thirty one

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Park Jihoon

Eu sou a pessoa mais trouxa do mundo. Mesmo depois de tudo que Woojin fez, eu não consigo desistir dele um minuto sequer, e isso explica o por quê de eu estar na frente da porta dele neste momento.

Como uma pessoa intrometida na vida dos outros, obviamente eu sabia onde ficava a chave reserva, e vamos falar a verdade, não era um lugar tão criativo como eu esperava. É apenas embaixo do tapete. Peguei a chave dourada na mão e entrei na casa do deus grego coreano. Tirei os sapatos e coloquei-os na minha mãe, subi as escadas de fininho e me deparei com a porta de Woojin no topo. A porta estava entreaberta, e repetindo: eu nem sou intrometido. 

Coloquei o meu rosto de anjo - risos - na abertura e olhei para dentro. Woojin tinha o celular jogado nos pés da cama, enquanto reclamava de alguma coisa que não consigo decifrar. Ele coçou os olhinhos dele com as mãos e bufou alto. 

- 'Tá parecendo doente. - Falei ao entrei no quarto.

- Ah, sério? - Blefou. 

- Cara, seja um amor comigo, porque eu vim aqui na boa vontade.

- Veio por que quis.

- Então é assim? - Falei dando passos para trás. - Eu 'tô indo, boa sorte.

- NÃO! - Gritou, esticando seu braço. - Eu preciso de ajuda.

- Eu sei meu querido, não é a primeira vez que você fica assim. - Me joguei em cima da cama, aka, em cima do Woojin.

- Você quer fazer o favor de sair? 

- Não. - Falei me jogando para o seu lado e abraçando-me em seu braço.

- Jihoon...

- Não começa, guri. - Reclamei. - Eu vou te matar a paulada, 'tu te cuida.

- Você 'tá ousado, não acha? - Virou para mim.

- A gente podia fazer uma outra coisa com minha ousadia, não acha? - Aproximei o meu rosto do dele.

- Que tal a gente descer, e você me fazer uma sopa? - Caiu da cama, apressado que dói. 

- Tudo bem. - Saí com dois pulinhos e segui atrás dele.

Quando chegamos na cozinha, tentei pôr meus dotes culinários em prática. Vesti o avental da minha sogrinha linda, e peguei as panelas da cozinha dela. Ia fazer a famosa sopa da ressaca. Aquele pau no cu do Park iria aprender a não beber mais. 

- Vai demorar muito?

- Ixi, meu querido. Você 'tá achando que eu 'tô aqui por que eu quero? - Falei botando as minhas super-colheres ajudantes para cima. - Pode espera aí, que eu não 'tô com paciência 'pra te ouvir enchendo meu saco.

- Aish... - Resmungou baixo.

- Falou alguma coisa?

- Não.

Depois de longos minutos esperando aquela sopa ficar quente, eu finalmente pude servi-la e mostrar para Woojin que nunca se brinca com uma naja fina como eu. Coloquei o prato branco junto com o molho vermelho na frente dele com um sorrisinho infernal de quem quer que todo mundo morra.

- Coma bem. - Fui para o outro lado da ilha da cozinha e comecei a colocar as coisas na pia para lavar depois. 

Ele pegou a colher sem desconfiar de nada, coitadinho. Pegou um pouco da sopa e foi em direção a boca. Vocês tinham que ver, ele ficou mais vermelho que as pimentas que eu tinha colocado na sopa. 

- VOCÊ FICOU LOUCO? - Gritou. 

- Depois que terminar a sopa e de lavar a louça, suba lá no seu quarto, eu vou ver Supernatural. - Falei subindo as escadas.

Falarei a verdade. Woojin parece uma lesma de tão lento que é. Eu teria conseguido assistir quatro episódios inteiros, mas o infeliz chegou no meio do último e começou a reclamar, dizendo que não entendia nada e era para assistirmos um filme. O que resultou nele dormindo no meio da tarde que nem um condenado, e eu tendo que arrumar a cama dele como se fosse uma empregada. 

- Ya, Woojin! - Falei quando terminei, mesmo sabendo que ele estava dormindo. - Goste de mim, por favor.

Saí de lá, deixando a porta entreaberta como tinha encontrado quando cheguei. Eu só espero que ele não tenha escutado o que eu disse.





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