Outra vez Chris?

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  Entrei no elevador e apertei o botão número 4. Sempre fico com um friozinho na barriga quando o elevador está saindo do lugar. Fica dando a impressão de que vai cair com você dentro..

Depois de alguns segundos, o elevador parou e abriu. Caminhei por uma sala que mais parecia uma recepção, pois havia alguns bancos de espera, e havia uma mesa igual a da moça lá embaixo, porém não tinha ninguém sentado lá. Vai ver ali é lugar de alguma secretária que ainda não chegou, ou de repente foi ao banheiro, sla rsrs.

Olhei em volta, e segui pro canto da direita. Havia uma grande porta lá de madeira maciça. A porta estava fechada, e então resolvi toca-la, pois poderia se abrir se estivesse destrancada. Assim o fiz. Toquei na porta a empurrando devagar e ela ia se abrindo. Entrei e antes de olhar pra sala, me virei para fecha-la novamente. Quando olhei pra frente, Chris estava beijando uma mulher em sua cadeira. Eles não notaram minha presença.

Fiquei parada ali por alguns segundos esperando que notassem minha presença, mas isso não aconteceu. Pelo contrário, eles continuaram se beijando e se agarrando. Fiquei muito desapontada ao ver que a promessa que Chris fez sobre não cometer o mesmo erro foi em vão.

Não ia ficar assistindo aquela ceninha igual aconteceu no dia da festa. Abri a porta e olhei pra trás pra ver se finalmente notaram que eu estava presenciando tudo, mas NÃO!

Saí da sala me segurando pra não chorar, entrei no elevador e cliquei no botão 4, mas antes que a porta se fechasse, vi Chris lá na frente "conferindo" se alguém havia passado por sua sala. Quando seu olhar veio até mim, a porta do elevador se fechou.

Não é possível que Chris seja esse cafajeste que estou começando a acreditar que seja! Ele está com minha mãe, não tem que trai-la! Ao invés de tristeza e raiva, o sentimento que me afetou agora, foi decepção.

Assim que a porta se abriu, saí do elevador e passei pela mesma sala em que a moça havia me atendido. Ela ainda estava lá.

"-Ué, já foi?" -perguntou.

"-Sim. Não precisa avisar à ele que estive aqui. Ok?" -pedi sem tentar demonstrar o desgosto que eu estava naquela hora.

"-Tudo bem." -disse com a cara meio sem entender oq estava havendo.

"-Até mais!" -me despedi e saí andando rápido.

Do outro lado da empresa, havia um ponto de ônibus, e foi lá que eu desci quando o taxista me levou. Chamei um táxi e 10 minutos depois ele chegou.

Cheguei em casa 14 minutos depois.

Me sentei na escada do corredor e começei a chorar. Não estava entendendo o pq aquilo estava acontecendo "comigo".Sei que minha mãe que é a esposa dele, mas estou sentindo na pele mais que ela. Afinal, ela nem sabe oq está acontecendo. Queria contar pra ela que o CHRIS a está traindo. Mas, acho que se eu fizer isso, é provável que eles se separem e eu nunca mais veja ele. Não quero que isso aconteça, mas eu também não quero ficar escondendo coisas desse tipo pra minha mãe. Acho que estou em cima do muro, pq se eu não contar à ela, estou protegendo o Chris, mas acho que na verdade, estou sendo egoísta, pois quero que minha mãe continue com ele, só pra mim continuar vendo-o todos os dias.
Não sei oq fazer! Acho melhor deixar o tempo definir isso. Enquanto isso, terei que aguentar essas situações acontecerem.

Olhei as horas no celular, e eram 13:50hrs da tarde ainda.

Troquei a roupa, e limpei a maquiagem com um lenço umedecido. Fiquei assistindo programas aleatórios na tv, quando ouvi algumas batidas na porta.

Fui lá atender, e era a Amanda.

"-Oi." -falei com a voz um pouco mais baixo que o normal, devido ao choro. "-Entre." -disse abrindo caminho pra ela entrar.

"-Lauren, pq estava chorando?" -perguntou assim que entrou.

"-Eu não estava chorando." -tentei disfarçar. "-Deve ser só impressão."

"-Lauren, te conheço há algum tempo já, então nem tente me enganar!" -disse.

"-Pode se sentar." -falei e nós duas nos sentamos no sofá.

"-E então, vai me contar oq está acontecendo?" -perguntou. "-Nem adianta mentir, pq sua cara de choro faz questão de não disfarçar." -comentou.

Nessa hora, começei a chorar. Me sentei com a cabeça apoiada nos joelhos.

"-Ai miga.. se você soubesse.." -falei chorando. "-São tantas coisas, que nem sei por onde começar.."

"-Começa do início então miga." -disse passando as mãos pelos meus cabelos.

"-Eu, eu estou apaixonada pelo meu padrasto, o Chris, e não sei oq fazer!" -falei tudo de uma vez.

Ela ficou em choque com a notícia, mas logo se recompôs.

"-Calma miga, olha isso é normal, eu acho.. Não precisa se desesperar só por causa disso, fique mais tranquila." -falou.

"-Não é isso, é que ele está traindo minha mãe, e eu nem sequer posso avisa-la sobre isso, pq se não correria o risco de eu nunca mais ver ele de novo, e eu não quero que isso aconteça! NÃO QUERO!" -falei chorando mais ainda.

"-Nossa, é bem mais sério que eu achei que fosse... Não sei nem oq dizer.." -falou.

"-É, eu sei.." -falei limpando as lágrimas.

"-Mas não fica assim não, tudo isso vai passar!" -consolou.

"-Espero que sim, pq não está sendo fácil esconder meus sentimentos.." -falei. "-Ainda mais quando o pego traindo à mim." -completei.

"-Não fica assim não, miga. Vamos ver no que isso tudo vai dar.." -disse.

Ela ficou aqui à tarde toda e quando deu 20:34hrs da noite, ela foi embora.



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