Abaixe tuas mãos, silencie tua voz.

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Tu me arrebatou quando se foi sem nem se despedir,

na mesma intensidade em que me fez tua no momento em que apareceu.

Sereno era o teu olhar que me despia,

fortes eram suas palavras de raiva contra mim.

Fazias tu com que eu me sentisse uma imundiça,

e agradecia eu aos céus pelo teu sorriso ao me ver sendo o que tu esperava de mim.

Estaria eu, enganada?

Não me amavas teu grandioso e honroso coração?

Diziam que amor era sustento.

Seria mesmo isso?

Será que os empurrões e socos no estômago eram gestos de carinho?

Sentia eu que deveriam ser, mas não eram.

Não me lembro de ter demonstrado afeto sem me estapear a face.

Meu amor por ti nunca me fez querer machucá-lo de maneira alguma.

Por que queriam eles que eu acreditasse que eu era a mulher que sonhava tu, em casar?

Talvez te fosse conveniente uma segunda mãe, uma empregada sem salário.

Mal sabias que eu mesma já me adiantava.

De mala e cuia, vazei-me com o que me sobrou em mãos e sem piedade deixei-te chorando no cama de casal.

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