Gevoudan é uma província que se encontra na parte litorânea da França, essa província sempre foi pacata, nada acontecia de muito agitado. Até a chegada daquela criatura, que viria a matar milhares de pessoas. Depois de uma noite agitada, noite essa que teve desde julgamento de bruxas, até padre deixando a igreja.
Na madrugada daquele mesmo dia, 30 de junho de 1764, uma chuva forte caiu sobre a cidade, chuva essa, realmente forte e com direito há muitos raios e trovões. Algumas pessoas mais supersticiosas acreditavam que chuvas assim eram sinal de mal presságio. Talvez elas não estivessem tão equivocadas assim. Pela manhã, ainda do mesmo dia, o sol ainda nem tinha nascido direito e o sino da igreja local tocou. Todos da pequena província sabiam que os sinos só tocavam quando tinha missa. Então os aldeões correram até a igreja para ver o que estava acontecendo, quando chegaram, viram uma menina de uns 14 anos.
– Como ela morreu? – O pai da garota se aproximou do padre que ainda estava em choque olhando para o corpo dela todo destroçado.
– Foi a Besta... um animal... Nunca tinha visto animal mais feroz. – Respondeu o padre.
Realmente a Besta era um animal muito violento. A pobre garota estava com marcas de arranhões profundos pelo corpo todo, que estava completamente aberto e até faltava alguns órgãos. Os braços e pernas estavam com mordidas enormes e profundas, assim como as marcas em seu pescoço. Os longos cabelos grudados nas vestes que agora estavam em tom vermelho rubro, a pele em um tom de branco meio roxeado.
Alguns meses depois, a Besta já tinha feito muitas vítimas, em sua maioria mulheres e meninas, em alguns casos eram visíveis marcas de violência sexual.
– Não sei mais o que faremos. – Um dos conselheiros do tribunal inquisitório disse para o padre com um olhar de preocupação.
– Olha, não sei, mas temos que continuar a procurar esse monstro, padre. – Falou enquanto olhava para o homem com uma expressão séria.
– Padre, e o irmão Jean, como ele está, depois daquela noite terrível?
Enquanto o homem comentava sobre o ex-membro da igreja, o Padre continuava ali sentado em uma pequena poltrona de madeira escura com estofado preto. O homem estava pensando em uma maneira de pegar a Besta.
Não muito longe dali, em uma taberna, alguns homens bebiam enquanto falavam sobre os acontecimentos dos últimos meses.
– Devemos organizar uma busca para caçarmos a Besta. Viu quanto o rei está dando pela cabeça do monstro? – Disse um dos homens, que estava bebendo com os amigos em uma das mesas de madeira espalhadas no interior do lugar sujo.
–Sim, temos. – Um outro homem disse enquanto olhava para o cartaz de procura-se que tinha na parede da taberna, da Besta.
– Certo, vamos ao anoitecer. – Disse o primeiro.
– Perfeito! E eu tenho a pessoa certa para comandar a nossa busca. – Outro homem falou, enquanto entrava na taberna. Recebido com muita gritaria.
– A minha querida irmã, Marie Jeanne. – O homem falou abraçando a irmã. Ele estava com muitas saudades da moça, fazia muito tempo que eles não se viam. Sebastian era militar, ele estava em uma missão junto com o exército francês.
– Sebastian. – Uma moça magra e alta com lindos cabelos castanhos e com pele bem clara correu para abraçar o irmão.
– Saudade, irmãzinha! – Falou Sebastian, enquanto abraçava e beijava a testa da jovem.
– Saudades de ti também, Sebastian! – Falou Marie enquanto se aconchegava no abraço do irmão.
– Como está, irmãzinha? O que faz aqui e que roupas são essas? – Perguntou o homem, ao notar que a irmã estava trabalhando na taberna, e suas vestes já não eram os vestidos que ela costumava usar. Agora ela estava vestindo uma blusa branca de mangas compridas e um vestido azul estilo jardineira por cima, os cabelos estavam soltos em lindos cachos castanho avermelhados. Sebastian sentia que tinha ficado há mais tempo longe da irmã. De fato, ele havia ficado alguns meses fora, mas não imaginava que em tão pouco tempo poderia acontecer tanta coisa, como havia acontecido nos últimos meses em Gevaudan.
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A Dama de Gévaudan
TerrorTalvez a chapeuzinho vermelho estivesse atrás do lobo e não correndo dele