Fogo Ardente - Refúgio

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A muitos anos atrás eu era uma criança feliz, mas em uma noite muito escura um homem estranho entrou nossa casa, era por volta das 9 horas da noite, minha mãe ainda dormia no quarto ao lado quando ouvi o trinco da porta dos fundos cair, levantei assustada e em pequenos passos no gelado piso de ceramica, fui chegando no corredor, por um segundo pensei em voltar para minha cama quentinha e fingir que não tinha ouvido nada, aquele papo furado de bicho papão nunca que me deixaria preparada para essa noite, a movimentação na cozinha indo para sala mostrava que poderia ter algo pior que o tal do bicho papão.

O Tic Tac do Relógio deixar meu estômago turbulento, abri a porta do quarto ao lado onde minha mãe se encontrava totalmente acordada, logo me levou para dentro do guarda-roupa e disse que iria resolver um "problema" e logo voltava, eu apenas acenei com a cabeça em completo silêncio, minha mãe fechou o guarda-roupa deixando apenas um centímetro de brecha que usaria para ficar observando e saiu do quarto, não passou muito tempo quando o grito estridente da minha mãe começou, tampei meus ouvidos assustada começando a soluçar e com lágrimas escorrendo pelo meu pequeno rosto.

Aos meus cinco anos ouvi minha mãe ser morta, isso é uma constatação do óbvio que aconteceu naquela noite, mas me aterrorizou por muito tempo.

Minha respiração agitada, meu coração estava a mil, o medo ja havia se instalado a muito tempo no meu peito, minha garganta estava travada, meu corpo tremia tanto quanto os galhos de árvore ao vendo e nesse momento eu saí do guarda-roupa, com as mãos bem grudadas na boca para não fazer barulho, fui até a porta do quarto, passei pelo corredor na total escuridão, desci bem devagarinho as escadas do segundo piso, finalmente quando eu cheguei na sala vi o corpo da minha mãe no chão, as roupas da minha mãe estavam totalmente rasgadas, o corpo cheios de ematomas e suas partes intimas estavam expostas e com algum líquido estranho saindo, o homem que invadiu a casa estava parado não muito longe do corpo ja sem vida, seu rosto era totalmente assustador e estava com pouquíssimas peças de roupa, quando ele me viu deu um sorriso enorme para mim, eu poderia ser muito ingênua, mas com nenhuma duvida aquela pessoa era alguém muito ruim, e que eu não devia chegar perto dele, quando ele deu um passo em minha direção, eu estava tão assustada que não conseguia me mover.

Nessa noite eu descobri duas coisas, os contos de fadas onde o herói salvava a mocinha eram todas mentiras inventadas por adultos, e por segundo foi os meus poderes.

Meus olhos que escorriam tantas lágrimas e mostravam o pavor do que aquele homem horrível iria fazer comigo se aproximando de mim cada vez mais perto, fez com que um estalo acontecesse em mim e então fogo saiu forte e rápido das minhas pequenas mãos, tanto o homem, quanto o corpo da minha mãe ao chão e até a casa queimou, continuava sem conseguir me mexer e muito menos fazer alguma coisa para parar o fogo, após os constantes gritos do homem cessar, ele caiu de joelhos e então caiu com o corpo todo carbonizado, eu estava no meio da casa pegando fogo, a fumaça comecou a embaçar minha visão e eu comecei a perder o ar, tentei correr, e enfim meu corpo se mexeu, andei até a porta e fiquei batendo minhas mãos com o máximo de força para tentar abrir a porta, não tinha altura para chegar a maçaneta e as forças estavam esgotando, apenas o barulho da madeira queimando existia agora, eu chorava e tossia em frente ao fogo, não sabia como lidar com tudo aquilo, meu cabelo Já estava quase completamente queimado, e meu corpo tinha várias queimaduras, que ardiam muito, mas eu não conseguia sair daquele lugar.

Em pouco tempo o fogo já tinha se espalhado por toda a casa uma quantidade de luz azul e vermelha comecou a piscar pela janela, e um grande Bombeiro em roupas laranja entrou na casa, me colocou em seus braços me levando para fora, um outro jovem de laranja que estava com ele, utilizou o poder da água para apagar o incêndio, aquela foi a primeira vez vendo alguém usar seus poderes.

Fui levada para dentro de uma ambulância gigante que tinha as luzes brilhantes, colocaram um "cobertor" estranho prateado em mim e uma mulher de roupa branca usou o seu poder de cura em mim, em poucos segundos as queimaduram sumiram e a dor passou, a moça passou as mãos em meu rosto delicadamente tirando as foligens e deu um pequeno sorriso tentando me tranquilizar.