Parte 2

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CAPÍTULO 2

" A vida começa todos os dias... "

- Érico Veríssimo

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Onde poderia enxergar o caminho de volta para casa? Será nos pensamentos de que as coisas possam mudar realmente? Ou será na tentativa de superar aquilo que você sabe que não tem mais volta?    Escolher o caminho mais fácil, seria sempre a melhor escolha? Mas, e o final? Já pensou em quantas coisas você pode ter perdido no meio do caminho por simplesmente não ter ARRISCADO? Por não ter dado valor aos mais simples detalhes...

Ele estava realmente demorando para voltar, eu precisava ir procurar algo para fazer, preciso arrumar um jeito de ganhar dinheiro para conseguir sobreviver.., voltar para casa não era uma opção para mim, por mais que eu tivesse curiosidade em saber se meu pai leu a carta e se sentia minha falta. Mas era inútil pensar nisso, afinal, se estivesse sentindo já estaria me procurando, e eu não queria me encher de esperanças sendo que sei que no final irei me decepcionar novamente.

Me levantei da cadeira e me apoiei no balcão procurando algum sinal de Theodor que havia entrado na cozinha, mas não vi nada, resolvi sair dali.

- Até mais Theodoor!! Em seguida sai pela porta, deixando enfim a loja de doces.

Ozzy me observou enquanto eu saia.

  Como ele poderia ter arrumado aquele cachorro? Será que ele mesmo o treinou para obedecer tão bem? Ou talvez já tenha o comprado assim... bem aquilo não era normal! Confiar uma chave a um cachorro, ele deveria conhecer bem Ozzy, nem eu tinha tal confiança comigo mesma, como ele conseguia ter pelo Ozzy, bem, ele era sortudo, pois pelo menos tinha a companhia de Ozzy, já eu... apenas tenho a companhia de ratos imundos que me rodeiam pelas ruas e esgotos sujos, Eu precisava de um banho, então decidi ir ao centro, onde tinha um rio enorme limpo e escondido, era um pouco longe, mas eu precisava muito de um banho, e ninguém notaria minha presença ali.

Demorei um pouco para chegar lá, meus pés já estavam ficando inchados, eu estava usando meu tênis, mas já estavam ficando gastos e eu não podia demorar pois havia deixado minha mala no prédio onde estavam dormindo algumas noites.., ah sim, isso mesmo, devo ser a única ser humana que não confia em si mesma mas confia em deixar sua mala em um lugar abandonado com tudo que eu tenho guardado nela. Mas acho que já estou começando a me acostumar com as pessoas roubando as coisas mais valiosas que ganho... se é que me entende.

Cheguei na ponte, e fui direto para o rio, olhei para os lados e não havia ninguém, tirei minhas roupas e fiquei apenas com as roupas intimas, entrei no rio e comecei a passar a mão pelo meu corpo para tirar a sujeira mais grossa do corpo, claro que não se compara com um banho de verdade com sabão, creme... shampoo. Comecei a sentir uma sensação estranha de estar sendo observada, achei melhor sair e ir embora antes que apareça alguém.

Olhei para a beirada do rio, mas não avistei minhas roupas, mas.., eu tinha quase certeza que deixei elas ali! Droga. Sai rapidamente do rio, e um homem puxou meu braço com força para ele.

- Ora, ora o que temos aqui. Falou o homem que estava vestido de guarda com minhas roupas nas mãos, ele olhava meu corpo. Me deu nojo, esse homem é era um pervertido. – O que uma linda garotinha está fazendo aqui sozinha perto desse rio? Falou ele me olhando de cima a baixo, tentei cobrir meu corpo com minhas mãos, fuzilei ele com os olhos, a raiva estava tomando posse de mim. – Sem roupas.... Falou ele com cara de safado pegando nas pontas do meu cabelo.

Puxei minhas roupas com força de suas mãos, mas ele não queria soltar.

- Solta seu nojento! Cuspi as palavras em sua cara.

O caminho para o céuOnde histórias criam vida. Descubra agora