PRESAS ( 21 )

114 8 0
                                    

Helena:

Depois que eu "resfriei a cabeça" um pouquinho, decidi voltar pra casa, afinal já está escuro. Olhei em volta e percebi que eu acabei andando um pouco mais além do jardim botânico sem ao menos perceber.

  Na verdade eu estou muito além do jardim botânico e consequentemente da minha casa. Já está escuro então eu estou com um pouquinho de medo. O bairro que eu estou agora é mau iluminado e tem um aspecto de antigo, perto de uma esquina tem uma casa que parece ter sido destruida, como se alguém tivesse jogado uma bomba lá. Tem sacos de lixo ne um canto da mesma esquina e várias moscas voando por cima.

  Fiz uma cara de nojo ao reparar naquilo. Eu vim andando enquanto pensava e sequer me dei conta que estava passando dos limites do meu bairro.

  Tapei minha boca pra não dar um grito de medo quando ouvi barulho de passos vindos na minha direção.

  O barulho desses passos estava acompanhado com um barulho horrível que se parecia com unhas arranhando algum tipo de ferro. Unhas muito grandes... ou facas.

  Arregalei os olhos com esse pensamento, será que algum ladrão me viu aqui e achou a oportunidade perfeita pra ganhar dinheiro ?

__ Q... Quem está aí ? - perguntei com a voz trêmula e ouvi a resposta em eco.

__ Vítimas... - a pessoa falou com escárnio e deu uma risada em seguida

__ Sempre fazem as mesmas perguntas idiotas e clichês.

  Uma segunda voz mais grave falou isso e deu uma risada muito sinistra. Olhei pros lados pra ver se eu conseguiria escapar e me surpreendi ao ver que estava em um beco sem saída. Eu não estava perto de uma esquina até agora? E eu nem andei.

__ Surpreendida pelo local querida ?

  Uma voz falou perto do meu ouvido, me fazendo dar um pulo pelo susto e pelo medo. O dono da voz era um homem extremamente branco e musculoso, que me olhava com certa diversão.

__ Como... Como eu vim parar aqui ? ( tentei fazer minha voz sair firme e falhei )

__ Isso é um segredo de estado querida Helena.

  Um outro homem falou isso e apareceu, esse diferente do outro é negro, com um corte estilo militar no cabelo. Fiquei surpreendida, como esse homem sabe meu nome ?

__ Como sabe meu nome ?

__ Você é muito previsível Helena, tente tornar essa brincadeira mais difícil que eu talvez te dê mais uns minutos de vida.

  O homem branco e musculoso falou e eu tremi. Eu iria morrer ?

__ Oque vocês querem comigo ? - perguntei ainda vacilante.

__ Uma coisa muito preciosa que corre pelas suas veias. Estamos famintos. - o mesmo homem falou e passou a lingua nos lábios oque me fez ficar com nojo

__ Vocês estão famintos por... - enguli em seco - sangue ?

__ Não é preciso ser muito inteligente pra saber disso né Helena.

  O homem falou e passou o dedo ne um lugar que eu sei que tem uma veia em meu pescoço. Eu me apavorei. Será que isso é algum tipo de ritual que eles fazem ? Aprisionar suas vítimas em um beco e matá- las pra doar o sangue a algum tipo de falso deus ?

__ Isso não é um ritual Helena, e não existe nenhum tipo de deus que poça tirá-la daqui. - o cara negro falou.

  Como ele fazia aquilo ? Parece até que ele pode ler meus pensamentos. Mesmo em tal perigo eu balancei minha cabeça em descrença, é claro que ele não pode... Nenhum ser humano pode ler pensamentos.

Ligados Pela VidaOnde histórias criam vida. Descubra agora