십 일

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Chaeyoung passou o resto do dia com Mina conhecendo o instituto, as crianças e os voluntários para o trabalho. Apesar de tudo foi um dia interessante, agradável, diferente é claro.
Já era fim de tarde quando elas entraram no táxi pra voltar pra casa. A casa de Mina não era muito longe da escola, as duas desceram juntas do táxi e se sentaram em um banco que tinha na rua, em frente a casa.

-Obrigada pelo dia Mina - ela disse - foi incrível.
-Fico feliz que tenha gostado - sorriu.
-É um trabalho muito bonito que vocês fazem naquele instituto - Chaeyoung sorriu - ficarei feliz se puder ajudar em alguma coisa.
-Só a sua presença lá já é uma grande ajuda - ela garantiu - não viu como Hinata ficou feliz? Ela adorou você.
-Ah, ela é uma menina incrível - riu - e muito fofa.
-Verdade. Aquelas crianças, aquele instituto e o balé são a minha vida - explicou - as únicas coisas que faço direito.
-Não vai começar de novo com essa história né? - Chaeyoung fechou a cara.
-Desculpa - ela fez careta - já parei.

Mina pôs novamente um belo sorriso no rosto, não ia estragar aquele dia se lamentando pela vida complicada que tinha. Devia dar graças a Deus por estar viva, e por Chaeyoung estar ali com ela. Era mais do que ela podia pedir.

-Chae, eu... Eu posso te pedir uma coisa? - Mina perguntou de repente séria.
-Claro - ela sorriu - o que quiser.
-Eu... Eu posso... - ela se interrompeu um pouco nervosa.
-Pode o que? - quis saber curiosa.
-Posso ver seu rosto? - ela pediu.
-O que? - Chaeyoung sentiu seu coração se acelerar.
-Se posso... Tocar seu rosto - ela explicou - quero saber como você é.

Ela ergueu uma das mãos, esperando que Chaeyoung respondesse. Chaeyoung ficou em silêncio um instante, a fitando com cautela. Se lembrou de Hinata, como ela tocou seu rosto mais cedo e a ideia de sentir as mãos de Mina em sua face logo lhe agradou.

-Claro - afirmou com um meio sorriso.

Muito calmamente, Chaeyoung segurou as duas mãos da menina. Ela estava séria, concentrada, sentindo o coração batendo depressa. Chaeyoung pôs as duas mãos de Mina em seu rosto e em seguida fechou os olhos, ela fez o mesmo.
Pondo sua vergonha de lado, Mina começou a traçar o rosto da menina. Primeiro o cabelo curto, liso e sedoso, sentindo sua textura, fazendo um leve carinho que fez as duas sorrirem. Suas mãos então desceram mais um pouco: primeiro na testa, depois mais em baixo. Seus delicados dedos fazendo o contorno dos olhos dela e logo em seguida do nariz. Depois, ela lhe acariciou as bochechas. Era uma sensação extremamente agradável ter as mãos macias de Mina em seu rosto. Não conseguiu conter um suspiro quando sentiu o dedo dela em seus lábios. As mãos de Mina ficaram paradas ali, e ainda de olhos fechados, Chaeyoung depositou um beijo na ponta do dedo da menina. As duas abriram os olhos juntas, a única diferença, era que para Mina tudo continuava escuro, mas seu coração batia loucamente no peito, igualmente o dela.

-Você é linda - ela sussurrou.
-Não tanto quanto você - Chaeyoung disse também em um tom baixo.

A menina sorriu, deixando que suas mãos caíssem do rosto e pousassem em seu colo. Chaeyoung queria que ela continuasse, queria poder continuar sentindo a pele macia dela. A verdade, é que teve de se conter naquele minuto pra não fazer algo de que tinha certeza que se arrependeria depois.

-Bom - Mina disse finalmente pra quebrar o silêncio - acho melhor eu entrar, já está ficando tarde.
-Tudo bem - ela concordou vagamente a fitando profundamente.

Mina se levantou um pouco desajeitada, parecia que o pequeno momento entre as duas havia acabado com seu equilíbrio e ela teve medo de despencar no chão. Não sabia bem porque se sentia daquele jeito, só sabia que gostava da sensação.
Chaeyoung se levantou também, mas não queria ter que ir embora. Todo tempo do mundo não parecia ser o suficiente pra estar com ela, era irritante.

-Vou ver você segunda na escola? -Chaeyoung perguntou.
-Tenho que ir a aula - sorriu.
-Bom, então até lá - ela disse meio desanimada.
-Não se preocupe - Mina sussurrou - vou estar lá te esperando pra me ajudar.

Chaeyoung sorriu.

-Tchau Pinguim.
-Tchau Chae.

Chaeyoung se inclinou e deu um beijo na bochecha dela, a fazendo corar envergonhada. Então, foi caminhando pra longe dela. E a cada passo que dava era como se deixasse pra trás um pedaço do seu coração.

Enquanto caminhava pra casa um pensamento inquietante lhe passou pela cabeça. Por que lhe agradava tanto a companhia daquela menina? Por que estar ao lado dela a fazia tão bem? Ela sabia a resposta bem lá no fundo, mas se recusou a pensar nela.
Era assustador demais, não sabia se estava pronta pra isso, só sabia que queria estar ao lado dela, e isso era o bastante por enquanto.
Em poucos minutos Chaeyoung já estava em casa, entrou em seu quarto e se jogou na cama, revivendo as memórias do dia. Esperava poder passar o resto da sua noite em paz, mas naquela casa, isso era muito difícil.

-Oi tigre - Momo entrou no quarto e se jogou na cama ao lado dela.
-Oi? - resmungou.
-Onde você estava? - perguntou.
-Por ai - respondeu simplesmente.
-Sabe que essa resposta ta começando a encher né? - fez careta.

Sim, ela sabia. Aquela resposta já não estava colando há alguns dias. Uma hora as irmãs dela e as amigas iam acabar sabendo onde ela passava tanto tempo, mas, não precisava ser agora.

-Fala - Momo pediu - estava com uma garota?

Bom, ela podia dizer que sim, mas não precisava dizer quem era a garota.

-Estava - confessou.
-E ela é bonita? - perguntou rindo - não perai , Son Chaeyoung não pega garotas feias.
-Por que você não falar suas asneiras no ouvido de outra pessoa? - ela disse ironicamente.
-Tudo bem, tudo bem. Não quero perturbar você, só queria te pedir uma coisa.

Chaeyoung se sentou na cama pra poder olhar diretamente pra irmã.

-Me empresta cem reais? - pediu com um largo sorriso.
-Eu tenho cara de banco? Caixa eletrônico? - ela perguntou - por acaso está escrito aqui na minha testa "empresto dinheiro"?
-Eu quero dar um presente legal pra Jihyo - Momo disse.
-Vocês não tinham terminado? - fez careta.
-Nós voltamos - explicou - eu estou sem dinheiro, gastei tudo com a minha bolsa.
-E isso não é problema meu - voltou a se deitar.
-Por favor Chae - implorou - eu vou devolver.

Chaeyoung sabia que se não emprestasse o dinheiro, Momo não a deixaria em paz. E também sabia que se emprestasse, não veria mais a cor daquele dinheiro. Momo era uma perfeita caloteira. Mas entre a paz e o dinheiro, ela preferia a paz.

-Na minha carteira - ela resmungou - em cima da mesinha. Se pegar mais que oitenta reais eu juro que mato você, ou coisa pior.
-Tudo bem - Momo sorriu.
-Eu sei a quantidade exata de dinheiro que tem aí - garantiu - inclusive os centavos, então cuidado.
-Eu não sou ladra - fez careta.
-E eu não sou popular - sorriu cinicamente.
-Claro - fechou a cara - e também não é convencida, idiota e...
-Se ficar me insultando eu vou mudar de ideia e...
-Ta bom, fui - e Momo sumiu correndo pela porta.

Chaeyoung trancou então a porta do quarto. Tomou banho, trocou de roupa e foi dormir. Estava cansada, porém feliz. Naquela noite, sonharia com Mina novamente.

Nota: Chaeyoung sonhava com a garota de olhos castanhos, todas as noites desde o dia em que a conheceu.

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Foi na trave!!!!! Udhwhshshsjs sorry

A Bailarina • Adaptação MiChaeng •Onde histórias criam vida. Descubra agora