Narradora ELI
- Vamos Elizabeth, acorda, você vai se atrasar pra aula. – meu pai diz, batendo na porta do banheiro, me apressando.
- Tô indo. – digo e volto a arrumar meu cabelo, com toda a calma e paciência do mundo.
Coloco uma música pra distrair e perco a noção do tempo e quando vejo já é 7:30 e penso que meu pai vai me matar.
Meu nome é Elizabeth e todos me conhecem como Eli. Tenho 15 anos e estou no ensino médio.
Essa semana tem sido péssima, pois não tenho conseguido fazer nada no colégio sem que Simone me copie. Nossa, como eu acho ela sem graça. Ela realmente não tem mais nada a fazer do que me encher o saco? Eu acho que é uma baita perda de tempo, isso sim.
Mas enfim, me visto com a camiseta do uniforme e uma calça jeans rasgada e vou tomar meu café. Assim que chego na cozinha, meu pai já me olha zangado. Ele odeia quando eu me atraso.
- Vamos logo Elizabeth, você vai perder a primeira aula! – ele me diz e sai em direção do carro.
Não tenho nada a reclamar do meu pai, ele tem dado o máximo dele pra tomar conta de mim, sua filha única. Acho que ele tem se saído bem. Minha mãe faleceu há dois anos em um trágico acidente de carro. Eu e meu pai entramos em uma depressão bem grande, pois ela era um ser extremamente adorável, que sempre tratava todos com muito amor e simpatia.
Tiro esses pensamentos de minha cabeça e continuo tomando café, até que recebo uma ligação e vejo no visor do celular que é minha amiga Tânia. Sempre que eu vejo e falo com ela eu sorrio. Ela é uma amiga maravilhosa, que esteve do meu lado sempre que precisei e por isso eu a amo profundamente.
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Tânia: Alô? Eli?
- Oi miga, fala.
Tânia: Onde você tá, gata? Se atrasou de novo?
- É – sorrio levemente – vou tentar chegar para a primeira aula. Como foi a festa ontem? – digo enquanto me direciono ao banheiro para escovar os dentes.
Tânia: Ai miga, foi maravilhosa, fiquei com um boy.
- Que bom, qual era o nome dele?
Tânia: Então amiga, sabe como é né... eu não lembro. Tô tentando lembrar do nome dele até agora, mas não tá dando certo – diz ela enquanto eu me direciono ao carro, onde meu pai me espera irritado.
- É bem a sua cara Tânia, deve ter enchido a cara também, eu juro que um dia eu te mato.
Tânia: Eu não duvido. Eli, o sinal acabou de bater, tenho que ir pra sala, vai conseguir chegar a tempo?
- Acabei de sair de casa, acho que chego sim.
Tânia: Então tá, a gente se vê daqui a pouco, tchau.
- Tchau.---
Meu pai olha para a estrada e eu vou pegando meus fones de ouvido, apenas esperando chegar na escola, quando ele me pergunta:
- Elizabeth, você acha que ainda está muito cedo pra mim... seguir em frente? – ele pergunta sem tirar os olhos do caminho.
- Como assim? – pergunto sem compreender.
Ele bufa e responde:
- Eu estou pensando em namorar de novo, sair e curtir a vida mais um pouco. – ele diz meio corado, imagino o quanto de tempo deve ter demorado pra ele ter vindo falar sobre esse assunto comigo.
- Nossa pai, claro que eu acho que o senhor deve seguir em frente. Até parece que eu iria ser contra isso.
- Que bom minha filha, que bom.
Chegamos no colégio, onde ele se despede de mim e segue para o hospital onde ele trabalha, ele é médico.
Assim que atravesso o corredor principal, a diretora já me avista e já me chama pra sala dela. Eba, o dia nem começou e eu já vou ouvir sermão, como eu amo essa diretora!
- Srta. Campos, olhe o horário, você está atrasada.
- É, eu percebi. – digo ironicamente.
- Olhe os modos. Vou te dar uma advertência. Suba já para a biblioteca e espere a segunda aula. – ela diz, com seu sotaque francês forte e volta para sua sala.
Sigo então para a biblioteca. Encontrando no caminho uma menina muito estranha, que me encara como se tivesse algo de errado em mim.
- Que foi garota? Por que tá me olhando assim? – digo, estranhando.
- Nada não. – ela diz, olha pro corredor e quando vê que não tem ninguém, sai pela porta da frente e vai embora.
- Menina estranha. – falo sozinha e continuo andando até a biblioteca.
A biblioteca da minha escola é bem organizada e não tem muita variedade de livros, coisa que eu mesma já fui reclamar com a diretoria, mas ninguém me deu ouvidos e até hoje continua a mesma coisa. A única coisa boa daquela biblioteca é que tem computadores muito bons. Tem um menino mexendo em um deles. Eu o conheço, acho que o nome dele é Bill, Bruno, alguma coisa assim. Tento chegar perto dele e ser amigável.
- Oi. – digo, amistosamente.
Ele me olha estranho. Já começo a estranhar, ele é o segundo a me olhar dessa maneira só nos últimos 10 minutos, tô ficando preocupada.
- Por que você tá falando comigo? – ele fala, friamente.
- Nossa, ok, me desculpa, eu só tava tentando ser amigável. – eu digo, saindo de perto dele e indo pra perto da estante com livros do Romantismo.
- Me desculpa – ele diz, baixo, como na primeira fala dele. – É que eu não tô acostumado a ter pessoas vindo falar comigo. A não ser pra me zuar.
Sorrio, mais uma vez, amistosamente e chamo-o para se sentar comigo e conversar.
- Então... como você se chama?
- Me chamo Bruce. Aliás, eu fiz aula de História e de Literatura com você ano passado, Eli.
- Nossa, sério? Como eu não me lembro de você?
- Eu não costumo aparecer muito. Gosto mais de ficar sozinho.
O sinal bate e vejo que tenho que descer pra ir pra segunda aula.
- Tchau Bruce. Te vejo por aí. – digo, sorrindo, para ele.
Achei ele divertido. Muito estranho ele ficar sozinho, tenho que descobrir o que os meninos tem contra ele. Deve ter coisa aí, tenho certeza!
Desço para a sala de aula e chego antes do professor. Vejo Tânia acenando para mim do fundo da sala e vou em direção a carteira que fica ao lado dela.
- E aí miga? Lembrou do nome? - digo a ela, rindo da situação em que ela se encontrava.
- Claro que não amiga. O que eu faço? Eu não lembro nem da cara dele. E se ele for feio? Devo me desesperar?
Apenas dou risada e ela me dá um leve tapa no meu braço.
- Apenas esquece miga, vai dar tudo certo.
O professor adentra a sala e vejo que vão ser longos 50 minutos de aula de física pela frente.
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A VIDA COMO ELA É
Ficção AdolescenteDescubra a vida de Eli, Sam, Bruce e outros adolescentes que cursam o Ensino Médio em uma escola de alto nível em Londres. Em breve, terá uma sinopse digna. Atualizações semanais. Tudo depende do meu bom humor. xoxo s2