The Pride | Final

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Jeon Jungkook - O orgulho.

Era primeiro de setembro quando a mãe de Jungkook deu a luz a um demônio.

Os fios de cabelo eram castanhos, os dentinhos pareciam de coelho e os olhos eram grandes e negros.

Jeon Jungkook era o último dos sete, a jogada final, a chave pra tudo.

Assistir sua vida toda sabendo que quando ele chegasse em seu sétimo dia, significaria o fim de todos nós, não era muito agradável.

Saber que eu despertaria em meu corpo de novo, com meu eu Seokjin morto e meu corpo completamente dominado por uma entidade, me fazia querer me jogar no fogo ardente mesmo sabendo que o fogo infernal não mata demônios e filhos deles.

Jungkook, o filho de Lúcifer, soube muito bem como demonstrar a herança de seu pai.

Aos sete anos, depois de matar seu gatinho, Jungkook se recusava a pedir perdão a seus pais e ao papai do céu.

É claro que primeiramente o garoto fingiu que não foi ele, era orgulhoso demais pra assumir seus erros por isso foi fácil culpar a empregada. Mas depois de ver as imagens na câmera de segurança, seus pais não acreditavam em suas mentiras.

Não havia nada que fizesse Jeon parar de se gabar ou inventar coisas para nunca assumir seus erros.

Durante a infância, era fácil contar a seus amiguinhos sobre os títulos nobres de seus pais que eram advogados. Depois de adulto, ele contava sobre suas aprovações em universidades e os carros que tinha na garagem.

Jeon Jungkook lentamente se transformava em quem ele realmente era, filho de lúcifer.

Para seus pais no começo, não passava de apenas um fato sobre sua personalidade que o tornava um pouco metido e orgulhoso.

O que os dois não sabiam, é que o orgulho não se tratava de apenas um defeito. Era uma maldição, variando de pessoa pra pessoa, mas que em Jungkook, era capaz de destruí-lo.

Aos dezenove anos o garoto já tinha inventado tantas mentiras para não assumir seus erros que se perdia entre elas, esquecia o que tinha dito, as vezes nem conseguia inventar algo coerente.

E no seu aniversário de vinte anos, Jeon ganhou de presente do seu melhor amigo da escola outro gatinho branco dos olhos azuis.

Jungkook odiava gatos, odiava a forma como eles não o obedeciam e não liderar algo ou alguém o deixava extremamente irritado.

E agora, dezoito anos depois, Jungkook se encontrava fazendo novamente algo estranho que lhe proporcionava prazer.

Matar.

Além de se orgulhar, matar era algo que o satisfazia. Ver a forma como o bichinho se contorcia com a falta de ar era como uma diversão pra ele, uma diversão infernal, um fruto da fumaça negra demoníaca que tingia sua alma de escuridão.

Mas Jungkook não era apenas escuridão. Era luz. Mas não uma luz fraca, era radiante, como se o garoto carregasse o sol e a lua dentro de si.

Pra mim era estranho, ver algo puro vindo de um garoto amaldiçoado era completamente sem sentido pra mim. Ver que Jungkook possuia luz fazia uma faísca de esperança se acender no meu peito.

Jungkook não era apenas filho de lúcifer, nos domingos a tarde ele se tornava apenas Jeon Jungkook o filho da advogada.

Porque ali, naquele lar de idosos onde Jungkook lia histórias e cantava músicas, era como se o fogo do inferno ficasse menos quente.

- 𝙏𝙃𝙀 𝙎𝙀𝙑𝙀𝙉 𝙎𝙄𝙉𝙎; (𝘣𝘢𝘯𝘨𝘵𝘢𝘯)Onde histórias criam vida. Descubra agora