Capítulo 1 - Ilha

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Isso aconteceu mais ou menos 18 anos atrás...

O governo decidiu que os homens deveriam mandar absolutamente no mundo. Algumas mulheres concordaram, outras gritaram regressão. Muitas dessas mulheres estão mortas agora. Primeiro atacaram elas, todas que eram contra obedecer. Muitas lutaram bravamente e há boatos que as sobreviventes estão escondidas em algum lugar do planeta assim como nós. Depois que nos atacaram, nos torturavam e abusavam pelo simples prazer de nos ver sofrer. Ser o que somos era extremamente proibido. Após falhas tentativas de nos curar, decidiram que o que não tem cura, deve ser morto. As mulheres lésbicas que foram capturadas foram levadas para cativeiros e abusadas, após darem a luz a um ou dois filhos, eram assassinada. Alguns gays, conseguiram escapar e vieram para cá. Para a nossa ilha. Meu pai fazia parte do principal governo do continente, especificamente de relações internacionais. Ele fala mais de 10 línguas. Por isso é o nosso líder. Ao decorrer do tempo meu pai manda um grupo de busca para ajudar outros gays. Ele afirma que o governo não sabe que nós nos concentramos aqui na ilha. O grupo vai encontra alguns gays e volta para cá. Meu pai os recebe e certifica que são um dos nossos.

Eu sou o cara mais novo da ilha, atualmente tenho 17 anos. O cara mais próximo da minha idade é 10 anos mais velho que eu. Ele é o meu melhor amigo, cuidou de mim como se fosse meu irmão mais velho. Mesmo sem amigos da mesma idade que eu nunca me senti deslocado. Onde eu passo sou o centro das atenções, querendo ou não. Conheço cada lugar e cada um desta ilha mesmo que só de vista. Nunca fui a batizados ou nascimentos, mas já fui a alguns funerais. Já fui há um único casamento, foi lindo. Não seguimos padrões, mas temos regras. Temos que ser amáveis e compreensíveis com os outros, sempre. Temos feriados próprios, final do ano acontece peça de teatro. O que eu gosto mais de ver são filmes e séries antigos. Lá é o único jeito de eu ver mulheres, países, crianças, animais selvagens, carros. Lá fora os homens e as mulheres parecem ser tão belos e confiantes. Porem há pouco tipo de belezas nos filmes, ficam sempre na mesma de atores loiros, bem definidos, seja homem ou mulher. Joseph, me disse que la fora sempre foi assim, é como um padrão. Como pode ter um padrão se há tantos tão diferentes e belos na sua maneira? Se bem que... Acho que nós temos um padrão de beleza ou pelo menos uma que todos admiram. Ela é formada pelo tipo físico do meu pai. Pele bem escura ou bronzeada, forte, não só por malhar, mas também por ter trabalhado muito no sol quente para termos casas, água e luz. Barba cheia porque ele diz que ter rosto liso é coisa de bebe e é por isso que eu sou um bebe. Coisa de pai, eu acho. Todos os outros homens se espelham nele. Nos últimos anos qualquer homem com mais de 35 parou de fazer a barba por completo ou quase.

Nossa população anualmente cresce sem pressa e sem mulheres. Faz tempo que eu não penso ou pergunto quem é minha mãe. Quando era menor imaginava que era uma atriz que faz filmes de super-heróis. Espero que o mundo melhore para nós antes de morremos, para eu ter a chance de saber quem ela é.

Mais um navio chegará a nossa ilha hoje, na verdade... Ele já esta aqui.

— O senhor adora olhar os navios que chegam. Será que o príncipe espera a chegada de outro príncipe? — Disse Joseph.

— É sempre bom está de olho em quem chega. Não acha Joseph? — Disse me virando e o olhando. Sua barba rala, seus cabelos castanho escuro cacheados até o queixo, seus grandes olhos. — E para de me chamar de senhor! Sabe que eu odeio isso.

— Desculpe, mas sabe que como chegou novatos na ilha e teremos reunião, quero me acostumar a te chamar assim. Lembra que na última reunião eu te chamei de "Pe" e seu pai me olhou como se fosse me matar? — Ele dizia fazendo uma careta. Joseph me conhece desde que eu era pequeno, ele me alimentou e me deu banho. Ele é apenas 10 anos mais velho que eu. Foi forte o suficiente para aguentar aquilo tudo e seguir meu pai cegamente. Na época ele o via como um herói. Agora eu sei que Joseph tem uma quedinha pelo meu pai.

Príncipe Pedro ( Romance Gay )Onde histórias criam vida. Descubra agora