UMA BELA MENTIRA¹

12 0 0
                                    

Personagens e lugares pertencem à X-men™

__________________________________________

Lie awake in bed at night
And think about your life
Do you want to be different, different?
Try to let go of the truth
The battles of your youth
'Cause this is just a game

.I.

O rubi incrustado no belíssimo pingente em forma de fênix entre seus seios brilhava vermelho ardente como fogo. Muito mais vivo que os fios de seus cabelos e o scarpin em seus pés.

A elegância perfeita de suas roupas era cansativa. A escolha da maquiagem que deixava seu rosto suave demais ea voz cujos timbres nunca oscilavam, mantendo-se sempre serenos e doces, era irritante.

Pelo menos era o que muitos achavam. E ela sabia.

Tentava mudar, dizendo a si mesma que um copo de cerveja não faria mal nenhum, um tapa na cara demonstrando raiva não era nada demais e cair em lágrimas diante daquele que amava tanto e que preferira fios dourados, afinal, não poderia ser assim tão ruim.

Mas ficava só na promessa de ser menos controlada. Menos justa, menos calma, menos boba. E erguia a taça de vinho na altura perfeita para encostar os lábios no líquido doce que lhe dançava na língua enquanto pensava que ele enxergava os fios dourados em tons de vermelho. Vermelho.

.II.

A bolsa verde não combinava em nada com a sua roupa. Era o máximo que poderia fazer para sair da linha. Deixar de ser tão certinha, perfeitinha. Tão "inha".

E ainda assim, a bolsa tinha quase o mesmo tom de seus olhos. E combinava. Do mesmo jeito que a mão dele combinava perfeitamente na sua quando a segurou na porta de entrada.

"Onde vai?" Seu lado quase rebelde quis dizer que não lhe interessava mais. Mas sorriu, aquele sorriso doce. Perfeito.

"Vou visitar uma garotinha mutante" As palavras soavam serenas no timbre doce. "Acho que vai se tornar minha aluna"

O sorriso que ele retribuiu era lindo. E ela queria muito odiá-lo, mas quando ele sorria daquele jeito o mundo dela parecia fazer sentido. O coração bateu descompassado, dolorido.

"Preciso ir" Disse e passou por ele quando achou que o sorriso perfeito fosse desmanchar. Ainda o ouviu dizer "Boa Sorte". Quis ser fraca e inconseqüente para responder àquilo com um eu te amo. Mas não era fraca apesar de toda a aparência serena e doce.

E ficou em silêncio.

.III.

O cheiro de suor vindo dele não era nojento quando a voz mecânica anunciou o final do testes na sala de perigo e ele subiu até onde ela estava.

O olhar dele desceu dos lábios com um brilho fraco cor de boca às unhas pintadas de cor clara e delicada. Um sorriso sacana dançou em seus lábios, quando ele aproximou-se com aquele sotaque canadense e a mania incorrigível de chamá-la de ruiva.

Ela não se afastou. Nem piscou. O cheiro, a barba por fazer, os braços fortes, a voz rouca e masculina entorpeceriam qualquer sentido. Não os dela. Mas havia aquele sentimento de vingança ─ vermelho como sangue ─ brilhando em seus olhos, se ele pudesse ter notado. Mas não notou.

Puxou-a para perto de si. J'adore misturando com suor. O coração dele dando saltos, o dela batendo tão lento como se fosse parar. Desejava outro homem. Os lábios se tocaram de forma violenta como ela imaginara. O gloss se perdendo entre as bocas, o gosto da saliva ficando amargo. De tristeza também.

Em Outras VidasWhere stories live. Discover now