimada.
— Por que você não vai e me leva junto?? — Tá, ele parece gostar de festas.
— Porque eu não fui convidada, aproveitaram que eu cheguei tarde só para anunciarem e eu não ficar sabendo, mas, fiquei sabendo do pior jeito. — Falo enquanto olho um pouco triste para baixo.
— E quem precisa de convite? — Ele fala com um sorriso provocador.
— Chat Noir eu não vou — Falo olhando para o outro lado com um pouquinho de raiva.
— Aah por favor, tem coisa melhor para fazer em um sábado do que ir na festa do ano? — Ele pergunta tentando me convencer a mudar de ideia.
— Para! Eu não vou e Pronto!! — Grito.
Ele fica em silêncio, e logo eu percebo o que fiz — D-Desculpa... É só... Que eu tô com medo de ir... Só isso — Tento me desculpar.
— Por que? — Ele me pergunta calmamente.
Eu fico em silêncio por um tempo, mas logo decido falar — A Chloe não é uma pessoa muito agradável... Ela sempre faz de tudo para me machucar, eu me mantenho afastada dela, mas parece que ela tem algum Problema mental e não me deixa em paz, chega a ser doentio, esse machucado em meu ombro foi por culpa dela — Falo e levanto a manga de minha blusa.
— E eu não sei do que mais ela é capaz... Eu só não quero ter que aguentar uma dor desnecessária... Tanto psicologia quanto física... — Falo um pouco triste enquanto abaixo minha manga novamente.
— Marinette... — Ele carinhosamente me abraça colocando seu rosto em cima de meu ombro, e eu coro. — Você não pode viver sempre com medo, tem que aprender a enfrenta-lo quando necessário, não vou dizer que está errada em evitar uma dor desnecessária, mas você não pode fugir para sempre do que te persegue. — Ele dá um beijo calmo em minha bochecha.
— Mas... Agora você está falando para mim ou para você mesmo? — Pergunto mas ao mesmo tempo relaxo o deixando me envolver ainda mais em seus braços.
Ele fica em silêncio, ele mau percebeu que aquilo também valia para ele.
Logo depois ele suspirou e disse: — Meu nome de verdade é Adrien.