Trocando De Armas

a fuga

Aquele dia amanheceu tenso no presídio, era o dia em que estavam todos da minha cela e os da cela ao lado cientes do que aconteceria. Todos sabiam o que teriam que fazer. O plano era relativamente simples, alguns dos nossos homens que estavam do lado de fora já haviam pago um dos policiais para desligar a eletricidade por exatos três minutos e meio, assim que soasse a sirene do banho de sol ao meio dia. Tempo mais que suficiente para os devidos presidiários encenarem uma briga para a provocar a distração dos policiais e eu e mais três dos meus  podermos fugir pelo canto do muro em um ponto cego, atravessando a cerca elétrica sem nenhum problema, é claro, com mais um policial pago para fazer a vigilância da fuga sem nenhum problema.
Tudo corria bem até às onze e cinquenta e nove. Eu particularmente nervoso, era novo nisso, afinal o que podia se esperar de um batedor de carteira, preso por atirar e matar acidentalmente em um pai de família?
A Cirene toca. Assim que todos descemos já se vê o tumulto, não deu pra ver muita coisa, Paulo, meu aliado - preso em flagrante em um assalto grande ao banco central da cidade - me puxa pelo braço me vendo distraído e com medo. Avistamos o policial pago no canto bem escondido do pequeno presídio longe do tumulto que já havia se tornado quase uma pequena guerra.
Com o auxílio de uma corda com vários nós, Paulo sobe primeiro, eu vou logo atrás, e em seguida os outros dois que estavam com nós dois, é irrelevante saber muito sobre eles, já que um deles morreu preso na cerca elétrica pois já havia se cessado os três minutos e meio, é o outro foi pego antes de pular pelo fato de ter um cadáver preso à cerca ocupando a passagem.
Havia um carro preto bem abaixo de nós dois do outro lado do muro esperando por nós para concluir a fuga. A corda era grande suficiente para nos ajudar a descer o muro alto do presídio