Capítulo 2 - Sam's Life

8 0 0
                                    



Narradora SAM

- MÃE, VOCÊ VIU MEU UNIFORME? – grito com minha mãe logo cedo, digamos que eu não tenha muita habilidade em conversar com as pessoas.

Me chamo Sam, acabei de me mudar pra melhor escola da cidade e não queria ter feito isso. Deixei vários amigos na escola pública. Tô vendo que logo vou me irritar com os riquinhos da minha nova escola. Ugh, só de pensar me deixa nervosa. Odeio pessoas que se acham melhores do que as outras.

- NÃO VI NÃO SAM! – Minha querida mãe, Lauren, me responde da cozinha.

Procuro em todas as gavetas e logo avisto a camiseta.

- ACHEI!

Me visto com a camiseta do uniforme, um moletom cinza escuro, uma calça jeans preta rasgada e um all-star.

Desço com minha mochila e tomo café rapidamente.

- Mãe, tô indo, tá? Vou de skate – digo a ela, que está terminando de lavar a louça.

- Ai filha, pode deixar que eu te levo, hoje eu vou ter que ir assinar alguns papéis no seu colégio.

Argh, tava pensando em pegar só as últimas duas aulas, tinha combinado com o Tim de andar de skate. E agora?

- Vamos? – diz minha mãe e eu não tenho tempo de negar.

Pego meu skate, coloco-o na mochila e saio em direção ao carro. Ainda está bem cedo, horário que eu e Timothy gostamos de andar na pista de skate, pois não tem ninguém além de nós nesse horário e o Sol ainda não está muito forte.

Chegamos na escola em dois tempos. Vejo vários carros importados com motoristas deixando alunos no colégio e fico pensando se vou aguentar essa realidade por muito tempo. Não me entra pela cabeça o jeito de pensar dessas pessoas. Elas se sentem superiores porque tem dinheiro, mas eu afirmo que dinheiro não faz a pessoa ser superior, o que faz a pessoa ser superior é a humildade de ver que não existe superioridade e inferioridade.

Entro na escola junto com minha mãe e vamos juntas até a diretoria, onde minha mãe engatou em uma conversa longa e chata com a diretora.

Assim que ela assinou os papéis, o sinal de início das aulas toca e eu me desespero. Tenho que achar alguma forma de sair daqui.

Me despeço da minha mãe e subo as escadas e encontro uma biblioteca. Espero alguns minutos e saio da sala, esperando uma brecha para sair daquele lugar.

Enquanto vou descendo as escadas, vejo a menina mais linda subir em minha direção. Ela tem cabelos castanhos e olhos verdes que reluzem esmeraldas. Ela parece ser perfeita.

Ela me encara e me direciona a palavra:

- Que foi garota? Por que tá me olhando assim? – Acho que ela me estranhou, eu devo ter ficado olhando que nem uma tonta, me esqueci que ela é uma patricinha.

Minhas esperanças foram água abaixo e logo volto para a realidade e me lembro de respondê-la:

- Nada não. – e vou para o corredor, onde saio correndo pela porta principal, me esbarrando com outra menina e acabo caindo. Hoje eu tô desastrada pra caramba!

- Deixa eu te ajudar. – ela me estende o braço e sorri, amigavelmente.

- Obrigada. – eu digo, levantando e limpando minha calça.

- Desculpa, mas eu te conheço? – ela me pergunta.

- Não, pelo menos eu acho que não. Acabei de me mudar pra cá. Meu nome é Samantha, mas me chama de Sam.

- Ok, meu nome é Alexandra, mas meu apelido é Alex. Pode contar comigo pro que der e vier. – ela diz e eu penso em rever meus pensamentos sobre todo mundo nessa escola ser chato e mal educado, pois ela me parece ser uma boa pessoa. – Vejo que tá fugindo no seu primeiro dia de aula. – ela diz rindo.

- É, tô meio sem paciência pra ficar sentada vendo professor explicar conteúdo. E eu combinei de sair com um amigo. – eu digo, tentando ser o mais "normal" possível.

- Então tá, já vi que você é rebelde. Vou gostar de ser sua amiga. – ela diz rindo mais uma vez. – Tenho que ir, já vai bater o sinal da segunda aula. Te vejo por aí, Sam.

- Te vejo por aí, Alex. – digo e tiro meu skate da mochila e vou correndo até a pista.

O skate é minha paixão e meu passatempo. É a coisa que eu mais gosto de fazer. Sentir o vento batendo no seu rosto enquanto você anda é uma sensação indescritível. Acho que é mais fácil eu me tornar hétero do que largar o skate.

Assim que chego na pista, vejo que Tim já está fazendo algumas manobras.

- TIMOTHY! Cheguei. – grito e ele me olha e acena em minha direção.

- E aí? Como você tá, patricinha? – ele diz, brincando e eu rio.

- Tô indo. Aliás, obrigada por matar aula comigo, você é o melhor.

- Ai que vontade de vomitar. – ele diz, rindo, após meu comentário fofo.

- A gente vai andar de skate, ou não?

- Vamo!

Nesse momento eu esqueço o resto do mundo e deixo pra depois. Naquele momento só existia eu, Timothy e o skate. Só que algo a mais não saia da minha cabeça. A imagem daquela menina que eu vi na escola se passava em minha mente. Eu tinha que tirá-la da minha cabeça o quanto antes, porque seria melhor pra mim esquecer do que entrar em mais uma desilusão amorosa.

A VIDA COMO ELA ÉWhere stories live. Discover now