Capítulo 2

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*Cassiane On*

Acordo com o despertador tocando, são 4:30 da manhã, hoje eu estou indo morar com meu pai (é eu tenho pai) descobri a um ano, e à dois meses atrás ele me convidou pra morar com ele, estou indo porque não aguento mais viver nessa cidade com todos me olhando torto, me humilhando e fazendo da minha vida um inferno. A única coisa que não gostei é que vão mais três garotos, o Henrique , o Henry e o Heitor, eles são irmãos e são uns dos que tornam minha vida em um inferno, o Henrique namora com a patricinha da Valéria, ela é líder de torcida da escola e faz de tudo pra me ver sofrer, ela me chinga, me bate e eu não fasso nada porque tenho medo de perder o controle e me transformar na frente de todos e matar aquela piranha... O Henrique ajuda ela a me bater, e os outros irmãos vivem me pregando peças, eles são como meu irmão Felipe, aprontam e põem a culpa em mim e como sempre ninguém acredita em mim.
Quando eu vim morar com minha mãe(vó) eu passei a usar uma capa preta para esconder meu rosto, no começo minha mãe quis me impedir pois eu tinha que encarar as pessoas de cabeça erguida,mas depois ela aceitou e fez uma capa melhor para mim.
Já são 4:45 vou tomar um banho, enquanto a água cai em meu corpo vou tentando esquecer esses pensamentos. Meu pai virá me buscar as 6:00 tenho tempo de me arrumar e ficar um pouco com minha mãe. Saio do banheiro e vou vestir minha roupa, visto uma calça preta e uma blusa também preta, por último minha capa que não pode faltar. 
Vou para cozinha e lá está minha mãe fitando o café deve estar voando em seus pensamentos.

-Bom Dia mãe - digo e dou um beijo em sua bochecha.

-Tava pensando em que?- perguntei.

-Nada querida, só estava pensando em como vou sentir sua falta.- diz com o olhar triste.

-Não fique assim mãe, vou sempre te ligar, prometo. E  quando der venho te visitar.-digo a abraçando.

-Espero que sim, sente-se e tome seu café.

-Vou sentir saudades da sua comida.-disse enquanto sentava na mesa.

-Então aproveite, vai que demora para nós nos vermos novamente.

-Vou aproveitar mesmo!- eu disse.

Ficamos conversando até alguém buzina, deve ser meu pai. Subi correndo para pegar minhas coisas, dei uma última olhada no meu quarto, passei metade da minha vida aqui, eu havia decorado do meu jeitinho, era minha zona de conforto, mas é hora de ir embora, vou sentir saudades daqui. Peguei as malas que estavam sobre a cama e logo desci. Minha mãe já está na porta me esperando, meu pai assim que me viu veio em minha direção, eu não estava com a capa cobrindo o rosto, afinal, ele é meu pai.

-- Como você está grande e bonita! Você se parece com sua mãe.- Ele disse.

-- Mas minha mãe não tem nada à ver comigo.- Eu disse e percebi minha mãe(vó) encarar ele.

-- Ah... é... é que faz tempo que não vejo sua mãe... vamos?

-- Vamos!

Olhei pra minha mãe(vó) e ela já estava com os olhos marejados, lhe dei um abraço enquanto meu pai guardava as malas dentro do carro. Evitei muito contato porque se não eu também iria chorar, odeio despedidas.

-Tchau minha querida, não esquece de ligar quando chegar.-
Disse ela com a voz chorosa.

-Tchau  mãe, vou ligar sim, Beijos- disse já entrando no carro.

Meu pai deu partida e fomos.

-como foi esses últimos anos? - perguntou tentando puxar assunto, seus olhar continuava fixo na estrada.

-péssimos pra ser sincera.-respondi.

-mas porque?

-depois de eu ser abandonada pela minha mãe, minha vó me acolheu, mas na escola minha vida só piorou, todos me humilhando, me jogando na cara que fui abandonada foi muito ruim.

-você tem uma ligação muito forte com sua avó né?- perguntou dessa vez me olhando.

-Sim, minha avó foi tudo para mim esses últimos anos, foi pai e mãe.- respondi lembrando dos momentos em que passamos juntas ela quem me ensinou tudo que sei, mas minha resposta saiu meio que um insulto então ele não respondeu, apenas continuou a olhar fixamente o caminho. Até que cortou o silêncio mudando de assunto.

-Vou passar na casa de um amigo para pegar os filhos dele. Você os conhece? É o Henry, o Henrique e o Heitor.

Oque?

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