Uma vida cheia de mistérios

Capítulo 6

"O que será que vai acontecer no pátio" pensei.
- Vamos indo Henry ! - falou Lilly muito feliz.
- O que aconteceu para você estar de tão bom humor agora? - perguntei sorrindo.
- É só que eu acho que essa vai ser a melhor aula de todas.
Nós então saímos da sala e nos dirigimos para o pátio, antes que eu percebesse haviam muitas pessoas se transformando e saindo correndo para o pátio, vi que Lilly também tinha se transformado e começado a voar, na hora nem pensei em nada só comecei a correr também, nem conseguia ver o Tyler mais, ele já devia estar bem lá na frente ...
A minha volta tinha um monte de seres que eu só tinha visto em livros de mitologias, não vou falar todos, mas eu juro que vi alguém se transformando em um dragão, era pequeno acho que do tamanho de um cachorro,mas era bem rápido.
Eu estava correndo a toda velocidade possível, mal conseguia controlar para onde ia, só estava seguindo as pessoas que estavam na minha frente. Demorou um pouquinho até chegar no pátio, quando cheguei comecei a procurar por Lilly e Tyler, mas por onde eu passava eu escutava "o Henri perdeu, como isso aconteceu?", ou "o Henri deve ter perdido de propósito né, ele é o mais rápido". Não sei como eu era antigamente, mas sei que as pessoas já estão começando a estranhar.
- Henri aqui!! - ouvi Lilly me chamando. Olhei para todos os lados e então à vi me abanando, fui correndo para lá.
- Finalmente achei vocês! - falei ofegante. - Eu acho que eu fiz algo errado.
- Por que você acha isso? - perguntou Lilly em um tom inocente.
- Por que as pessoas estão todas falando de como eu perdi e estão estranhando isso.
- Entendi, nós falamos para os professores sobre você ter perdido as memórias, mas os alunos não sabem disso então, eles vão estranhar mesmo, só não liga para isso. - falou Tyler me consolando.
- Okay . - falei meio para baixo.
E então o professor chamou todos para perto dele, e começou a falar.
- Hoje a aula vai ser um pouco diferente, hoje vai ser o dia em que vocês finalmente irão conseguir fazer um contrato com familiares.
Quando o professor parou de falar os alunos começaram. "isso é sério", "nunca pensei que esse dia chegaria", "será que algum famílias vai me escolher". Os alunos não paravam de falar sobre isso, adoraria saber sobre o que era que eles estavam falando.
- Ei Lilly sobre o que eles estão falando? - perguntei curioso.
- É que hoje é um dia muito especial para nós, hoje nós vamos conseguir um familiar, eles nos ajudam e muito, mas eles só nos acompanham até nós fazermos 18 anos, então não podemos depender tanto deles, mas mesmo assim ainda é muito bom isso.
- Entendi, mas como que isso funciona ? - perguntei mais curioso do que antes!!
-Não sei bem como explicar sobre isso digamos que as coisas acontecem sem motivos, os familiares viajam até as escolas e eles escolhem alunos para serem treinados por eles, o treinamento depende muito dos familiares e do que eles vão nos ensinar, tem uns familiares que escolhem por instintos, outros escolhem pela força da pessoa e outros escolhem depois de ver a alma da pessoa, se ele é bom ou mal, essas coisas são muito importantes para eles, agora é a hora que nós vamos descobrir quem vão ser escolhidos pelos mais fortes.
- o que são familiares, são pessoas, ou outros seres míticos? Não entendi muito bem! - ressaltei
- eles são tipo animais místicos, que nos ajudam enquanto não nos tornamos adultos. - respondeu lilly acabando com um pouco da minha dúvida.
-Mas por que aquele cara não esta esperando um familiar para ele?
-Está vendo aquele dragãozinho que esta no seu ombro? - sim .-respondi. - então aquele dragão é o seu animal celestial, aqueles dois são irmãos eles são a reencarnação de um ser lendário, que nasce de um ovo de um dragão e nele nasce um bebê humano e um bebê dragão, eles são unidos pela alma e aonde quer que estejam, mesmo que separados eles ainda vão estar conectados. Por isso que ele não precisa de um familiar para o treinar .
- Tá já vai começar, melhor nos prepararmos.- falou Tyler enquanto se afastava do centro do pátio.
Antes mesmo que eu percebesse vários animais começaram a aparecer do nada, uns vieram voando, outros saíram debaixo da terra, outros saíram da floresta que tinha em volta do pátio, tinha tantos animais ali que eu nem sei como explicar a emoção que foi ver aquilo, eu entendi o que os outros estavam sentindo, e então os animais, quer dizer familiares começaram a escolher os seus discípulos. Um a um eles foram escolhendo, um pássaro foi até a Lilly e falou algo com ela que eu não consegui escutar, e eu continuei na espera, eu e o Tyler não tínhamos sido escolhidos, o tempo passava e nos dois começamos a ficar meio desanimados, e então as pessoas começaram a falar de nós dois "olha, os dois mais fortes não foram escolhidos por um familiar"," sim que estranho, algo não está certo".
É depois disso eu já estava perdendo as esperanças e eu vi que Tyler também estava. Mas então uma sombra saiu do meio da floresta, um vulto parou no meio de todos e bem na frente de Tyler, e então uma aura ameaçadora e com uma incrível pressão começou a fazer com que todos ficassem quietos e angustiados menos Tyler.
- Então você é o Tyler!! - falou telepaticamente com uma voz grossa e assustadora, mas por incrível que pareça eu também conseguia escutar o que ele falava. - Seu pai me contou muito de você, e ele me pediu pessoalmente para vir aqui te ensinar, pensei que seria apenas perda de tempo, mas vejo que você é forte já que a minha aura assassina não te incomoda, isso já é uma grande coisa
- Quando ele terminou de falar deu um passo para frente e então o vulto que parecia ser uma sombra, começou a se revelar. Era um grande lobo negro, com olhos azuis, e com o que pareciam ser cicatrizes vermelhas pelo corpo inteiro, mas acho que aquilo era na verdade parte dele.
Quando o lobo foi se mover para frente, ele então se transformou em uma sombra e sumiu, Tyler e todos começaram a procurar por todos os lados, mas ninguém o achou. E então um homem negro, com longos cabelos brancos, ainda mais alto que Tyler apareceu ao seu lado, enquanto botava um dos braços em torno de Tyler , e a outra mão em seu pescoço.
- O que foi, não está com medo de morrer, eu poderia quebrar seu pescoço agora mesmo, isso não o deixa assustado. - falou o homem misterioso.
- Não... porque eu teria medo de uma coisa tão insignificante como a morte depois de ter passado pelo inferno... E acredito que já saiba do que estou falando, meu pai deve ter lhe contado tudo sobre mim, não é. então sabe que não me assusto fácil. - respondeu Tyler, e por incrível que pareça ele estava muito calmo mesmo naquela situação. Mas uma coisa que ele disse e que não saiu da minha cabeça foi que ele passou pelo inferno, o que será que aconteceu com ele, e será que meu antigo eu sabia. Fiquei me perguntando isso.
O homem ficou muito sério por um curto período de tempo, a expressão que ele estava fazendo era muito assustadora. E então do nada ele começou a rir.
- realmente. você será mesmo meu discípulo, gostei do seu estilo! - falou o homem enquanto se afastava de Tyler. E do nada ele se transformou em uma sombra e ficou na forma do lobo. Na hora achei incrível mas preferi não falar nada.
- Muito obrigado por me aceitar como seu discípulo Fenrir! - falou Tyler muito alegre.
- "Fenrir o lobo lendário da mitologia nórdica", "acho que não é esse Fenrir, não pode ser ele não é... digo ele não é nem gigante como dizem as histórias". - os alunos começaram a se perguntar se era verdade o que ele disse. E pelo jeito o Fenrir escutou por que quando ele olhou para trás senti uma aura assassina muito mais tenebrosa que a anterior.
Eu estava feliz pelo Tyler mas logo percebi que eu era o único que não tinha um familiar como mestre, e os alunos também perceberam porque todos estavam falando de mim. Eu então comecei a olhar em volta, mas nada. E então um unicórnio que estava por lá, veio até mim.
- Garoto, você está bem? - perguntou o unicórnio com uma voz suave e tranquilizante.
- claro que não estou... nenhum familiar me escolheu. Mas Por que, vc saberia me responder?- perguntei muito irritado e ao mesmo tempo desanimado.
- Os outros animais não quiseram te contar, mas eu não posso esconder isso de você. Por algum motivo quando eu olho a sua alma eu só vejo uma sombra, como se estivesse ocultando a sua alma, ou talvez aquilo seja sua alma, por isso que nós não nos atrevemos a escolher você como discípulo.
Depois disso todos começaram a ir embora, uma por uma, as pessoas começaram a sair com seus mestres ao lado deles, e eu fiquei lá parado, sozinho, sem falar nada.Tyler e Lilly vieram até mim, mas eu estava tão para baixo que só virei de costas para eles e os ignorei.
- Ei Henri não fica assim, um dia você vai ser escolhido por um familiar, e ele vai ser o mais forte de todos. - falou Lilly tentando me consolar.
Eu não lembrava de nada do que aconteceu comigo antes do dia anterior, mas eu sabia que aquilo era algo muito importante, estava me sentindo muito mal, e antes mesmo que eu conseguisse pensar em algo o meu corpo se moveu por extinto e eu comecei a correr para longe deles, não sabia aonde estava indo enquanto eu corria, entrei em um lugar onde tinha um muro e não tinha mais saídas aos lados, a única opção que eu consegui pensar foi em pular, e na hora que eu pulei, meu Deus como aquilo foi bom, depois que meus pés não estavam encostados no chão, o meu corpo mudou, uma fumaça negra cobriu todo o meu corpo, mas eu sentia que a fumaça fazia parte de mim (meio confuso sim, mas foi o que eu senti na hora), e quando eu percebi estava muito alto, eu saltei numa altura gigantesca, além de que eu tinha percorrido um grande trajeto e nem mesmo tinha percebido, senti como se meus poderes estivessem voltando e aquilo me deixou animado.
A vista que eu vi naquela hora foi linda, mas logo em seguida percebi que estava começando a cair, não sabia se daquela altura eu iria me machucar e não consegui ativar aquele poder de novo, não sabia o que fazer, só sabia que aquilo ia doer e muito. Quando encostei no chão, a única coisa que eu vi foi tudo girando e eu rolando por uns metros a frente e batendo em uma árvore, mas aquilo foi muito legal.
- Henri o que você fez?- perguntou Lilly assustada.
- Não sei, eu... Não sei mesmo. Eu só sai voando.
- Sorte que não se machucou tanto, a não ser esse braço quebrado, mas isso vai curar rápido se botarmos no lugar .
Quando olhei para o meu braço, vi algo muito traumatizante. Meu braço estava dobrado de um jeito que eu tenho certeza que era impossível, além de que o osso estava para fora. Na mesma hora desmaiei.
- Henri se acalme. - ouvi Lilly gritando isso enquanto fechava meus olhos lentamente e então tudo ficou escuro ...