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"Spacer aonde você vai?". Perguntou minha mãe enquanto eu descia as escadas do segundo andar até a cozinha.

"Apenas vou dar uma volta pelo bairro". Disse chegando ao fim da escada, e andando até a porta dos fundos enquanto colocava uma blusa de frio.

"Não chegue tarde, quero te ver na mesa do jantar. Ah! e não se esqueça de levar o casaco". Disse ela enquanto estava de costas para mim fazendo o jantar.

"Estou levando. Ligue-me quando estiver pronto por favor". Disse saindo pela porta e dando a volta para pegar minha bike na lateral da casa.

Subi na bike, e coloquei meus fones-de-ouvido me desligando um pouco do que acontecia a minha volta, então comecei a pedalar pelo bairro em direção ao Rok Lake, o lago da cidade, nesse horário após o por do sol, quando as estrelas começam a dominar o céu, somente o som do vento agitando árvores próximas das margens do lago, a água, e o som de algumas espécies noturnas. assim que chego perto do lago desço da bike caminhando até uma parte mais reservada do lago perto da floresta, onde tem um pneu amarrado a uma árvore, antes que pudesse sentar me no 'balanço' minha mãe mandou-me varias mensagens para que eu retorna-se. Sentei-me e comecei a apreciar o siêncio e a paisagem a minha frente, costumo vir aqui por causa das minhas fortes dores de cabeça, o que é um alívio. Observando as margens notei algo estranho, não conseguir identificar o que fosse devido a escuridão, mas parecia um corpo, talvez de um animal morto, fui andando com cautela até o lugar que não estava muito distante. Era uma garota de cabelos longos e castanhos bagunçados escondendo seu rosto, apenas com uma roupa de paciente de hospital, era bonita, tirando o fato de estar suja de barro, talvez pela queda, dei-lhe um leve chute para ver se estava viva, porém não obteve resposta então me aproximei e consegui ouvir sua respiração. Peguei meu celular e liguei para a ambulância, quando percebi que estava bem gelada, tentei acorda-lá, mas a única coisa que fazia era repetir 'Noah', além de alguns gemidos.

Abaixei me tirando minha blusa e colocando nela, passando seu braço por trás do meu pescoço e pegando em suas costas, encaixando meu braço atrás dos seus joelhos, e voltei até a rua, para que a ambulância nos encontrasse com mais facilidade. Chegando a ambulância coloquei a na maca, virei-me e retornando aonde estava minha bike, pensei como ou porquê ela estava ali naquele estado, quando lembrei que havia esquecido meu telefone em minha blusa. Tentei alcançar a ambulância, mas já estava longe. Chegando ao hospital, observei o interior da ambulância que estava na entrada do prédio, mas não havia ninguém, entrei no hospital perdido por não saber o nome da garota, até que encontrei a enfermeira da ambulância.

"Ei!". Disse aproximando. "Oi eu encontrei uma garota, vocês trouxeram ela até aqui, e eu esqueci meu telefone na minha blusa que está com ela. Sabe qual é o quarto onde ela está?".

"Desculpa eu não prestei muita atenção no que você me disse". Disse a enfermeira franzindo as sobrancelhas. "Eu achei uma garota que trouxeram para o hospital a pouco tempo atrás, e eu esqueci meus pertences com ela, sabe qual é o quarto dela?". "Bom... ela está no quarto de observação 3, e está acompanhada de um policial que quer interrogar quem a encontrou, no caso você". Disse a enfermeira saindo.

"Obrigado, mas onde fica o quarto de observação 3?". Perguntei me colocando em frente a ela.

"Só subir até o segundo andar, é próximo ao elevador". Disse ela com um sorriso simpático.

Então caminhei até o elevador, subi até o segundo andar, o quarto é perto do elevador. Quando entrei no quarto o policial estava sentado na poltrona ao lado da cama, assim que me viu levantou-se e caminhou até mim ajeitando sua calça.

"Me diga rapaz, foi você quem a encontrou?". "Sim, encontrei ela próxima ao lago". "Te agradeço por estar aqui, quero que você me conte tudo, mas antes vou ver se consigo saber ao menos o nome da jovem, com licença". Acenei com a cabeça, enquanto o policial deixava o quarto.

Cheguei mais perto, ela estava sem minha blusa, olhei em volta e avistei meus pertences em cima de uma mesa próxima a janela. 12 chamadas perdidas da minha mãe, que exagero, coloquei minha blusa, estava pronto ir embora, quando a garota me chamou, virei-me devagar e assustado.

"Oi, você sabe onde estou?". Disse ela tirando os aparelhos de monitoramento.
"Oi, esse é o Hospital Central de Southdale, e eu acho melhor você não tirar isso". Então ela tentou levantar, mas não conseguiu e sentou na cama.

"Então... Qual é o seu nome?... Espera Qual é o meu nome?". "Que reflexão, mas agora ia ser bom se você voltasse para cama, e eu conhecido e registrado como 'Spacer' saísse por essa porta". "Desculpa por eu não saber quem eu sou! Mas eu preciso sair daqui". "Desculpas aceitas, mas você não está bem precisa se deitar". Sem me dar atenção, levantou e andou com dificuldade até a janela e rapidamente recuo se agachado.

"Ah Meu Deus! Um sentinela! Como eu lembrei disso!?". Corro até a janela, mas não vejo nada relevante.

Perguntei a como era o 'sentinela' a qual lhe assustava, então ela me descreveu exatamente um homem de terno, com a mão ao ouvido olhando diretamente para mim e caminhando em direção ao prédio do hospital.

"Bom, acho melhor você deitar, ele entrou no prédio". Assim que virei-me, vi a garota saindo pela porta. "Ei! Você não pode sair assim". Disse alcançando a na porta.

E simplesmente ela saiu, retirei-me do quarto logo atrás observando para ver se tinha alguém no corredor, mas, estava vazio, segurei em sua mão e a puxei em direção às escadas antes que entrasse no elevador, descemos as escadas rapidamente. Chegamos ao estacionamento no subsolo, quando saímos por uma porta na lateral do prédio, deixei a esperando na porta em quanto eu buscava minha bike. Assim que cheguei ela me olhou estranho.

"O que é isso? Não cabe nós dois". Disse me encarando.
"Como assim? EU ESTOU SENDO SEU CÚMPLICE DE FULGA, CONTRA A MINHA VONTADE, E VOCÊ AINDA RECLAMA DA MINHA BIKE?". Esaltando minha voz, deixando a constrangida. "Desculpa... Não quis ofender você, aliás você me ajudou, obrigada". Disse a garota com um sorriso. "Não tudo bem, já me atrasei para o jantar... Mas onde você mora?". "Eu não sei, eu não lembro de nada". Disse ela colocando a mãos na cabeça. "Como assim você não lembra onde você mora... Você bateu a cabeça?!".

Então ela colocou a mão na barriga e caminhou rapidamente até uma lixeira que estava próxima da porta e vomitou, então fui até ela rapidamente e me ajoelhei ao seu lado, ela olhou pra mim com os olhos cheios de lágrimas e perguntou-me 'O que eu faço?'.

Eu simplesmente abracei ela, nunca fiquei em uma situação igual a essa antes, estava sem graça e sem reação, não sabia o que fazer.

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