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Aqui me encontro novamente fechada na casa de banho do meu quarto a encarar-me ao espelho. Já não vejo o que era. A minha pele está pálida, o meu corpo está repleto de cicatrizes, já não tenho brilho nos olhos, estou simplesmente, morta. Às vezes pergunto-me porque é que ainda continuo viva mas também não posso deixar a minha mãe sozinha, mesmo que ela às vezes seja a pior mãe do mundo. Encontrava-me com a lamina na mão e um pequeno corte no meu pulso fez-me esquecer toda esta dôr psicológica que eu estava a sentir. Após o primeiro, seguiram-se dezenas delas. Eu sou um monstro.

NOVO DIA

Acordei e não pensei numa razão para sair da cama de manhã.

"Filipa acorda senão vais chegar atrasada." a voz da minha mãe soou do lado oposto da porta.

Levantei-me e fiz a minha higiene pessoal e logo a seguir vesti umas jeans pretas, uma t-shirt branca e calcei as minhas Vans um pouco velhinhas. Desci até à cozinha para tomar o pequeno almoço e a cada colher de cereais que ingeria, sentia-me cada vez mais gorda.

"Já estás pronta?" a minha mãe perguntou e eu apenas acenei que sim ligeiramente com a cabeça. Apressei-me a ir ao meu quarto buscar a minha mochila e claro os meus fones, coisa com a qual não vivo sem. A minha mãe guiou-nos até à escola deixando-me lá. Caminhei até à sala, vou ter português, yey (ironia). No espaço de minutos tocou e o resto da turma chegou e o professor também, iniciando-se a aula.

A minha turma é uma cambada de pitas com as hormonas aos saltos e rapazes manientos. É por isso que ando sozinha, antes só que mal acompanhada. Eu sou assim. Detesto basicamente toda a gente mesmo sem as conhecer mas também existem pessoas que fazem por isso.

Estava a fazer rabiscos no meu caderno mas a minha atenção foi captada pelo som de alguém a bater à porta.

" Desculpe o atraso professora" um rapaz que eu desconhecia entrou na sala.

" Deves ser o novo aluno, João Carrasqueira?" respondeu o professor e este acenou ligeiramente que sim com a cabeça. O professor apresentou-o. Este deve ser mais um maniento e as pitinhas já estão todas babadas por ele. "Pode-se sentar..." a professora olhou em redor da sala e "Ao lado da menina Filipa." NÃO!

Ele andou até ao lugar e sentou-se. O rapaz olhou para mim.

"Olá." sorriu e eu apenas ignorei e continuei a rabiscar no meu caderno. "Hmm... Podes pôr o livro no meio, é que eu ainda não tenho." desta vez pareceu-me incomodado. Fui rude com ele não fui? Não devia... Aff não quero saber. Eu não respondi e apenas cheguei o livro para o nosso meio.

Após 90 minutos de puro tédio a aula acabou. Apressei-me a sair daquele lugar e andei até à parte de trás da escola, podia ir para o portão mas não gosto. Aquele cantinho era o meu refúgio, sem ninguém a chatear-me, apenas eu, a minha música e os meus cigarros.

Aqui está o primeiro da minha nova fic, a minha primeira história baseada nos Aurora, mais concretamente o João! Espero que gostem dela assim tanto como eu. Deixem opiniões. All the love, C.

young suicide.- João CarrasqueiraOnde histórias criam vida. Descubra agora