Ao chegar no baile a primeira pessoa que eu observo de longe é o Diego, sentado lá no camarote, parecia estar meio desanimado pra o baile, o que é bem estranho pra os caras daqui. Ele levanta seu olhar e bate de frente com o meu, então ele se levanta e vem em minha direção.
- Coé, preta – Ele me cumprimenta – Vamo ali conversar rapidinho?
Olho pra Carina e ela concorda com a cabeça e sai indo até o camarote, indo ver o PD. Saímos de lá e fomos pra um lugar mais reservado.
- Qual foi? – Pergunto olhando pra ele e ele se aproxima de mim. Dou alguns passos pra trás e me encosto na parede.
- Tu tá me deixando doidão tem uns dias, não tá saindo da minha cabeça, pow – ele diz enquanto olhava pra minha boca. Sinto minha barriga revirando, essa aproximação dele tá mexendo comigo. Me perco olhando para sua boca.
De repente ele me puxa pela cintura e me beija, correspondo o beijo na mesma intensidade. Não vou negar que tava com vontade de ficar com ele, a forma que ele me tratava tava me conquistando um pouco, sem constar a beleza dele, é a própria perdição. Depois de um tempo paramos o beijo e afasto ele de mim.
- Fiquei sabendo que tu vai pra SP – digo meio chateada com ele – Por que não me contou? Se não fosse a Carina, eu nem ficaria sabendo.
- Eu fiquei sabendo depois que voltei da tua casa, pow – ele diz coçando a cabeça, aparentemente chateado também. – Terror me chamou na casa dele ontem na madru, e me deu a ordem de ir resolver umas paradas em SP.
- E quando tu ia me contar? – pergunto olhando pra ele um pouco mais compreensiva
- Hoje, minha preta – ele diz se aproximando e acariciando meu rosto – Nem ia vir pra o baile, só vim porque PD disse que tu ia vir com a mulher dele, ai fiquei te esperando.
Quando ele me chamou de minha preta, senti novamente minha barriga revirando. Essa é a tal sensação de borboletas no estômago? Que negócio esquisito.
- Entendi – digo por fim
- Tu ficou chateada foi? – ele pergunta dando um sorrisinho e eu fecho a cara, fazendo ele rir – Então quer dizer que tu me queria aqui? Caôô – ele diz rindo, acabo rindo da sua risada
-Vamo voltar pra o baile, pra eu não te encher de porrada – digo saindo, porém sou puxada por ele e meu corpo se choca com o dele. Ele me faz virar, me fazendo ficar de frente pra ele.
- Não vou nem dizer o que eu tô doido pra te encher – ele diz num tom malicioso e acabo sorrindo maliciosa, deixando ele surpreso – E eu aqui achando que ia apanhar por falar isso.
Ele me beija novamente, mas logo paramos e voltamos para o baile. Fomos em direção ao camarote e vejo Carina no colo de PD, do lado tava Terror e duas garotas que eu não conheço e ao redor outros caras que também não conheço. Carina me olhava com uma cara maliciosa e dando risada. Me aproximo dela e ela vem até mim.
- Foram fazer o que?? – ela pergunta animada
- Conversar – digo rindo e ela ri já entendendo – Quer ir pra pista dançar um pouco? – pergunto e ela concorda, vai até PD, diz algo e depois vem até mim.
- Vamo, amiga – ela diz e descemos. Ficamos dançando, bebemos um pouco, os meninos do camarote sempre estavam mandando bebidas pra gente. Falando em camarote, ao direcionar meu olhar pra lá, vejo que Terror estava me observando, mesmo com duas meninas quase se jogando nele, sua atenção parecia estar presa a mim. Credo!
Volto minha atenção para Carina, informo a ela que vou no banheiro e ela vem comigo. Entro primeiro e ao sair ela entra, fico a sua espera do lado de fora. Quando de repente alguém se encosta em mim.
- Qual teu rolo com o DG? – uma voz grave fala no meu ouvido, olho para trás me deparando com o Terror, seu corpo estava bem colado no meu.
- Não tenho rolo com ninguém não, pow. Licença – falo e afasto meu corpo do dele. Olho pra ele que dá um leve sorriso sem mostrar os dentes.
- Marrentinha você – ele diz – vamo ali comigo?! – ele me chama, olho pra ele de cima a baixo. Será que esse cara ficou maluco? O tanto que ele é gostoso, ele é perigoso. Tô fora!
- Não, valeu! – digo desviando meu olhar do dele.
Ele me olha surpreso, como se eu tivesse dito um absurdo. E logo fecha sua cara, e sai aparentemente estressado. Problema todo dele!
Então Carina sai do banheiro, voltamos a pista e conto a situação pra ela que acaba caindo na risada. Não demoro muito e já começo a ficar cansada, me despeço de Carina, olho pra o camarote para ver se vejo Diego, porém ele não estava. Vou embora mesmo assim.
Aos poucos vou me afastando do baile, tiro minha sandália e começo a caminhar descalça. O barulho já estava distante. Acabo tendo a sensação de que alguém me observava, ao olhar para o lado, vejo um homem em pé, encostado em uma parede, me olhando. Acho meio estranho, mas ignoro. Aumento o ritmo dos meus passos e percebo que ele me seguia. Resolvo dar um perdido nele entrando em algumas vielas, aparentemente consigo despistá-lo e volto meu caminho para casa. Mas ao passar por um beco sinto meu braço ser puxado com tudo.
- Achou que eu ia te perder de vista? – o homem fala com sua voz grave, observo rapidamente seu rosto e não o reconheço, na verdade, nunca vi ele por aqui.
- Tá maluco? Me solta – digo estressada, porém assustada. Ele me aperta ainda mais.
- Gosto das mais difíceis – ele diz e me da um beijo na bochecha. Tento me afastar, mas ele me segura mais próximo a ele, piso no seu pé, o que faz ele soltar um pouco meu braço. Tento correr, mas ele me puxa e me joga no chão, subindo por cima de mim.
-Agora tu vai ver, filha da puta – ele diz aparentemente com raiva.
- Não faz nada comigo, por favor – digo já com lagrimas nos olhos.
Ele ignora meu pedido e suspende meu vestido, tento proteger meu corpo com minhas mãos, mas ele me segura. Ele coloca minha calcinha de lado e coloca dois dedos dentro de mim, começo a gritar, pedindo ajuda, mas aparentemente ninguém me escuta. Ele começa uns movimentos de vai e vem agressivo, me fazendo sentir muita dor e ardência. Então ele abaixa sua roupa e penetra rapidamente em mim, me fazendo gritar de dor. Tentei afastar ele de mim, mas sua força era o dobro da minha. Ele então desfere tapas em meu rosto, depois coloca sua boca em meus peitos. E eu so sentia nojo e mais nojo de mim.
Ouço um barulho de moto, vejo que Terror passa e eu o grito, mas não tive resposta. E então depois de um tempo o cara para e sai de dentro de mim. Observo atentamente seu rosto, todos os detalhes, ele me encara, sorri e cospe em cima de mim. O que me dá mais vontade de chorar. Assim que ele sai, tento me levantar, com um pouco de dificuldade fico de pé. Estou com muitas dores pelo corpo. Vou andando lentamente até a minha casa, ao chegar em casa vou até o banheiro, tiro a roupa, observo minha calcinha com muito sangue, e então começo a chorar. Por que isso tinha que acontecer comigo? Meu Deus, o que eu te fiz?
Tomo um banho demorado, tento me limpar ao máximo, porém ainda me sinto extremamente suja. Saio do banheiro e vou para meu quarto, visto uma roupa leve e me deito. Acabo desabando em lagrimas novamente, até conseguir dormir.
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Realidade Na Favela
Romantik+18| Não, essa não é como aquelas histórias em que a patricinha vai até a comunidade e se apaixona por um bandido. Essa é a história da Yasmin, uma jovem de 18 anos, nascida e criada em uma das maiores favelas do Brasil, a famosa Rocinha, no Rio de...